A Lei da Água (Novo Código Florestal) / Foto: André D’Elia

A fim de sensibilizar sobre a necessidade da utilização da água de maneira responsável, o Sesc SP, no mês de junho, intensifica suas atividades relacionadas ao tema da água. Entre as ações previstas haverá exibição do filme “A Lei da Água” (Novo Código Florestal), do cineasta André D’Elia.

O desmatamento das florestas brasileiras não tem parado nos últimos anos. O fato é que a conservação deste patrimônio natural significa a manutenção da vida. As florestas são importantes na manutenção do clima, colaboram para assegurar a biodiversidade e ainda preservam mananciais responsáveis pela formação dos cursos d’água.

O documentário trata sobre o novo Código Florestal Brasileiro, abordando a sua repercussão, as mudanças por ele provocadas e como isso poderá afetar a forma de se lidar com o ambiente, a floresta, o solo, a produção de alimentos e a vida das pessoas. Ao longo de 16 meses, D’Elia realizou 37 entrevistas envolvendo ambientalistas, ruralistas, cientistas e agricultores buscando retratar aspectos da realidade local que conjugam situações de degradação ambiental como práticas agrícolas sustentáveis.

O diretor conversou com a EOnline sobre este filme que será exibido em várias unidades do Sesc SP: 

EOnline: Você possui experiência e conhecimento sobre questões ambientais e sociais em razão dos trabalhos já realizados ao longo de sua carreira. Mas, durante a produção do filme “A Lei da Água (Novo Código Florestal)” quais foram os aspectos mais significativos que puderam ampliar a sua compreensão sobre o problema da água? 

André D’Elia: Antes e durante o processo de produção do filme ocorre a pesquisa segmentada que consiste em se aprofundar e identificar o que chamamos de “plots” ou blocos. No caso do filme “A Lei da Água (Novo Código Florestal)” a pesquisa foi muito rica e reveladora; minha compreensão do problema foi ampliada à medida que os aspectos técnicos da nova legislação florestal iam se esclarecendo. Entender a função do controle biológico de pragas me foi especialmente surpreendente; não é tão evidente quais são os benefícios de uma floresta para a agricultura. A floresta é essencial para manutenção da água e fertilidade do solo, ou seja, no ponto de vista dos interesses econômicos a floresta é importantíssima. 

EOnline: Como foi entrar em contato com a pluralidade de realidades e de personagens que compuseram o contexto da produção do filme, considerando a presença de ambientalistas, ruralistas, cientistas e agricultores? 

André D’Elia: É muito importante saber aceitar as diferenças de pontos de vistas. Costumo dizer que não precisamos concordar com tudo, mas devemos sempre dar o direito à discussão. Discutir é extremamente saudável. 

EOnline: No decorrer da sua carreira e, especialmente, no período de realização do filme, quais foram os elementos que mais impressionaram em relação à situação atual de conservação ambiental?

André D’Elia:  No decorrer da minha carreira o que mais me impressionou foi a degradação do rio Xingu no Estado do Pará. Em 2010 conheci um rio esplendido de águas cristalinas azul turquesa que banhavam longas praias de areia branca cujos únicos visitantes eram jacarés, tracajás, aves e ocasionalmente indígenas. No começo do ano de 2015 estive em Altamira me deparei com um rio denso, esverdeado e mal cheiroso. Em tão pouco tempo conseguiram poluir tanta água. 

EOnline: Para as pessoas que ainda não assistiram ao filme o que elas podem esperar? Para aquelas que já assistiram o que vale à pena propor como forma de ampliar o debate? 

André D’Elia: Quem não assistiu ao filme ainda, assista, pois há muitas informações importantes e relativas a você e a sua família. Você poderá assistir nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília  a partir do dia 14 de maio, ou no Google Play, Itunes e Vimeo On Demand.  Para quem já viu, vale a pena colaborar com nossa campanha de mobilização e cine debates em https://agua.catarse.me, mobilizar suas redes; sua escola, universidade ou comunidade. Ajude a levar informação para outras pessoas. Para acompanhar questões relativas à legislação florestal federal e sua implementação acesse http://www.observatorioflorestal.org.br.

Confira as datas e locais de exibição do filme no Sesc SP.