Cooperativismo de plataforma: uma opção possível?

28/07/2021

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Aline Os, do Coletivo Señoritas Courier. Ela está de pé ao lado de sua bicicleta com uma camiseta escrito “Pedale como uma garota”. Foto: Carol Tereza

Neste mês de agosto de 2021 começa a primeira edição do Territórios do Comum – ação em rede voltada ao tema da cidadania em suas múltiplas dimensões (sustentabilidade, valorização social e acessibilidade) e possibilidades de colaboração entre as iniciativas sociais presentes nos territórios onde estão inseridas as Unidades do Sesc.

Como parte da programação, o Sesc Avenida Paulista promove a série de encontros Cooperativismo de plataforma: uma opção possível? 

Serão sete encontros com iniciativas localizadas em plataformas digitais (aplicativos, sites e perfis em redes sociais) que possuem o objetivo comum da promoção de relações sociais, econômicas e culturais pautadas pela cooperação, solidariedade e equiparidade de direitos.

Todos os encontros contarão com tradução em Libras.

Autonomia financeira sustentável
Na contramão de uma crescente precarização das relações de trabalho e das relações pessoais, essas iniciativas buscam conectar pessoas e práticas em processos que gerem uma autonomia sustentável e igualitária para trabalhadores, grupos sociais, consumidores e demais envolvidos.

A mediação é de Fabrício Barili, membro do Digilabour, laboratório de pesquisa que produz investigações em torno das conexões entre mundo do trabalho e tecnologias digitais. É graduado em Comunicação Social e mestrando em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS).

Quando serão os encontros?
As atividades acontecem de 11/8 a 22/9, sempre às quartas, das 19h às 21h30.
Os encontros serão realizados pela plataforma Zoom.

Como se inscrever?
As inscrições valem para todos os encontros e podem ser feitas AQUI.
 

Programação dos encontros:


DIA 11/8, QUARTA
Cooperativismo de plataforma: uma opção possível? 

Victor Barcellos (Foto: Tales Duarte) e Rafael Zanatta (Foto: Yasmin Victorino)

Apresentação geral dos encontros, assim como dos aspectos conceituais do chamado “cooperativismo de plataforma”. Serão expostas experiências de construção de alternativas de atuação de trabalhadores, ONGs e startups nesse novo formato, além da discussão do atual cenário das relações sociais e de trabalho na era dos aplicativos.

Com Victor Barcellos (Instituto de Tecnologia e Sociedade – ITS Rio) e Rafael Zanatta (Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa).


DIA 18/8, QUARTA
A ciência do aplicativo na construção de mundos sustentáveis 

Cataki – Pimp My Carroça. Foto: Ana Oshiro


A partir da experiência bem-sucedida do aplicativo Cataki, o encontro trará outras iniciativas que abordam a criação e uso de aplicativos e que incentivam a reciclagem de resíduos (inclusive eletrônicos), atuando em sintonia com pesquisadores, coletores e comunidades.

Com Patrícia Rosa e Renato Ruiz (Cataki – Pimp My Carroça), Andreia Rabelo (Recicle Mais), Carlos Martelini e Dra. Beatriz Pinheiro (Recyclin).


DIA 25/8, QUARTA
Autogestão e mobilidade através de experiências de entregadores de bicicleta   

Pedal Express. Foto: Vinicius Hax


Encontro para a apresentação das iniciativas “Pedal Express” e “Coletivo Señoritas Courier” e discussão sobre as experiências de autogestão democrática dentro dos grupos, levando em consideração o cenário das plataformas digitais.

Com Vinicius Hax (Pedal Express) e Aline Os (Coletivo Señoritas Courier).


DIA 1/9, QUARTA
Pagando o justo pelos produtos dos povos e comunidades tradicionais brasileiros

                                                Plataforma Castanhadora. Foto: Maicon Aruá


Encontro entre as plataformas “Castanhadora” e “Tucum Brasil” no qual compartilharão seus processos e histórias na construção de redes de comércio que operam com valores justos para a venda da castanha e para os produtos artesanais dos povos indígenas brasileiros.

Com Daniel Tygel e André Segura Tomas (Castanhadora) e Amanda Santana (Tucum Brasil).


DIA 8/9, QUARTA
Promoção e autonomia nas redes artesanais nacionais

Projeto Artesol – etnia Yawanawa no Acrre. Foto: Camila Pinheiro / Projeto Mãos


Com o intuito de fortalecer as redes de artesãos nacionais por meio de valores como o cooperativismo e a autogestão, as iniciativas “Artesol” e “Design Possível” são as convidadas deste bate-papo sobre promoção e autonomia nas redes artesanais nacionais.

Com Josiane Masson (Artesol) e Julia Asche (Design Possível).


Quarta, 15/9
Tecnologias assistivas: a inclusão social pela via digital I

Aplicativo Expressia TIX


A proposta do encontro é refletir sobre como plataformas digitais podem estimular e subsidiar a autonomia das pessoas com deficiência. Participam da mesa Ronaldo Tenório, do aplicativo “Hand Talk”, um tradutor para a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Suely Maciel do aplicativo “Biblioteca Falada”, que realiza a transformação de textos literários e jornalísticos, dos formatos impresso e digital, para o áudio.

Com Adriano Assis (Expressia TiX) e Suely Maciel (Biblioteca Falada).


DIA 22/9, QUARTA
Tecnologias assistivas: a inclusão social pela via digital II
 

Ronaldo Tenório (Hand Talk)

Neste segundo encontro com o tema das tecnologias assistivas, serão apresentadas duas iniciativas que abrangem diferentes tipos de deficiência: o aplicativo “Guida de Rodas”, que é um guia colaborativo de consulta e avaliação de lugares acessíveis para pessoas com dificuldade de locomoção, e o aplicativo Expressia Tix, que ajuda pessoas não verbais ou com dificuldades na fala a se comunicarem facilmente.

Com Bruno Mahfuz (Guia de Rodas) e Ronaldo Tenório (Hand Talk).

Saiba mais sobre quem participa


Fabrício Barili
Membro do Digilabour, laboratório de pesquisa que produz investigações em torno das conexões entre mundo do trabalho e tecnologias digitais. Possui graduação em Comunicação Social e é mestrando em Ciências da Comunicação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Site pessoal.

Rafael Zanatta
Diretor de pesquisa da Associação Data Privacy Brasil de Pesquisa e professor do Data Privacy Brasil. Mestre e doutorando pela Universidade de São Paulo. Foi líder de projetos do InternetLab e pesquisador da Escola de Direito da Fundação Getulio Vargas. Linktree.

Victor Barcellos
Pesquisador do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio) e Doutorando em Comunicação e Cultura na UFRJ. Mestre em Ciência da Informação pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia em convênio com a Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBICT-ECO/UFRJ). Twitter.

Cataki e Pimp My Carroça (São Paulo, SP)
Cataki é o aplicativo criado em parceria com a ONG PimpMy Carroça,  que  se propõe a aproximar geradores e catadores de resíduos, aumentando reciclagem e renda do modo justo e solidário. Representantes: Patrícia Rosa e Renato Mota Ruiz.

Recicle Mais (Divinópolis, MG)
Aplicativo criado por estudantes do Cefet em Minas Gerais, voltado à implantação da coleta seletiva de lixo em Divinópolis (MG). Lançado em 2019 e desenvolvido a pedido da ONG Lixo e Cidadania para integrar os coletores de lixo com as famílias que fazem a separação do lixo em casa. Representante: Andreia Rabelo. Release.

Recyclin (Garça, SP)
Criado por estudantes de Engenharia de Computação da Univesp, o aplicativo gerencia o lixo eletrônico, identifica os locais de coleta mais próximos ou agenda a retirada dos equipamentos na própria residência dos munícipes, por recicladores locais. Representante: Carlos Martelini e Profª Drª. Beatriz Pinheiro.

Coletivo Señoritas Courier (São Paulo, SP)
Fundado por Aline Os, a rede realiza serviço de coleta e entrega de encomendas na cidade de São Paulo. Iniciativa feita por mulheres e pessoas LGBTQIA+, atuando exclusivamente de bicicleta. Representante: Aline Os.

Pedal Express (Porto Alegre, RS)
grupo atua em Porto Alegre com serviço de mensageria em bicicleta. Realizam entregas de documentos, pacotes, caixas e demais itens, sempre feitas com mochilas de diferentes tamanhos. Representante: Vinícius Hax.

Castanhadora (Brasília, DF / Belém, PA)
Castanhadora é um aplicativo que ajuda as famílias a gerenciarem os custos de produção e calcular o preço de venda da castanha durante a safra. Ferramenta que acompanha o ciclo e impede que o produtor tenha prejuízo na hora de vender. Representante: Daniel Tygel (Coletivo Eita!) e André Segura Tomasi (Instituto Internacional de Educação do Brasil – IIEB).

Tucum Brasil (Teresópolis, RJ)
Empresa que tem como principal intenção promover a valorização das artes dos povos indígenas. Assessoram organizações indígenas na estruturação da cadeia produtiva do artesanato, no desenvolvimento de seus negócios e parceiros comerciais na venda de produtos. Representante: Amanda Santana.

Artesol (São Paulo, SP)
Artesol tem como missão promover a salvaguarda do fazer artesanal de tradição cultural, estimulando a autonomia dos artesãos e o seu desenvolvimento sociocultural e econômico no Brasil. Representante: Josiane Masson.

Design Possível (São Paulo, SP)
Design Possível articula, fomenta e fortalece de forma cooperativa e autogestionária iniciativas de impacto social e/ou ambiental, formando uma rede que promova transformações positivas para a sociedade. Representante: Julia Asche.

Guia de Rodas (São Paulo, SP)
Na plataforma colaborativa, qualquer pessoa pode avaliar ou consultar a acessibilidade física dos locais que visita, conferindo assim previsibilidade para que pessoas com deficiência ou restrição de mobilidade possam planejar melhor seus destinos. Também estimulam os estabelecimentos a aprimorarem sua estrutura e atendimento para receber todos. Representante: Bruno Mahfuz.

Hand Talk (Maceió, AL)
Criado pela Sururu Valley, o aplicativo funciona como um tradutor de bolso, traduzindo texto e voz automaticamente para Libras, além de ter uma seção educativa com uma séria de vídeos onde ensinam sinais e expressões em Libras para os interessados na língua. o app ganhou em 2015 pela ONU o prêmio de Melhor App Social da América Latina. Representante: Ronaldo Tenório. Site. Baixe o aplicativo.

Expressia TIX (Belo Horizonte, MG)
Expressia TIX é um aplicativo que ajuda pessoas não verbais ou com dificuldades na fala a se comunicarem facilmente. Tem como público-alvo pessoas que são incapazes de se comunicar verbalmente por diversas razões, como em decorrência do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Representante: Adriano Rabelo Assis.

Biblioteca Falada (Bauru, SP)
Biblioteca Falada é um projeto de extensão da UNESP e realiza a transformação de textos literários ou jornalísticos, dos formatos impresso e digital, para o áudio. Também são realizadas audiodescrições de imagens, fotografias, desenhos, filmes, videoclipes e outros produtos audiovisuais. Representante: Profª Drª. Suely Maciel.

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Para ampliar possibilidades de trocas de conhecimentos e práticas entre as pessoas e coletivos envolvidos e interessados no tema, o Sesc São Paulo realiza de 1º a 15 de agosto o projeto Territórios do Comum, ação em rede voltada ao tema da cidadania em suas múltiplas dimensões e possibilidades de colaboração entre iniciativas sociais. 

A programação está dividida em dois eixos: mobilização social, que aborda estratégias de desenvolvimento de ações comunitárias voltadas para o bem comum, para a geração de renda, acessibilidade a pessoas com deficiência e sustentabilidade; e tecnologias sociais, que buscam ampliar a inclusão social por meio da utilização de tecnologias digitais e ancestrais, para alcançar a melhoria das condições de vida levando em consideração aspectos sociais, ambientais e culturais do contexto local. 
 

Para saber mais e acompanhar a programação completa, acesse: sescsp.org.br/territoriosdocomum.

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