7 produções do audiovisual negro paulistano para ver na OJU

27/01/2022

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Filmes que retratam a periferia de São Paulo sob diferentes olhares e o cotidiano da vida na cidade são destaque na programação da mostra no CineSesc 

Com foco na diversidade da produção audiovisual negra recente, a OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros busca destacar a importância do fazer coletivo, respeitando a singularidade dos diferentes sujeitos, corpos e formas de contar histórias no cinema brasileiro. 

Em sua primeira edição, a mostra traz um recorte de curtas, médias e longas metragens produzidos por cineastas negros e negras de diferentes regiões do Brasil. Entre eles, selecionamos sete filmes que foram gravados em São Paulo e refletem a realidade do povo negro na capital paulista. 

  1. O Olhar de Edite 

Dirigido pelo cineasta e poeta Daniel Fagundes, o longa “O Olhar de Edite” (2021) nos apresenta uma mestra da literatura periférica de São Paulo e da cultura popular, a Dona Edite. Natural de Pirapora (Minas Gerais) e diva do Sarau da Cooperifa, um dos mais importantes saraus da periferia de São Paulo, realizado na zona sul da capital, Dona Edite é deficiente visual, mas vê o mundo pelos olhos da poesia.  

Por meio da sua arte, ela dá vida a personagens que foram historicamente oprimidos: as mulheres roceiras, as rezadeiras, os trabalhadores das fábricas, as mães negras das favelas, entre outros.  

Cena do documentário "O Olhar de Edite".
Cena do documentário “O Olhar de Edite”. Foto: Divulgação.
  1. Você Tem Olhos Tristes 

Também trazendo a temática do olhar, o curta-metragem “Você Tem Olhos Tristes” (2020), de Diogo Leite, é uma ficção que retrata a realidade de muitos jovens negros no Brasil: o trabalho estigmatizado pelo preconceito e o sonho com um futuro melhor. O filme conta a história de Luan, jovem que trabalha como bikeboy de aplicativo e enfrenta dilemas e preconceitos na sua jornada diária de entregas na cidade grande. 

  1. Perfifericu 

Já no premiado curta-metragem “Perifericu” (2019) acompanhamos a jornada de Denise e Luz, jovens que cresceram entre canções de rap, louvores de igreja e passos de vogue na Ilha do Bororé, extremo sul de São Paulo. Dirigido de forma coletiva por Nay Mendl, Rosa Caldeira, Stheffany Fernanda e Vita Pereira, o filme foi um dos destaques da 23ª Mostra de Cinema de Tiradentes, onde venceu o Prêmio de Curtas, e também do Festival Mix Brasil em 2019, onde recebeu o prêmio Suzy Capó de obra mais transgressora. 

  1. Negrum 3 

Outro curta que mergulha na trajetória de jovens negros na cidade de São Paulo é “Negrum3″ (2018), de Diego Paulino, um ensaio sobre a negritude, homossexualidade e aspirações espaciais de filhos da diáspora. 

Cena do filme "Negrum 3".
Cena do filme “Negrum 3”. Foto: Divulgação
  1. Quem te Penteia 

As relações entre cabelo, território e as estéticas que nascem das bordas da cidade são o fio condutor de “Quem te Penteia?” (2018), curta-documental que percorre casas e vielas dos bairros Capão Redondo, Jardim Mirim, Grajaú, Guaianazes e Itaquera para discutir temas como ancestralidade, autoestima e economia solidária. O filme é realizado pela Zalika Produções

  1. Sem Asas 

Também entre as produções paulistanas da programação da OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros em cartaz CineSesc, está o curta-metragem premiado “Sem Asas” (2019), de Renata Martins. Filmado na Cidade Líder, na região de Itaquera, zona leste de São Paulo, o filme convida o público a refletir sobre o assassinato de meninos negros no país. 

O roteiro tem como protagonista o estudante Zu, um garoto de 12 anos que se vê entre o sonho e a realidade após sair de casa para comprar farinha para a mãe. A criação do texto, que também é assinado por Renata, teve como inspiração um trágico episódio real: a morte do estudante Douglas Martins Rodrigues, de 17 anos, que saiu de casa para procurar um chaveiro e acabou baleado por policiais militares no Jardim Brasil, zona norte de São Paulo, em 2013. 

Kaik Pereira no curta-metragem "Sem Asas".
Kaik Pereira no premiado curta “Sem Asas”. Foto: Divulgação.

Contemplado no primeiro edital afirmativo voltado para curta-metragistas negros, indígenas, comunidade LGBTQI+, mulheres e pessoas com deficiência da Spcine, “Sem Asas” foi vencedor do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro na categoria de Melhor Curta-Metragem de Ficção em 2020. 

  1.  

Indicado para a mesma premiação, o filme “Rã” (2019), de Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia,  se passa no bairro do Jardim Imperial, onde o descarregamento de uma carga misteriosa no meio da noite termina com um inesquecível churrasco improvisado no dia seguinte. 

Clique aqui para conferir a programação completa da OJU – Roda Sesc de Cinemas Negros no CineSesc e adquirir seu ingresso. 

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