#pracegover #pratodesverem. Inicio da descrição da imagem. Foto de uma parede branca com vários pregos grandes de madeira interconectados com fios. Nesses mesmos fios são colocados bottons em forma de círculos com letras em preto e branco do alfabeto em cada um, formando várias palavras como José, deus, vou, amor. Ao centro da foto há a formação da palavra “acessibilidade”. Crédito: Lúcio Érico/Sesc SP. Fim da descrição da imagem.
Você já notou a presença de bolinhas em alto relevo em botões de elevadores, ou filmes com um áudio muito rápido, que descrevem uma paisagem, ou até mesmo vídeos com intérprete fazendo vários gestos com as mãos? Estes são recursos assistivos que possibilitam às pessoas com deficiência usufruírem de conteúdos com autonomia e equidade de condições.
Vamos falar um pouco sobre alguns recursos.
Libras é a sigla da Língua Brasileira de Sinais, que é uma das LÍNGUAS (…sim, escrevemos em maiúsculo para enfatizar isso) oficiais do Brasil, utilizada por pessoas surdas geralmente não oralizadas. A sua origem remete ao século XIX, com o Instituto dos Surdos, hoje conhecido como Instituto Nacional da Educação de Surdos. A Libras não é uma “tradução” do português, pois possui sintaxe própria, sendo originária a partir da Língua de Sinais Francesa.
A comunicação por meio da Libras é composta por sinalização por gestos corporais e faciais que realizam a construção sintática – símbolos que possuem um sentido completo.
Outra possibilidade é a apresentação de caracteres alfanuméricos com as mãos, para construção de palavras, verbos e classificadores de concordâncias (são formas representadas por configurações de mãos que, relacionadas à coisa, pessoa e animal, funcionam como marcadores de concordância).
Outro ponto da comunicação em Libras são as expressões faciais, que dão o sentido de adjetivo para a frase. Isso tudo também faz parte da Cultura Surda.
Veja abaixo exemplo do Sesc SP, no material de mediação Atitudes Acessíveis, em sua versão digital em Libras:
Para acessar o conteúdo completo, entre no endereço https://atitudesacessiveis.sescsp.org.br
O Braille é um sistema de escrita tátil utilizada por algumas pessoas cegas ou com baixa visão. O seu início remete também ao século XIX, e é uma expressão francesa, tanto que o seu nome é em homenagem ao seu criador, Louis Braille. Aos 15 anos, ele criou um código de sinais para transcrever os caracteres alfanuméricos do alfabeto latino (o que é utilizado pela maioria dos países ocidentais), que, ao longo dos anos, passou por revisões e aprimoramentos, como inclusão de notações musicais, por exemplo.
O braile é grafado em português com b minúsculo quando se referir ao recurso, que é caracterizado pelo formato retangular com 6 espaços (células), se assemelhando aos blocos de dominó. A combinação entre células em alto relevo e células em branco, sem alto relevo, permitem 63 combinações que formam letras e números.
A audiodescrição é uma locução adicional roteirizada, que descreve as ações, a linguagem corporal, os estados emocionais, a ambientação, os figurinos e a caracterização de pessoas.
O ato de descrever algo que vemos é uma prática muito corriqueira na humanidade. Você já deve ter falado sobre uma viagem para amiges de seu convívio, descrevendo paisagens, comidas, entre outras coisas. A audiodescrição faz isso com diversos conteúdos audiovisuais como peças de teatro, filmes, programas de TV, espetáculos de dança, entre outros.
A sua origem, como a conhecemos e utilizamos, aconteceu na década de 70, pelo norte-americano Gregory Frazier em sua dissertação de mestrado sobre cinema para cegos. Mas o primeiro trabalho com audiodescrição só aconteceu em 1981 com a peça Major Barbara, exibida no Arena Stage Theater em Washington DC.
Veja a seguir mais um exemplo do Sesc SP no material de mediação Atitudes Acessíveis, em sua versão digital em Audiodescrição:
Para acessar o conteúdo completo entre no endereço https://atitudesacessiveis.sescsp.org.br
Outro exemplo é o documentário Ideias e Ações Para Um Novo Tempo, que possui versão com audiodescrição:
Você já deve ter vivenciado a experiência de ler legendas para entender um filme em outra língua? Apesar de ser algo atualmente corriqueiro, a legenda nem sempre foi “pop”.
No início do século XX, o cinema ainda era mudo, sendo a sua sonorização feita por ruídos e música, sem qualquer diálogo. O advento do cinema falado iniciou um novo processo de adaptação ao novo formato no Brasil.
A primeira experiência no país aconteceu em 1929, com a exibição do filme, “O Anjo Pecador”, dirigido por Richard Wallace (The Shopworn Angel), que contém um pequeno trecho de diálogo apenas no final. Na ocasião, a Cine Paramount ajustou a forma de exibição para o público, que estava acostumado com filmes sem falas.
A estratégia adotada foi a distribuição de livretos aos espectadores com a tradução das falas como ocorria tradicionalmente nas apresentações de ópera. Entretanto, a legenda em folheto se tornou pouco prática para filmes com maior número de falas.
A legenda sobreposta ao vídeo aparece no mesmo ano com o filme “Melodia da Broadway”, dirigido por Harry Beaumount (The Broadway Melody), sendo um dos primeiros filmes musicais da história.
Atualmente, as legendas são parte do cotidiano para produções audiovisuais e possuem diversos formatos para as mais diversas necessidades. Abaixo vamos falar um pouco sobre os tipos:
Legenda Closed Caption (CC): usada por vários serviços de streaming de vídeo e você pode escolher se deseja que a legenda apareça ou não.
Legenda Open Caption (OC): vista em telas de comunicação, onde a legenda está sobreposta no vídeo, sem opção de retirá-la.
Legenda para surdos e ensurdecidos (LSE): pode ser do tipo CC ou OC, sendo o diferencial dela o conteúdo. Além de transcrever as falas, também descreve e identifica os personagens, efeitos sonoros e paisagens, sempre que necessário.
Abaixo exemplo no web documentário “O que é normal?”, que possui legenda entre outros recursos:
Anualmente o tema “Acessibilidade” é debatido nas programações da Semana Modos de Acessar, ação do Sesc São Paulo que enfatiza o estímulo à participação ativa das pessoas com deficiência nas programações culturais e socioeducativas, além da abordagem de temas relacionados à educação e às tecnologias assistivas, às barreiras, às atitudes inclusivas, aos direitos sociais e à cidadania.
A edição de 2020 acontece de 3 a 10 de dezembro, será totalmente online e propõe a reflexão a respeito da produção cultural das pessoas com deficiência e a forma como são difundidas essas produções nos meios virtuais.
As atividades têm como proposta fomentar o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e inclusiva.
Acompanhe a programação em: www.sescsp.org.br/modosdeacessar
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