Entre os dias 19 e 22 de outubro, a Festa Literária Internacional de Paraty – Flip e o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo promovem uma série de debates que tem como foco a discussão da obra de Maria Firmina dos Reis.
Ao longo de quatro painéis, professores, pesquisadores e artistas discutem a importância da autora homenageada da 20ª Flip para a literatura brasileira.
Considerada a primeira romancista brasileira, a escritora Maranhense Maria Firmina dos Reis receberá essa justa homenagem, que reafirma o propósito da Flip de se conectar com pessoas das mais variadas origens e trajetórias para fazer o Brasil conhecer mais de si mesmo.
E reforça o desejo de que a pluralidade de discursos possa ser ouvida em Paraty e levada para longe por cada pessoa que participar da festa.
O primeiro debate, aliás, parte da premissa de que a entrada de Maria Firmina dos Reis na história da literatura brasileira ilumina as disputas e as rasuras à narrativa tradicional do cânone.
No dia 19/10, com mediação de Fernando Bastos, Eduardo de Assis Duarte, Denise Carrascosa e Fernanda Miranda encontram-se para discutir em que medida a obra da escritora evidencia as falhas das tentativas de criar uma história linear e pacificadora sobre a produção literária local.
No dia seguinte, 20/10, Milena Britto conversa com Luciana Martins Diogo, Régia Agostinho da Silva e Luiz Mauricio Azevedo. A discussão parte do romance de estreia da autora para discutir a abolição, tema caro para a obra de Maria Firmina dos Reis. Em Úrsula, os personagens representam um relato importante para a ficção que defende o abolicionismo, servindo também para que, mesmo nos dias de hoje, possamos entender a condição negra no século 19.
No terceiro encontro, dia 21/10, Matheus Gato, Mirian Cristina dos Santos e Juliano Carrupt do Nascimento, mediados por Dulci Lima, refletem em que medida a biografia da escritora é ponto fora da curva em nossa tradição literária, de modo a aprofundar o debate sobre o papel de Maria Firmina na longa linhagem de artistas, profissionais das letras e educadoras que formam a intelectualidade negra brasileira.
No último encontro, dia 22/10, pretende-se reconhecer, em dois momentos, de que forma o público tem incorporado a produção de Maria Firmina dos Reis. Primeiro é a vez de Pedro Meira Monteiro reunir Lívia Natália e Regina Azevedo, três poetas que representam esse legado de coragem e amor pela poesia, e que, tal como Maria Firmina, batalham para que a literatura seja democratizada. Logo em seguida, para celebrar a força da oralidade, acontece uma apresentação artística do Slam das Minas, batalha poética que nasceu em São Paulo, e que atua com literatura em diversas linguagens, explorando as construções possíveis através das palavras.
Em 2022, a Flip celebra seus 20 anos, em edição presencial que acontece de 23 a 27 de novembro, em Paraty.
Além de diversos autores nacionais e internacionais, escolhidos para trazer para o centro dos debates a pluralidade de visões e sensibilidades que estão em jogo na contemporaneidade, a programação principal contará ainda com duas duas mesas à obra de Maria Firmina dos Reis.
Para conferir a programação completa, acesse o site da Festa Literária Internacional de Paraty – Flip.
19/10
19h30 – Maria Firmina dos Reis e o cânone
Com Eduardo de Assis Duarte, Denise Carrascosa e Fernanda Miranda.
Mediação: Fernanda Bastos.
20/20
19h30 – Úrsula e os abolicionismos
Com Luciana Martins Diogo, Régia Agostinho da Silva e Luiz Mauricio Azevedo.
Mediação: Milena Britto.
21/10
19h30 – A trajetória de Maria Firmina dos Reis na história da intelectualidade negra
Com Matheus Gato, Mirian Cristina dos Santos e Juliano Carrupt do Nascimento.
Mediação: Dulci Lima.
22/10
11h – A poesia de Maria Firmina dos Reis e a produção contemporânea
Com Lívia Natália e Regina Azevedo.
Mediação: Pedro Meira Monteiro
Apresentação Slam das Minas.
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