A arte e a geografia de uma cidade

05/02/2016

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Obra Área de soltura sem monitoramento, de Renata Cruz
Foto: Everton Ballardin

Apresentar ao público, de forma poética, moderna, autêntica e ousada, as riquezas naturais e a história de sobrevivência da cidade de Jundiaí, sem minimizar a reflexão da nossa responsabilidade social em virtude do impacto ecológico e a preservação do meio ambiente. Essa é a premissa da exposição Geografias – Antologia de Omissões e Desvelos, aberta ao público de 30 de setembro 2015 a 14 de fevereiro de 2016, no Sesc Jundiaí.

A exposição conta com obras inéditas de sete artistas contemporâneos – Cristina Ataide, Daniel Caballero, Flávia Mielnik, Helen Fagnello, Laura Gorski, Renata Cruz e Renato Leal – e enaltece a fauna, a flora, a Serra do Japi e demais recursos naturais advindos de Jundiaí. Uma cidade muito próxima ao ritmo acelerado da vida nos grandes centros urbanos, como São Paulo e Campinas, mas que ainda mantém uma relação mais próxima do ser humano e a natureza, beneficiada por sua geografia marcante.

A obra, ‘No Entanto, o Rio’, por exemplo, criada pela artista portuguesa Cristina Ataíde, representa em forma de desenho todo o “passeio” realizado pelo Rio Jundiaí, desde a nascente na cidade de Mairiporã, até a sua foz na cidade de Salto, no qual rio se difunde com as águas do Tietê. A arte foi realizada em uma folha de papel com 10 metros de comprimento, contextualizando de forma clara e concisa todas as cidades e bairros por onde o Rio pede passagem.

Já, a artista paulistana, Flávia Mielnik, assina a arte ‘270°’. Trata-se de um vídeo projetado nas colunas circulares do espaço destinado a exposição, no qual exibe a imagem de uma coruja habitante do Jardim Botânico da cidade. A ave, que é da quinta geração da sua espécie, realça o seu olhar incisivo no filme em posicionamento vigilante. Segundo relatos de funcionários e frequentadores do Jardim, o estado de atenção da mesma é para proteger o ninho e os seus filhotes. Do lado de fora da exposição, um sensor de movimento é ativado reproduzindo o “canto” da coruja.

A exposição não se prende apenas ao espaço comumente destinado à exposições, os artistas Daniel Caballero e Renato Leal utilizaram as imediações do Sesc, além do espaço externo, para expor as suas manifestações artísticas. É de assinatura do paulistano Daniel a obra ‘Avalanche’. Realizada em uma das fachadas da unidade, a pintura feita com tinta acrílica exibe o formato de uma grande montanha. ‘Japi’, do santista Renato Leal, toma toda a parede externa do espaço de exposições com minúsculos pedaços de vinil adesivo, que observado a distância reapresenta um corte da Serra do Japi, o grande patrimônio ambiental de Jundiaí.

Para alcançar o desterriorializado, os artistas se debruçaram sobre questões geográficas específicas, trazendo reflexões que poderiam ser traduzidas para outros espaços, cidades e contextos que fogem da realidade de própria cidade, podendo abraçar novos significados para qualquer parte do mundo.

No vídeo, confira o processo criativo dos artistas:

o que:Geografias – Antologia de Omissões e Desvelos
quando:até 14 de fevereiro | Terça a domingo, das 10 às 18h30
onde:Sesc Jundiaí | Av. Antônio Frederico Ozanan, 6600 | 11 4583-4900
ingressos:Grátis.
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