O ano era 1969 e o primeiro homem pisava o solo lunar. Será que naquele momento passou pela cabeça de Neil Armstrong que viagens como aquela seriam o roteiro de férias no futuro? Claro, não precisamente na lua ainda, mas dar uma passeada pela órbita já é uma realidade.
Nada de ônibus ou avião, vamos de foguete! Com destino à gravidade zero! O mineiro Victor Hespanha, morador de Belo Horizonte, foi o primeiro viajante espacial brasileiro que teve uma experiência dessas como passeio. Ele participou nesse mês de junho de um voo suborbital da companhia Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos.
“Foi uma adrenalina grande! Experimentamos por alguns minutos, cerca de três ou quatro a sensação do que é estar em gravidade 0. E com certeza é algo inimaginável, difícil até de descrever, inclusive. É diferente de tudo que já experimentei na vida.”
Victor Hespanha é engenheiro de produção e ganhou a viagem espacial em um sorteio, depois de uma compra digital usando criptomoedas.
No caso de Victor, a cápsula pressurizada acoplada a um foguete, permitia espaço para seis pessoas, e flutuou na órbita do nosso planeta por cerca de dez minutos, numa velocidade de 3,7 mil quilômetros por hora. Imagina quanta coisa não passa pela cabeça numa viagem dessas…
“Pensava no tanto que somos pequenos e preocupamos com problemas pequenos enquanto existe um universo (literalmente) de oportunidades. Brigamos por pouca coisa e focamos em motivações erradas. Percebi também o quanto fomos criados de uma maneira especial, a Terra está posicionada em uma posição ideal, com uma camada de oxigênio que nos permite respirar. Creio que Deus desenhou tudo isso de forma perfeita e única. Foi uma experiência que transformou a forma que vejo a vida. (…) a Terra não está no centro do universo, entendemos que é muito grande, mas quando comparamos com o que é infinito, vemos o quão pequenos somos.”
Pequenez que nos leva a querer mergulhar pela grandeza do Cosmos. Seria a Era do Tursimo Espacial? Se depender de alguns empresários engajados nisso, a resposta é sim.
O passeio de Victor foi só uma amostra do que o mercado do turismo espacial pretende nos próximos anos. A Blue Origin, responsável por essa viagem, pretende comercializar passeios assim com preços entre 200 mil a 250 mil dólares.
O empresário Elon Musk, que comanda a Tesla e a SpaceX, também já se pronunciou inúmeras vezes na imprensa internacional sobre o assunto, apresentando seu projeto de levar turistas para órbita lunar a partir de 2023.
Outra empresa engajada no turismo espacial é a Virgin Galactic, que também já está comercializando passagens para passeios na órbita da Terra. E quando falamos em órbita, falamos em mais de 100 quilômetros do chão!
“Ficamos dois dias em treinamentos intensos no Texas. Inclusive, esses dias foram essenciais e extremamente importantes para que todos se sentissem seguros e confortáveis com os procedimentos no momento do lançamento.”
Só para nos situarmos rapidamente quanto à altitude desse passeio, vamos relembrar nossas aulas de geografia. O nosso planeta é protegido por cinco camadas de atmosfera. Aqui onde estamos é a troposfera, que alcança até 16 quilômetros de altitude. Depois dela vem a estratosfera, camada com espessura de cerca de 35 quilômetros, e é nela que se encontra a camada de ozônio. Depois, vem a mesosfera, com 80 quilômetros de altitude, seguida da termosfera e da exosfera… e aí, já estamos falando de 600 quilômetros de altitude!
A NASA define como espaço altitudes acima de 80 quilômetros. No ano passado o voo da Virgin Galactic alcançou 85 km de altitude, já o da Blue Origin ultrapassou os 100 quilômetros. Mas a SpaceX foi mais longe, seus foguetes alcançam a marca de 190 quilômetros daqui do chão.
Só de tão alto pra conseguir ter ideia da magnitude do nosso planeta. Imagina ter no rolo câmera uma foto dessas nas próximas férias?!
“Antes achava que era impossível, hoje represento uma realidade próxima. Lembro que há poucos anos não se pensava ou falava sobre o tema espacial. Isso é uma prova de que a intenção de democratizar as viagens espaciais tornando-as mais acessíveis é algo presente em nosso meio.”
Apesar de tantos avanços a sensação de estar em órbita ainda é para poucos, mas quem sabe em que em alguns anos eu e você possamos desfrutar de uma imagens dessas aí! Eu já estou com a roupa de ir! E você teria coragem?!
Texto: Pollyana Moda
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