12 peças para ver no Sesc nas próximas semanas

19/07/2022

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Todo mundo sabe que tem teatro no Sesc o ano todo, né? Nas diversas unidades espalhadas pelo estado de São Paulo é fácil encontrar algum espetáculo para assistir e navegar nesse universo cênico que desperta as mais diferentes emoções. 

É possível assistir um manifesto solo de Leonarda Glück que parte da sua experiência transexual buscando ressignificar discursos homogeneizados sobre corpos trans. Também tem o novo trabalho de Gerald Thomas, inspirado em Doroteia de Nelson Rodrigues, e o espetáculo Dirigido por Daniela Thomas e Bete Coelho, com texto de James Joyce. Ah! Não podemos esquecer do Festival Internacional de Teatro que acontece em São José do Rio Preto e reúne 65 apresentações em 10 dias.

Diante de tantos formatos e diferentes enredos de peças em cartaz, da capital ao interior, opção é o que não falta! Tem espetáculo pra todos os gostos. Pra te ajudar nessa escolha, reunimos alguns destaques da programação das próximas semanas.

Programe-se e vem pro Sesc! 

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CAPITAL 

F.E.T.O. (Estudos de Doroteia Nua Descendo a Escada)  

Foto: Alexandre Babadobulos

O novo trabalho de Gerald Thomas, que estreia no dia 27/7 no Sesc Consolação é livremente inspirado na farsa irresponsável de Nelson Rodrigues tendo como cruzamento o trabalho de Marcel Duchamp “O Nu Descendo a Escada” e “No Vento e na Terra I”, de Iberê Camargo. Thomas parte das provocações que a peça lhe imprime para produzir um espetáculo (um estudo) que de alguma forma dialogue com a Doroteia de Nelson Rodrigues, ao mesmo tempo em que investiga a alma do seu criador e o seu tempo.  

Sesc Consolação 
Estreia 27/7

Até 28/8. Quarta a Sábado, 21h | Domingo, 18h 

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As três irmãs  

Com a Cia. da Memória 

A peça começa um ano após a morte do comandante Prózorov, pai das três irmãs — Olga, Irina e Macha — e de Andréi. Todos eles já vivem há muitos anos na província. Olga, professora e solteira, vê os anos passarem, e com eles a oportunidade de se casar; Macha, casada com um professor, aos poucos percebe a mediocridade do marido; enquanto Irina, a mais nova, mantém muita esperança no futuro.  

Todas elas, assim como Andréi, idealizam Moscou como o lugar onde haviam passado uma infância feliz, o lugar de sua salvação, e anseiam voltar para lá; porém, por algum motivo, o projeto é sempre adiado.  

O comandante Verchínin chega à província, despertando o interesse de Macha. Outros dois oficiais disputam a atenção de Irina. Enquanto se desenrolam os problemas das três irmãs, Natália, esposa de Andréi, passa a dominar a casa, imprimindo ali um estilo de vida muito diferente da família Prózorov. 

Sesc Pompeia 
Até 7/8. Quinta a Sábado, 20h | Domingo, 18h
 

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A Semente da Romã

Durante a apresentação da peça As Três Irmãs, seis atores coadjuvantes vivem nos bastidores conflitos pessoais, profissionais e mesmo existenciais enquanto esperam a entrada em cena.  Alguns desses conflitos dialogam com as questões dos personagens de Tchekhov que estão em cena, outros são relacionados com o sentido da arte e as dificuldades da profissão. Outros ainda dizem respeito às relações familiares, dificuldades financeiras e conflitos entre os elementos do grupo.  

Entre depoimentos sobre a história do teatro dos últimos sessenta anos, frustrações e alegrias proporcionadas pelo exercício do palco e problemas do dia a dia, esses atores e personagens compõem um concerto singelo, poético e humano sobre a experiência de escolher viver da arte e pela arte do teatro. 

Sesc Pompeia
Até 7/8. Quinta a Sábado, 20h | Domingo, 18h
 

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Nzinga  

Ao combinar história e memória, o espetáculo reatualiza cenicamente as relações entre Mwene Nzinga e seu irmão Ngola Mbandi. A dramaturgia concentra-se em um recorte temporal de sete anos (1617 – 1624), momento em que Mbandi sucede ao trono após a morte do pai, Ngola Mbandi Kiluanji, até o episódio em que Nzinga torna-se rainha do Ndongo, após o falecimento de seu irmão. 

A trama convida o público a refletir sobre ética comunitária, relações de irmandade, concepções de espaço-tempo, lógicas de poder e táticas anticoloniais. Trata-se de um reencontro, sob a perspectiva bantu cíclico-espiralar, com a biografia de uma das soberanas mais estudadas no mundo. 

Sesc Pompeia
Até 7/8. Terça a Sexta, 20h30 | Sábado (6/8), 20h30 | Domingo, 17h30 
*Apresentação com tradução em libras no dia 28/7 

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Trava Bruta

Foto: Alessandra Haro
Foto: Alessandra Haro

Como é experimentar um corpo que provoca um misto de repulsa e desejo a um só tempo? O que tem a cultura a ver com a transexualidade? Como é ser uma artista trans no Brasil de 2022? 

O Solo da autora de Leonarda Glück é um manifesto que parte da sua experiência transexual e propõe uma ponte e um embate entre o contexto artístico e a conjuntura política e social brasileira atuais no que se refere ao campo da sexualidade. O tema da transexualidade ainda é envolto por códigos de mistério, patologização, fetiche e violência na maioria das sociedades contemporâneas e permanece pouco desenvolvido no Brasil, especialmente no campo das artes. 

A peça realiza uma proposta artística de emancipação e ressignificação de discursos homogeneizados pela cisgeneridade em relação aos corpos trans, que historicamente os submete à lógica da objetificação. 

Sesc Belenzinho
Até 7/8. Sexta e Sábado, 21h30 | Domingo, 18h30
 

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Um arco-íris colorindo o céu 

Foto: Murillo Basso

Um tanto profético, o texto inédito de Eloisa Elena – que foi escrito em 2019, para compor a Revista do Projeto Dramaturgias, do Sesc Ipiranga – descreve o cotidiano de uma pessoa que se esforça para manter a rotina como moradora de um prédio, em uma situação totalmente inusitada.  

Durante uma longa trajetória de subida pelas escadas, enquanto se prepara para algo que ela define como “um dia especial”, narra suas percepções acerca do ocorrido, descreve táticas de sobrevivência, a relação que se estabeleceu entre vizinhos e as dificuldades e aprendizados oriundos desta situação peculiar, à qual todos ali estão submetidos. 

Sesc Ipiranga
Até 7/8. Sexta e Sábado, 21h | Domingo, 18h  

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Sexo dos anjos 

Sexo dos Anjos
Foto: Divulgação

Duas personagens inspiradas em Max e Ernest das tiras de jornal e Vladimir e Estragon, da peça “Esperando por Godot”, discutem sobre a morte enquanto esperam pelo embarque a uma viagem. Num jogo entre mentiras e verdades, sonhos e realidade, os personagens vivem situações inusitadas, das quais o público inevitavelmente participa até seu surpreendente desfecho. 

De maneira filosófica, mas clara e divertida, aparentemente caótica, mas carregada de reflexões sobre gênero, papéis sociais, o teatro representado no dia a dia na vida em sociedade, a pesada carga da existência humana diante do conhecimento de sua morte, Sexo dos Anjos torna-se, no corpo e na voz de duas atrizes competentes e sensíveis, um espelho que entretém enquanto faz pensar. 


Sesc Pinheiros
Até 13/8. Quinta, Sexta e Sábado, 20h
 

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Molly Bloom 

Foto: Jennifer Glass
Foto: Jennifer Glass

Com direção de Daniela Thomas e Bete Coelho 

Leopold Bloom, icônico personagem da literatura mundial, retorna a casa após flanar por dezesseis horas pela cidade de Dublin, capital da Irlanda. Sua esposa, Molly Bloom, já está dormindo, ou finge estar. Ele, exausto, ébrio, deita na cama com cautela para não acordá-la, embora beijando-a três vezes de forma peculiar, em lugar que a mulher não tem nenhuma expressão, como diz Molly.  

O tálamo do casal Bloom, leito de concepção e nascimento, de consumação do matrimônio e de profanação do matrimônio, de sono e de morte, é o palco. Nele, Poldy (como Molly costuma chamá-lo) encontra roupa de cama limpa, odores adicionais, a presença de uma forma humana, feminina, dela, a impressão de uma forma humana, masculina, não dele… Bloom dorme.  

Molly parte para sua Odisseia mental, singrando o mar de seus pensamentos. Entre travesseiros e líquidos fluidos, navega as águas do passado, a infância em Gibraltar, seu pai, os enamoramentos, o primeiro beijo, o filho morto; navega as águas do presente, o casamento, o adultério, a barriga que está ficando grandinha, a conjectura de talvez parar com a cerveja no jantar, a filha; e as águas fascinantes e traiçoeiras da libido, do sexo, do proibido. 

Sesc Avenida Paulista
Estreia 3/8.
Até 28/8. Quarta a Sábado, 21h | Domingo, 18h  

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INTERIOR E LITORAL  

O pão e a pedra

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Foto: Bob Sousa

Com Cia do Latão 

Pão e a Pedra combina realismo, fantasia e imaginário religioso, acompanhando várias personagens do mundo trabalho – em especial uma mulher operária que se disfarça de homem para melhorar de vida em meio à greve dos metalúrgicos de 1979 no ABC. 

Com direção de Sérgio de Carvalho, também responsável pela concepção do projeto e pelo roteiro final, a montagem é uma criação coletiva que contou com a colaboração de uma equipe de pesquisadores, entre os quais Julian Boal.

Sesc Santos
23/7. Sábado, 19h

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Embarque Imediato 

créd. Leto Carvalho
Foto: Leto Carvalho

Com Antônio Pitanga e Rocco Pitanga 

O espetáculo narra o encontro entre um jovem negro doutorando brasileiro e um senhor africano em uma sala de aeroporto internacional onde ambos encontram-se retidos por problemas com seus respectivos passaportes durante uma conexão de voo. 

Confinados (ou encarcerados) na sala de segurança do aeroporto, esse encontro fará com que as duas personagens tenham acesso a informações que vão mudar pra sempre suas vidas. 

Sesc Campinas 
Dias 22 e 23/7. Sexta, 20h. Sábado, 16h
 

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Traga-me a cabeça de Lima Barreto 

Com Cia dos Comuns 

O monólogo interpretado por Hilton Cobra, criador da Cia dos Comuns (RJ), mostra uma imaginária sessão de autópsia na cabeça do escritor Lima Barreto, conduzida por um Congresso de Eugenistas no Brasil, no início do século XX, a fim de investigar como um cérebro, considerado inferior pelos eugenistas da época, poderia ter produzido e publicado obras literárias de tamanha qualidade. 

A partir de conflitos íntimos em cena, a peça mostra várias facetas de Lima Barreto, atravessando temas como loucura, racismo, eugenia e outros enfrentamentos políticos e literários de sua época. 

Sesc São Carlos 
28/7. Quinta, 20h
 

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Cartas da Prisão

Foto: Lyvia Gamerc

Rita, uma atriz-performer interpretada por Chica Portugal, realiza um espetáculo a partir de suas pesquisas sobre relacionamentos abusivos. O fio condutor da peça de Rita são cartas encontradas no colchão de um preso em um presídio de São Paulo: correspondência amorosa entre uma mulher que assina como “M” e um psicopata conhecido como “o maníaco da flor” que matou e esquartejou mais de 40 mulheres. 

A partir das cartas, a atriz-performer revela o relacionamento abusivo que viu sua própria mãe viver com seu pai e que a fez sair de casa muito jovem. Acompanhamos a evolução do relacionamento entre “M” e o “maníaco da flor” e o desgaste da relação entre Rita e sua mãe incapaz de deixar o relacionamento abusivo. E as histórias destas mulheres vão se tornando cada vez mais parecidas. 

Rita também traz para a cena depoimentos (reais) de outras mulheres que viveram experiências amorosas com abusadores, além de materiais diversos de pesquisa sobre o tema. Na colcha de retalhos que vai se formando entre todas as histórias, Rita questiona a si mesma e o público sobre nossas possíveis e inimagináveis relações com o abuso como indivíduos e como sociedade. 

Sesc Santo André 
Até 27/8. Sexta e Sábado, 20h.
 

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BÔNUS: FIT RIO PRETO 

Jacksons do Pandeiro – foto Renato Magolin

Um dos mais importantes espaços de difusão e reflexão das artes cênicas no País, o Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto (FIT Rio Preto) retorna à cena cultural com uma programação pautada por temas em diálogo com as questões da atualidade. 

Espetáculos de 10 estados do Brasil e participação de países como Chile, Colômbia, Peru, Espanha e Holanda, além de coprodução com Itália marcam retomada, com 65 apresentações em dez dias de festival, além de even oferecerá 17 ações formativas e reflexivas e um ponto de encontro, o Graneleiro, com 34 intervenções artísticas, shows e performances. 

De 21 a 30 de julho – São José do Rio Preto – SP/ Brasil. 
Realização: Prefeitura Municipal de São José do Rio Preto e Sesc São Paulo.
Programação completa no site fitriopreto.com.br
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