Foto: Matheus José Maria
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Parafraseando Leda Maria Martins, “em uma perspectiva que reconheça o corpo como texto, como comunicador da história e memória para além de seu tempo”, a presença negra possibilita replantar saberes, reinscrevê-los e (re)incorporá-los na dinâmica cotidiana.
Do 13 ao 20 – (Re)Existência do Povo Negro, ação do Sesc São Paulo, que faz alusão as efemérides de 13 de maio e 20 de novembro, chega em sua quarta edição, e para o ano de 2022, parte da experiência, do movimento e envolvimento com as realidades sociais vividas pela população negra e conta com programações nas unidades da capital, interior e litoral.
Com o intuito de potencializar toda produção de conhecimentos, legados ancestrais e movimentos de (re)existências, a ação tem como enfoque a cultura negra, perpassando pela corporeidade como espaço de existência e manutenção de saberes e poderes, pelas articulações e movimentos sociais, políticos e culturais, possibilitando assim tensionamentos, reorganizações e ampliação de percepções de mundo.
Com a inspiração na frase de Leopold Sédar Senghor (político e escritor senegalês): “Eu jogo, eu brinco, eu danço, eu sinto o outro, então eu sou”, a ação versa em transladar percepções, perspectivas e ampliar o reconhecimento e legitimidade da diferença, buscando reiterar os valores institucionais na perspectiva de uma educação que se desenvolve de maneira transversal com a intenção de oportunizar a vivência de diferentes percepções de mundo, conhecimentos e experiências.
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Veja alguns destaques da programação de maio e junho deste ano
MAIO
Sesc 24 de Maio
Dona Ivone Lara, enfermeira
Samba de Dandara convida Fabiana Cozza a uma aula-espetáculo que, além de apresentar novos arranjos para canções imortais de Dona Ivone Lara, discute e celebra a relevância do trabalho da Rainha do Samba para os serviços sociais, a saúde pública e a luta antimanicomial no Brasil.
19 e 20/5, quinta e sexta, às 20h
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Sesc 24 de Maio
Referências negras da saúde mental
Ciclo de três aulas abertas que busca apresentar e discutir as obras de intelectuais negras e negros que têm contribuições fundamentais para o campo da saúde mental e da luta antimanicomial no Brasil: Frantz Fanon, Neusa Santos Souza e Juliano Moreira.
1° aula (26/05) – O pensamento de Frantz Fanon por Deivison Faustino.
2° aula (27/05) – O pensamento de Neusa Santos Souza por Clélia Prestes.
3° aula (28/05) – O pensamento de Juliano Moreira por Ynaê Lopes Santos com mediação de Emiliano David.
26 a 27/5, quintas e sextas, às 18h30
28/5, sábado, às 10h
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Sesc Bauru
Moda – Ativismo em moda afro-brasileira
Oficina traz questões que permeiam e atravessam a sociedade por meio de narrativas de pessoas negras, e com múltiplas linguagens, oferece ao público a oportunidade de aproximação com o ser-saber-fazer numa perspectiva diversa.
21 e 22/5, sábado e domingo, às 10h
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Sesc Bom Retiro
Ilu Inã
A primeira noite do show Essênc’Iyá abre espaço para a vozes de grandes intérpretes do samba, que se inserem no repertório do Bloco Afro Afirmativo Ilu Inã, como forma de homenagear e apresentar divas do Samba junto a banda Ilu Inã Macumbrass. Com Bernardete, Grazzi Brasil, Adriana Moreira e Roberta Gomes. Para a segunda noite a banda traz como convidadas as cantoras Leci Brandão e Ellen Oléria.
13 e 14/5, sexta e sábado, às 20h
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Sesc Bom Retiro
A babá quer passear
A performance provoca o debate sobre a invisibilidade da pessoa empregada doméstica e babás no Brasil, em sua maioria mulheres e homens negros. Reflete sobre carga-horária, salário, benefícios, formação e os limites do limpar. E se cuidássemos de quem sempre cuida de tudo? Com Ana Flavia Cavalcanti
14/5, sábado, às 12h30
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Sesc Campo Limpo
Gesto Circular: a força do útero na dança africana
A força do útero é o universo inteiro de possibilidades. Quem não tem útero, foi gerado por um. Como é sentir isso? Como se movimenta essa energia? Esta série de encontros busca desenvolver alongamentos e conhecimento sobre o próprio corpo a partir do útero e do quadril. Traz ritmos do oeste africano como Djole, Kakilambe e Marrabenta. Com Pâmela Amy e Natalia Lima.
7 a 28/5, sábados, às 10h30
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Sesc Carmo
Quatro romances, quatro escritoras: as muitas Áfricas inscritas no feminino
A partir de narrativas produzidas por escritoras africanas, o objetivo do curso é motivar e criar uma comunidade de leitoras(es) interessada(os) em conhecer a história e a cultura africanas. Com Providence Bampoky.
24/5 a 14/6, terças, às 17h
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Sesc Consolação
Samba
Aulas de samba de partido alto, samba rasgado, entre outras, explorando as movimentações técnicas de forma prática e teórica. Com Mayara Santos.
7 a 28/5, sábados, às 14h30
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Sesc Interlagos
Guiné Brincante
Contação de história apresenta provérbios e cantos ancestrais do continente Africano de uma maneira brincante, por meio de histórias tradicionais, danças, ritmos e percussão. Direção artística de Mariama Camara.
7 a 28/5, sábados, às 14h
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Sesc Jundiaí
Corpo Solto – Batalha de Dança
16 artistas, b.girls, b.boys e atletas da seleção brasileira de Breaking se encontram para uma grande batalha show de dança, convidando o público a torcer, se emocionar e vibrar com a Cultura Hip Hop.
15/5, domingo, às 16h
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Sesc Mogi das Cruzes
Minha realeza ancestral
Na oficina, crianças podem customizar o próprio espelho, entender a importância desse objeto e vivenciar partilhas de histórias que tem relação com seus reflexos. Cada material trará sentido particular das memórias das águas e das deusas Osún e Yemonjá.
28/5, sábado, às 11h e às 14h30.
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Sesc Pinheiros
Ocupação Afro Lúdica
Instalação de um espaço com referências africanas e afro-brasileiras onde as crianças terão contato com diferentes materiais como: caxixis, cabaças, colher de pau, livros sem palavras, caixinhas surpresas, folhas secas, tecidos, entre outros. A possibilidade de livre exploração sensorial e sonora é o principal objetivo dessa atividade. Com Coletivo Luderê Afro Lúdico.
21 a 29/5, sábados e domingos, às 15h – para bebês e crianças até 6 anos
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Sesc Pompeia
Cultura Culinária Afrodiaspórica
A oficina tem como principal objetivo promover e resgatar memórias ancestrais, por meio da pesquisa sobre comida africana e suas representações em países do continente americano. Com Aline Chermoula, Lourence Cristina Alves e Rute Costa.
10 a 31/5, terças, às 19h
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Sesc São Carlos
Vozes contra o desencanto
O encontro busca colaborar com discussões a partir da troca com pessoas que em suas atuações públicas representam formas de apreender a vida mais capazes de transgredir, driblar, alargar e encantar mentalidades e paradigmas ocidentalizados e ocidentalizantes, nos oferecendo outros projetos possíveis de brasis. Com Denilson Baniwa, Érica Malunguinho e Ruy Sardinha Lopes.
12/5, quinta, às 19h30
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Sesc Sorocaba
Oficina de Coco com Mestra Odete de Pilar
Odete de Pilar, no papel de mestra de coco de roda e ciranda, realiza uma oficina prática em que dá destaque ao som, ritmo, instrumentos e usos destes. Uma forma de preservar e valorizar esta importante manifestação, que além de valor e mérito artístico e musical inquestionável é um dos modos de resistência.
20/5, sexta, às 19h
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JUNHO
Sesc Carmo
Ngoma – A memória do tambor
Ressaltando a herança africana, simbolizada pelo tambor, será realizada uma demonstração do Batuque Paulista, na entrada da igreja, seguido de um cortejo que recupera a música das Irmandades Negras, como a de Nossa Senhora do Rosário, Santa Ifigênia, e São Benedito. Com Integrantes do Grupo Cachuera e Anicide Toledo. Direção de Paulo Dias.
14/6, terça, às 13h
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Sesc Guarulhos
Consciência da literatura negra no Brasil
A oficina pretende apresentar e refletir sobre questões relacionadas aos temas da “memória, consciência e escrita de si”, sugeridos pela leitura dos textos de poetas, romancistas e ensaístas representativos da produção da literatura negra e do pensamento negro no Brasil: Luiz Gama (1830-82), Lima Barreto (1881-1922), Carolina Maria de Jesus (1914-77), Conceição Evaristo (1946-). Com Maurina Lima Silva.
2/6, quinta, às 19h30 – ação online
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Sesc Jundiaí
Mitologia dos Orixás – O cavalo branco do rei
A contação de histórias traz a agbalá, que é uma cabaça mágica que guarda todas as histórias das nossas ancestralidades pretas, quando encantada ela se abre e revela histórias que valorizam nossas identidades e nossas histórias de origem, devolvendo a dignidade, a humanidade, a sabedoria, e as belezas contidas em nossas heranças ancestrais. Com Agbalá Conta.
19/6, domingo, às 11h
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Sesc Ribeirão Preto
As Pastoras do Rosário
Nascidas do território ancestral, que é o chão sagrado da Igreja do Rosário dos Homens Pretos da Penha de França, um patrimônio da cultura popular e afro-brasileira que resiste até hoje, as Pastoras do Rosário, mulheres negras e em sua maioria sexagenárias, trazem um desejo antigo de cantar e existir na essência, protagonistas de suas histórias, têm a rica experiência de envelhecer e desabrochar-se em flores de afeto, resistência e amor.
2/6, quinta, às 20h
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Sesc Santo André
Kizomba
Série de atividades que visam o reconhecimento e a valorização de contribuições das populações negras em diferentes manifestações culturais, como educação, música, religiosidades, dança, teatro, literatura e outras manifestações culturais. Com Roberta Estrela D’Alva.
5/6, domingo, às 14h
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Sesc São José dos Campos
Movimento Negro Unificado
Neste encontro as histórias de ativistas se misturam com a própria história de um Brasil que ainda invisibiliza e nega ao povo negro a ocupação de espaços políticos e de tomada de decisão. O plano de partida desse debate é a abolição da escravatura em 1988 e o quanto foi necessário o movimento negro ao longo desses mais de 130 anos de atuação. Com Silvia Mirtes Bernardes, João Bosco da Silva e Solange Barbosa. Mediação de Rosa Miranda
28/6, terça, às 19h30
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