Embora seja considerado um dos maiores cineastas de todos os tempos e, talvez, o principal realizador da sua geração, o nome de Paul Thomas Anderson, eventualmente, corre o risco de passar despercebido aos ouvidos e olhares menos atentos, que ou não conhecem o trabalho do diretor ou não fazem uma associação imediata entre ele e seus filmes.
Indicado ao Oscar cinco vezes, PTA – como é chamado pelos entendedores da sua filmografia – se destaca pela criação de uma linguagem própria, que, entre outras características, é marcada pelo uso de longos planos-sequência e pela presença icônica do estado da Califórnia, região onde cresceu.
Encerrando a temporada de seu mais recente filme, “Licorice Pizza”, na sala do CineSesc, listamos 5 filmes da filmografia de Paul Thomas Anderson que ajudam a entender a trajetória do cineasta norte-americano até aqui.
Jogada de Risco (1996)
Primeiro longa-metragem de Paul Thomas Anderson, “Jogada de Risco” foi escrito pelo cineasta, inspirado no clássico do cinema francês “Bob, O Jogador” (1956), de Jean-Pierre Melvill.
Na trama, um jogador experiente se aproxima de um jovem pobre, a quem passa a ensinar truques para ganhar dinheiro nos cassinos, o que ele alcança com sucesso, até o momento em que se apaixona por uma garçonete misteriosa, gerando uma situação que afeta a relação dos dois.
Com atuações bastante marcantes, o filme traz no elenco nomes que voltariam a trabalhar com o diretor em suas produções seguintes: Philip Baker Hall, John C. Reilly, Melora Walter e Philip Seymour Hoffman.
Boogie Nigths – Prazer Sem Limites (1997)
Centrado nos bastidores da indústria pornô em Hollywood nos anos 1970, “Boogie Nigths – Prazer Sem Limites” acompanha a ascensão e queda de Dirk Diggler, personagem que já havia sido criado por Paul Thomas Anderson anos antes, no curta-metragem “Dirk Diggler Story” (1988).
O filme foi indicado ao Oscar em três categorias: Melhor Roteiro Original, Melhor Atriz Coadjuvante para Julianne Moore e Melhor Ator Coadjuvante para Burt Reynolds, que ganhou o Globo de Ouro nesta mesma categoria.
Magnólia (1999)
Famoso pela cena de uma chuva de sapos que até hoje suscita diferentes interpretações entre os espectadores, “Magnólia” marca a primeira premiação internacional na carreira de Paul Thomas Anderson.
Escrito, dirigido e editado inteiramente pelo diretor, o filme ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, em 2000, e foi indicado ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original, além de Melhor Ator Coadjuvante para Tom Cruise, que não ganhou o Oscar, mas levou a premiação no Globo de Ouro.
Com vários nomes de peso no elenco – entre eles, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Philip Baker Hall, Alfred Molina e Melora Walters – o filme traz uma série de personagens que vivem histórias aleatórias, sem que elas necessariamente se cruzem, embora isso aconteça em alguns momentos. Esta característica, aliás, faz com que este trabalho de Paul Thomas Anderson seja muito comparado a “Short Cuts” (1993), do também cineasta norte-americano Robert Altman, com quem Anderson teve uma relação muito próxima, sendo considerado uma espécie de mentor em sua carreira.
Sangue Negro (2007)
Protagonizado por Daniel Day-Lewis interpretando um empresário extrativista inescrupuloso que entra em conflito com o líder religioso de uma comunidade no contexto do início da exploração de petróleo na Califórnia, “Sangue Negro” está entre os filmes mais recentes, conhecidos e premiados de Paul Thomas Anderson.
Vencedor do Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim, em 2008, o filme foi indicado aos festivais internacionais em diferentes categorias, levando também as premiações do Globo de Ouro e do Oscar na categoria Melhor Ator para Daniel Day-Lewis, além do Oscar de Melhor Fotografia para Robert Elswit, que também trabalhou com Paul Thomas Anderson em “Jogada de Risco”, “Magnólia” e “Vício Inerente” (2014).
Licorice Pizza (2021)
Em cartaz no CineSesc e indicado ao Oscar 2022 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Roteiro Original, “Licorice Pizza” é a mais recente – e mais leve – produção de Paul Thomas Anderson.
Estrelado por Cooper Hoffman – filho de Philip Seymour Hoffman, que teve papeis marcantes em obras do diretor, com destaque para “O Mestre” (2012) – e Alana Haim, o filme parece reunir todos os elementos para se tornar um novo clássico no gênero da comédia romântica, a começar pela empatia gerada pelos protagonistas, ambos em atuações de estreia.
Ambientada no Vale de São Fernando, região da Califórnia que fica nos arredores de Hollywood, durante a década de 1970, a história traz algumas referências à juventude do próprio Paul Thomas Anderson e a uma série de acontecimentos históricos que marcaram esta geração.
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