11 exposições para driblar os jogos do Brasil na Copa

15/06/2018

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Exposição “Lugares do Delírio”, no Sesc Pompeia | Foto: Everton Ballardin

Nem todo mundo é apaixonado por futebol. Quem não quer saber de assistir as partidas do mundial pode aproveitar o período de um jeito diferente – e quem acompanhar o desempenho do Brasil na Copa também pode dar uma espiada nessa seleção de exposições e conferi-las entre um jogo e outro

De quatro em quatro anos, as cidades brasileiras param. O trânsito cessa por um par de horas apenas. Alguns estabelecimentos comerciais fecham as portas e os funcionários são dispensados. O ritual se repete. Leva três a sete dias distribuídos por volta do mês de junho. É tempo de Copa.

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Boa parte dos brasileiros e brasileiras para tudo o que está fazendo, reúne-se com amigos, família e quem mais estiver passando na frente para assistir os jogos da seleção brasileira de futebol masculino. Mas há também quem prefira aproveitar a oportunidade para usar seu tempo de forma completamente diferente – e ninguém tem nada com isso.

Para os avessos ao mundial de futebol, enquanto o escrete canarinho liderado pelo técnico Tite estiver disputando partidas na Rússia, lutando pelo inédito hexacampeonato, que tal colocar em dia as visitas às exposições em cartaz nas unidades do Sesc?


PRIMEIRA FASE

As três primeiras partidas, na disputa pela liderança do Grupo E (são oito grupos, de A a H), são garantidas. Acontecem com certeza, independentemente do desempenho dos times em cada jogo.

Brasil enfrenta a Suíça no domingo, dia 17 de junho, às 15h (sempre no horário de Brasília), na Arena Rostov. É a desculpa perfeita para descer à baixada santista e conferir as últimas semanas da exposição Barroco Ardente e Sincrético: Luso-Afro-Brasileiro, que traz pinturas, esculturas e artefatos religiosos, apresentando referências do barroco na religião e nas culturas erudita e popular do Brasil e de Portugal, entre os séculos XVII e XIX.

Na sexta-feira, dia 22 de junho, às 9h da manhã, Brasil e Costa Rica jogam em São Petersburgo. No mesmo horário, funciona já a unidade do Sesc Ipiranga, onde se pode fazer uma viagem no tempo por meio de uma coleção de impressos diversos – de papéis de bala Juquinha às velhas cadernetas de caligrafia – em Papéis Efêmeros: Memórias Gráficas do Cotidiano.

Contra a Sérvia, o Brasil conclui a primeira fase do campeonato, às 15h da quarta-feira, dia 27 de junho, no estádio Spartak, em Moscou. Tem-se aí uma chance de visitar, pouco antes de encerrar-se, a exposição Lugares do Delírio, no Sesc Pompeia – oportunidade de reflexão política, ética e estética sobre a loucura e a arte.

A partir de então, tudo depende da posição que o Brasil alcançar na soma de pontos frente às outras três seleções do Grupo E. Somente o primeiro e o segundo lugar interessam.

Exposição “Jamaica, Jamaica”, no Sesc 24 de Maio | Foto: Gal Oppido

 
OITAVAS DE FINAL

A primeira colocação no grupo, leva à disputa das oitavas de final com o segundo colocado no Grupo F. O jogo acontece em plena segunda-feira, dia 2 de julho, às 11h da manhã, na arena da cidade russa de Samara. Às segundas, boa parte das unidades do Sesc fecham – o que não acontece com o Sesc Carmo, que apresenta a exposição Travessias – Território Santu Paulu, com conteúdos que trazem uma dimensão estética da memória dos imigrantes de Puglia (sul da Itália) na cidade de São Paulo.

Mas caso o Brasil fique em segundo lugar no Grupo E, a disputa das oitavas de final acontece então, na terça-feira, dia 3 de julho, às 11h, em São Petersburgo, com o primeiro colocado do Grupo F. A segunda colocação na primeira fase pode trazer um torcedor menos animado para as oitavas, mas quem não está acompanhando a Copa nem deve sentir. O negócio é não esquecer os fones de ouvido e ir conferir a exposição Jamaica, Jamaica, no Sesc 24 de Maio.


QUARTAS DE FINAL

A vitória da seleção brasileira no dia 2 ou no dia 3 de julho levará o time para a etapa de quartas de final, que poderá ser disputada na sexta-feira, dia 6 de julho, às 15h, na Arena de Kazan – caso o Brasil tenha vindo de uma primeira colocação na fase de grupos – ou no sábado, dia 7 de julho, às 11h, na Arena de Samara – caso o Brasil tenha vindo de uma segunda colocação naquela fase. No primeiro caso, a sugestão é a exposição (Re) Inventar – Artistas Criadores (Sesc Santo André) – um recorte da arte popular pela obra de 25 artistas de 6 estados diferentes do Brasil. Se o jogo das quartas for o do sábado, nesse caso, vale então uma visita ao novo Sesc Avenida Paulista e, em especial, à exposição Bill Viola – Visões do Tempo, com instalações de videoarte do renomado artista norte-americano – uma verdadeira imersão nas temáticas do corpo, da vida, da morte e do tempo.

Exposição “Bill Viola – Visões do Tempo”, no Sesc Avenida Paulista | Foto: Alexandre Nunis


SEMIFINAL

As semifinais são tentadoras até para quem não arriscaria nomear nem mesmo um dos 23 jogadores convocados para defender o Brasil na Rússia – Neymar não conta, vai!? Mas se o país chegar lá e, ainda assim, não houver disposição para ver os jogos, não tem problema. Mais uma vez, dependendo da colocação do time na primeira fase, (1) a partida irá se realizar na terça-feira, dia 10 de julho, às 15h, em São Petersburgo – e aí a dica é a exposição A ilustração como porta para o mundo – 50 anos da Mostra de Ilustradores da Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, que terá sido recém-inaugurada no Sesc Bom Retiro  – ou, então, (2) a partida acontecerá na quarta-feira, dia 11 de julho, às 15h, no estádio Luzhniki, em Moscou. Neste caso, já estará mais do que na hora de ter conferido a mostra Vkhutemas: o Futuro em Construção (1918–2018), que reúne, no Sesc Pompeia, obras que apresentam a experiência pedagógica da instituição universitária soviética que congregou, nas artes e no design, os anseios da Revolução Russa.


FINAL

Da Copa de 2014, realizada em terras nacionais, muitos lembram-se apenas do 7 a 1 que o Brasil engoliu da Alemanha na semifinal. Mas a seleção ainda disputou a terceira colocação com a Holanda e levou mais três gols. Uma derrota na semifinal em 2018, pode levar o país novamente à disputa pelo terceiro lugar. A partida deve se dar no sábado, dia 14 de julho, às 11h, em São Petersburgo. Caso aconteça de o Brasil estar lá, não será estranho ver menos mobilização em torno desse jogo por aqui e bastante gente circulando pelos equipamentos culturais da cidade, inclusive na exposição de arte contemporânea para crianças no Sesc Belenzinho: Yoyo: Tudo que Vai, Volta – ali em seus últimos dias.

Será no domingo, dia 15 de julho, ao meio-dia, no estádio Luzhniki, em Moscou, a grande final do mundial de futebol. Se a seleção de Tite chegar mesmo lá e você resolver não assistir, tudo bem. Sério! Tudo bem! Mas que tal uma reflexão futebolística para ocupar a tarde de domingo? A exposição 60/30 – Conquistas do Futebol Brasileiro, no Sesc 24 de Maio, parte das efemérides dos 60 anos da conquista do primeiro título mundial da seleção brasileira masculina de futebol e dos 30 anos da primeira convocação oficial da seleção feminina para pensar o fortalecimento do futebol feminino e das pautas feministas.

Bons jogos! Boas exposições!

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