Bianca Pedrina, Jéssica Moreira, Mayara Penina, Regiany Silva e Semayat Oliviera, do Nós, mulheres da periferia para o Sesc
Regina Candido, 47, sempre sonhou em ser enfermeira. Após anos trabalhando como atendente em supermercados, profissionalizou-se por meio de cursos técnicos e, aos 40 anos, realizou o sonho da graduação em enfermagem. Hoje, é pós-graduada em urgência de UTI e trauma.
O primeiro cargo na profissão, no entanto, veio em meio à pandemia, para trabalhar diretamente com pacientes infectados pela COVID-19. “Apesar de toda a tristeza gerada pela doença, algumas portas foram abertas, porque a demanda é grande diante do número de pessoas com COVID-19 e superlotamento de hospitais”, diz.
Linha de frente do combate à doença no país, ao lado de mais de 2 milhões de enfermeiros, sendo 85% composto por mulheres, segundo o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Regina mora em Perus, extremo noroeste da capital paulista, e todos os dias gasta ao menos 3h atravessando a cidade de trem e metrô para cuidar de outras pessoas.
“Minha maior preocupação no início da pandemia era de contrair a doença e passar para os meus familiares. Também tinha medo de morrer, mas minha vontade de cuidar sempre foi maior, mesmo diante da falta de EPIs (Equipamento de Proteção Individual), falta de respiradores. Faltava tudo e ainda tinha a preocupação de ser agredida na rua, porque no início da pandemia estava acontecendo isso”, conta, relembrando quando colegas de profissão apanharam por vestirem jaleco branco.
Ao chegar no hospital, realiza todo o procedimento de segurança. Um funcionário mede a febre e, em caso de temperatura alta, a pessoa já é encaminhada para uma consulta. Lavar as mãos, usar luvas, máscara N95, EPIs (Equipamento de Proteção Individual) adequados e óculos é o básico para todos.
“Eu amo a minha profissão. Eu amo cuidar das pessoas. Eu trabalho na rede SUS (Sistema Único de Saúde), onde há pessoas em situação de vulnerabilidade social. E nesse momento de dor e de doença, eu me sinto útil”, relata a enfermeira, que se reveza entre duas unidades de saúde em jornadas de 12×36, sendo 12 horas ininterruptas de trabalho, seguidas de 36 de descanso.
Perguntada como ela tem cuidado de sua própria saúde mental em meio ao caos instalado na saúde, ela diz que as únicas coisas que ainda consegue fazer são assistir televisão ou conversar com a filha e a irmã. “Com a minha rotina, fica difícil fazer alguma coisa”.
Morando sozinha, não tem energia para cozinhar ou limpar a casa, por isso pede a comida e contrata uma diarista. “Tento cuidar do meu emocional diante das situações vivenciadas durante o plantão. Pior que a sobrecarga e exaustão do trabalho, é a sensação de impotência quando perdemos um paciente para a Covid-19. Ver um familiar chorando gritando pelo óbito ocorrido é triste, essa cena chega doer na alma”, desabafa.
“Além de atingir o psicológico, com medo de contrair a doença e passar para a família, também me sinto sozinha e triste por ter que me afastar de todos. Isso tem causado certa depressão, acredito que na maioria dos profissionais de saúde”, conta.
Passado um ano, seu maior desafio está ligado à exaustão no atendimento. Um dos hospitais onde atua continua lotado e com poucos funcionários diante da demanda. “Muitas pessoas estão espalhadas pelos corredores, não tem mais vaga na UTI a não ser quando tem óbito. É preciso escolher quem tem mais chance de viver. É a realidade, infelizmente”.
As aflições de Regina se repetem em todo o Brasil. Pesquisa realizada pela Fiocruz intitulada Condições de Trabalho de Profissionais da Saúde no Contexto da Covid-19, ouvindo profissionais de todo o país, mostra que a pandemia alterou de forma significativa a vida de 95% desses profissionais. O estudo mostra, ainda, que 50% admitiram excesso de trabalho ao longo da crise sanitária, com jornadas além de 40 horas semanais e 45% apontam que necessitam de mais de um emprego para sobreviver.
“Não somos heróis, também temos sentimentos, sofremos todos os plantões pela perda de vários pacientes que não resistem à COVID-19. Fazemos de tudo pelos que têm chance de viver. A verdade é que tenho muita empatia pelos pacientes, penso que poderia ser minha mãe, meu pai, irmãos ou filhos”.
Um dos seus maiores temores virou realidade em setembro de 2020, quando ela, a filha, o genro e os dois netos testaram positivo para a COVID-19. Ela ficou de cama por 15 dias, mas com a melhora do quadro já voltou a trabalhar. “Foi muito difícil estar com COVID-19 porque não conseguia sair da cama, estava muito fraca, com muito desconforto respiratório e muita dor. Não tinha remédio que passasse. Quem cuidou de mim foram meus filhos e uma irmã. O restante da família tinha medo de chegar perto e contrair a doença”.
O medo de Regina também pode ser sentido nas falas da auxiliar de faturamento Rosangela da Silva Campos, 39. “Minha maior preocupação era não pegar Covid-19 no começo, pois se tratava de uma doença nova, sobre a qual pouco se sabia”, conta.
Com uma trajetória em supermercado há 16 anos, da frente de caixa ao departamento fiscal, nos últimos tempos ela gerenciava a entrada de todos os produtos que chegavam ao estabelecimento, antes mesmo de ir às prateleiras. Seu trabalho foi uma das atividades essenciais que não parou desde o início da crise do novo coronavírus.
Antes da pandemia, era de lotação que ela se locomovia da sua casa, na Cohab José Bonifácio, até a Penha, ambas na zona leste de São Paulo. Em março de 2020, passou a utilizar apenas um ônibus, para se expor menos ao ambiente coletivo, onde sempre usa máscara. “As pessoas evitavam ficar perto de mim, quando me viam de máscara, porque achavam que eu estava doente. Eu achava ótimo”.
Com o aumento de casos e mortes, ao longo dos meses ela sempre se perguntava quanto tempo conseguiria se manter livre da doença. Além da exposição diária no trajeto, cada vez mais colegas testaram positivo para o vírus, tornando a doença mais próxima e o medo de contraí-la ainda mais latente.
Mas a parte mais difícil, sem dúvida, foi se afastar da filha para protegê-la. “Minha filha teve de morar com minha mãe e minha irmã, para evitar ao máximo expor ela ao vírus, já que eu e o pai passávamos o dia inteiro fora, trabalhando”.
De um lado, Maria Eduarda – Duda, de 9 anos, tentava se acostumar com a ausência dos pais e as mudanças no ensino à distância, com choros acalmados pelas familiares. Do outro, Rosangela, sofrendo com o medo e a saudade. Toda noite, elas faziam videochamada antes de dormir: “boa noite, dorme com Deus, Deus te proteja e te guarde, qualquer coisa me liga”, recomendava a filha.
No domingo, seu único dia de folga na semana, Rosangela levava a filha para casa. Passava o sábado à noite fazendo faxina em toda a casa com cândida. Quando a filha chegava, permanecia de máscara com receio de contaminar a criança.
Depois de um ano de pandemia, Rosangela decidiu deixar o trabalho para investir na carreira de assistente social, já que falta apenas um semestre para a conclusão da graduação. Nesse tempo, aprendeu a meditar para lidar melhor com a ansiedade e os medos. “Também passei a me exercitar em casa e fazer caminhadas sozinha, em horários em que a rua tem menos movimento”, conta.
Apesar disso, cuidar da saúde emocional continua sendo um desafio. “Eu acreditava que um ano depois tudo estaria melhor, tento ter esperança, mas tudo ficou pior, eu tenho muita ansiedade, pensando sobre o que ainda pode acontecer”. A filha voltou a morar com ela. Em casa, agora pode acompanhar os estudos de Duda e sente sua família mais protegida, já que não precisa estar todo dia na rua.
Os desafios da educação à distância de Duda, agora assistida mais de perto pela mãe, também angustiam a professora Daniele Lima, 38, que atua na rede pública municipal do Campo Limpo, zona sul de São Paulo.
Adepta da pedagogia de projetos, Daniele vive a realidade de muitas professoras que viram seus projetos como clubes de leitura, saraus, grupos e rodas de conversa sendo suspensos. Como outros colegas, assim que a pandemia foi decretada, iniciou postagens de conteúdo no Google Sala de Aula [Serviço gratuito do Google que permite criar um ambiente onde o professor pode compartilhar materiais com os alunos].
“Foi um momento de bastante pesquisa e aprendizagem, pois tínhamos que ter material em PDF de qualidade, baixar e produzir vídeos explicativos e interessantes, achar aplicativos para deixar as postagens mais dinâmicas”, conta.
Mas, ao lado desses empecilhos, havia também outro desafio ainda mais complexo para resolver à distância. “Todos vão conseguir ter acesso? Quais os sentimentos e emoções estão vivenciando no momento? E tantas outras questões ligadas mais à saúde mental que propriamente ao conteúdo escolar”, relata, referindo-se à preocupação com seus estudantes.
Entrando no segundo ano de pandemia, a esperança na ideia de que “vai passar” vai esmorecendo, e Daniele e seus colegas de trabalho inferem que a questão das emoções e sentimentos é muito mais importante que o conteúdo escolar.
“Já estamos mais habituados aos ambientes tecnológicos de aprendizagem. Contudo, as questões sobre saúde mental ainda são o ponto crucial, pois escola é interação, convívio, contato e, apesar das redes sociais e tecnologias auxiliarem muito, não suprem a necessidade de como saber lidar com as angústias, o medo e as incertezas, principalmente neste momento que a pandemia está alarmante em nosso país e não temos qualquer esperança em ações rápidas e seguras para poder ir trabalhar, estudar”, desabafa.
Diante desse cenário, a equipe de professores da escola organizou atividades que passaram a integrar o conteúdo escolar. Sarau virtual para recitar poesia e expressar os sentimentos em meio à pandemia e lives para refletir sobre sentimentos e emoções envolvendo crianças, adolescentes e também seus responsáveis.
Ela avalia com êxito as ações propostas. “A participação foi muito boa e após esse momento percebemos a necessidade de criar um espaço de fala e escuta, de desabafo e troca de ideias na nossa comunidade, em um momento em que muitos estavam se sentindo sozinhos, tristes e angustiados”.
Depois de ouvir sobre sua rotina de trabalho e desafios, o Nós, mulheres da periferia perguntou: Mas e sua própria saúde mental? “Tenho tentado cuidar da minha saúde mental de várias formas, tentando de tudo um pouco. Em um primeiro momento, fui lendo sobre saúde mental e recorrendo aos profissionais da área na busca de orientação e auxílio”, contou.
Entre 16 e 28 de maio de 2020, a Nova Escola realizou a pesquisa “A situação dos professores no Brasil durante a pandemia”, que contou com mais de 8,1 mil respondentes da Educação Básica. Apenas 8% declararam se sentir ótimos ao comparar sua saúde emocional com o período pré-pandemia. Outros 28% a consideraram péssima ou ruim neste momento, e 30% classificam como razoável. Nos comentários, entre os termos mais utilizados pelos professores para descrever a situação aparecem ‘ansiedade, cansaço, estresse, preocupação, insegurança, medo, cobrança e angústia’.
“Os professores trabalharam muito na pandemia tentando buscar conteúdos de qualidade para as crianças e adolescentes, mas as questões de saúde mental ainda precisam ser debatidas e valorizadas”, salienta. “Sem saúde mental não se aprende, não se consegue trabalhar de forma satisfatória. Na escola, se fala pouco de saúde mental e, quando se toca no assunto, ainda não temos ações e atividades que possam nos ajudar a lidar com as cobranças diárias e ter qualidade de vida”.
Daniele continua mantendo o isolamento social, já que não se sente segura em voltar ao modelo presencial, e acredita que deve haver uma pressão social para que a vacinação aconteça para todos o mais rápido possível. “No momento é a única solução para que possamos reestabelecer rotinas de convivência presencial em escolas e outros ambientes que são de aglomeração em sua essência”.
Trabalhar em casa também foi a alternativa da manicure Ana Paula de Souza, de Americanópolis, zona sul de São Paulo. Logo no começo de 2020, ela parou de pagar o aluguel do espaço onde estava e sua casa virou seu local de atendimento.
A ideia era aumentar os lucros, mas Ana não previa o inesperado: uma pandemia. “Foi a melhor coisa porque eu não ia ter como pagar o aluguel. Graças a Deus que eu já estava trabalhando em casa. Além de poder estar com a minha filha, uma vez que ela não está tendo aula presencial”, diz.
Depois de interromper o trabalho por um período, a manicure precisou se adequar às exigências sanitárias e retomou os atendimentos. Álcool em gel e intervalo de 30 minutos para higienização do espaço é sua nova realidade. Mas é comum ter que relembrar as clientes que ainda estamos em uma pandemia.
“Um dia, uma cliente chegou junto com uma amiga, mas eu disse que só uma poderia subir. Ela não gostou e disse que não se importava, só que respondi que eu sim. Até porque é a minha casa, eu preciso proteger a minha família. A cliente nunca mais voltou”, contou.
Lidar com todas as mudanças fez com que Ana e o marido, produtor de eventos, tivessem que rever as prioridades das contas. Conseguiram negociar o aluguel e reduzir o valor junto à proprietária da casa, mas a escola da filha é paga em um mês e no outro não. “Mas não estamos conseguindo pagar todas as contas não. Algumas ficam e a gente vai pagar quando Deus quiser e as coisas voltarem a melhorar”.
No meio da pressão em manter o mínimo funcionando, Ana deixou de lado aquilo que a ajudava a manter a saúde mental. Meditar, ler, participar de reuniões religiosas online, e caminhar eram atividades que, até o meio de 2020, faziam parte da sua agenda. Hoje, não vê mais espaço para nenhuma delas.
“Não tenho tempo. Quando posso, saio para andar, só que também não tá podendo, então eu me sinto sem saída”, desabafa. A profissional se sente pressionada psicologicamente, porque além do medo, tem visto aumentar o número de pessoas passando necessidade. “Isso está próximo da gente, mas não tá dando pra ajudar porque também estamos em uma situação difícil”.
Segundo o último balanço do Ministério da Cidadania, o Brasil tinha em 2020 14 milhões de famílias em situação de extrema pobreza, o que equivale a 40 milhões de pessoas vivendo com renda per capita mensal de R$ 89 no país.
Uma coisa que Ana deixou de fazer foi assistir ao telejornal. “Quando vejo que é uma reportagem muito pesada eu não assisto, porque isso deixa a gente pior”, conta. E outro fato que a tem deixado agoniada é saber que a crise ainda irá se estender. “É algo a longo prazo, porque, além de tudo que a gente tá vivendo agora, as consequências vão demorar muito tempo pra gente suprir. Tanto econômica como psicologicamente e com relação à educação também”.
Agora, a manicure está em busca de um emprego fixo para ajudar a garantir as contas básicas de água, luz e internet. A saúde mental perde espaço na agenda, deixando o tempo que sobra para o trabalho. “Se eu conseguir um emprego de segunda a sexta, vou fazer os atendimentos no sábado e, eventualmente, atender algumas clientes depois de chegar em casa durante a semana. Se eu conseguir conciliar, essa é a minha intenção. Quanto mais coisas melhor”.
Passado mais de um ano da pandemia, as faltas de expectativas também têm afetado a saúde mental da população, principalmente das mulheres. Em junho de 2020, um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) ouvindo 1.460 pessoas de todo o país, apontou um aumento de mais de 90% nos casos de depressão.
Se o quadro já era preocupante, com a segunda onda da doença, isso tem se agravado ainda mais. É o que afirma também a psicóloga Ana Carolina Barros Silva, 30, coordenadora geral da Casa de Marias, que realiza atendimento psicoterapêutico focado em mulheres negras e periféricas.
A psicóloga ressalta que a procura por atendimento subiu não só na Casa de Marias, mas também em outros espaços que prestam o serviço. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, a demanda aumentou 82% em consultórios particulares de todo o país. O número de atendimentos nos 95 endereços dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de São Paulo passou de 24 mil em setembro de 2019, para 52 mil em outubro de 2020.
Diante do aumento de casos mais graves de doença psíquica, a Casa de Marias lançou uma iniciativa gratuita de mapeamento por territórios mostrando quais são os dispositivos que podem ser acionados para o devido encaminhamento.
“São famílias majoritariamente negras, de periferia, e que têm um familiar que, por algum motivo pré-existente, desencadeia um quadro mais agravado psíquico, chegando inclusive num surto ou processo alucinatório, podendo se tornar violento”, explica. “Por vezes, a pessoa não tem essa informação de qual serviço acionar. Tentamos ajudar, mapeando por território quais são os dispositivos de saúde mental que a gente pode encaminhá-la.”
Esses agravamentos têm reflexos mais perversos quando fazemos o recorte de gênero, raça e território. “Eu percebo que tem uma quase produção de enlouquecimento. São mulheres que se percebem absolutamente isoladas e com uma série de sobrecargas, sem ter, muitas vezes, uma rede de apoio”, aponta Ana Carolina.
“As mães solo, em especial, têm que lidar com a educação dos filhos, trabalho ou a falta dele. Isso tem causado uma desestabilidade emocional de um jeito muito severo para essas mulheres”, ressalta a psicóloga, que acredita que os contextos sociais no qual esse grupo está inserido também se tornam impeditivos no atendimento psicológico, mesmo quando é gratuito.
“Às vezes, essa pessoa não tem espaço em casa, não tem estrutura ou tempo para dedicar uma hora do seu dia para uma sessão de psicoterapia. Uma mãe solo, que momento ela vai se desconectar de todas essas demandas, de todas essas responsabilidades para dedicar para ela mesma?”, pondera.
O contexto pandêmico, atrelado aos fatores de sobrecarga das mulheres, resulta na falta de tempo com elas próprias, postergando a procura por ajuda, e fazendo-a apenas quando sentem que já chegaram no limite.
“Para as mulheres negras que conviveram ao longo da vida com a ideia de que elas têm que dar conta de tudo e serem fortes, corajosas e superar todas as adversidades, muitas vezes é difícil dizer que tem um limite, porque isso cai muito num lugar da fraqueza”, explica.
Para Ana, um dos caminhos é tentar perceber o nível de dificuldade que você está ao lidar com seu próprio sofrimento e pedir ajuda. “A pessoa vai percebendo que as coisas já não estão tão manejáveis quanto estavam antes. E aí acho que é o momento de pedir ajuda antes do agravamento”.
A psicóloga também aponta alternativas para tentar minimizar essa pressão psicológica causada pelo atual cenário. “É importante ter alguma forma de extravasar, desconectar dentro das suas condições e realidade. É possível conversar com uma amiga ou reservar um tempo para ouvir música, além de tentar buscar maneiras de estar presente e não se culpar de não estar dando conta de tudo; fazer o que é possível dentro das condições impostas.”
Além da Casa de Marias, outros projetos psicoterapêuticos gratuitos ou de baixo custo voltados às mulheres periféricas e negras também podem ser acessados:
A Roda Terapêutica das Pretas promove atendimentos grupais e oficinas para mulheres negras nas diferentes zonas da cidade de São Paulo;
A Bordar Espaço Terapêutico é um espaço pensado para promoção de ações de autocuidado da população periférica, cursos, oficinas, cine debate e mobilização;
O Mapa do Acolhimento é uma iniciativa que conecta mulheres que sofrem ou sofreram violência de gênero a psicólogas e advogadas voluntárias;
O Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito, por meio de atendimento exclusivamente pelo telefone 188 ou pelo site https://www.cvv.org.br/.
O Instituto AMMA Psiqué atua na compreensão, prevenção e enfrentamento dos efeitos psicossociais do racismo e do sexismo.
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Esta reportagem faz parte do projeto Inspira – Ações para uma vida saudável, que traz reflexões sobre saúde mental nos campos do indivíduo, da sociedade e do trabalho. O conteúdo foi elaborado pela organização de jornalismo “Nós, Mulheres da Periferia” – acesse o site e as redes sociais da iniciativa para mais informações.
Conheça a programação do projeto em sescsp.org.br/inspira.
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