Desde 1995, o Sesc e parceiros oferecem o Curso de Português para Refugiados | Foto: Karla Priscila
A última década aponta um crescimento histórico de fluxos migratórios forçados, que supera os índices registrados na Segunda Grande Guerra. De acordo com o relatório do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE), órgão ligado ao Ministério da Justiça, as solicitações de refúgio no Brasil cresceram 2.868% entre 2010 e 2015. Até então, a maioria desses solicitantes eram homens, dos quais a metade jovens entre 18 e 29 anos, principalmente por suas condições de enfrentar os riscos desses deslocamentos, conseguir trabalho remunerado e enviar dinheiro para suas famílias que permanecem em territórios de conflito.
O relatório global da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) de 2019 registrou 70,8 milhões de pessoas em deslocamento forçado, dentre as quais aproximadamente 30 milhões são refugiadas ou solicitaram a condição de refúgio. No Brasil, os estados com mais solicitações segundo esse relatório mais recente são Roraima (50.770), Amazonas (10.500) e São Paulo (9.977), dentre esses, 11.231 tiveram seus pedidos deferidos. E, considerando a gravidade e duração desses conflitos, os perfis passam a ser diversificados: já não predominam os homens jovens. Há variância em termos de gênero e faixas etárias, incluindo crianças e idosos, por exemplo, que chegam em solo brasileiro em busca de proteção, acolhimento e condições de sobrevivência.
Comprometido com ações sociais e educativas, e respeitando cada pessoa como sujeito de direitos e deveres, o Sesc São Paulo diversifica a presença desse público e do tema do refúgio em atividades culturais e socioeducativas em toda a rede, reforçando a ideia de que os equipamentos do Sesc são espaços de convivência nos quais as pessoas em situação de refúgio são bem-vindas.
Há 25 anos o Sesc oferece o Curso de Português para Refugiados em parceria com o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), a ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e a Cáritas Arquidiocesana de São Paulo – nesse caso, por iniciativa de Dom Paulo Evaristo Arns. Além das noções básicas da Língua Portuguesa, o curso aborda hábitos e costumes da cultura brasileira para pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio.
Nos últimos dois anos, já foram atendidas mais de 18 mil pessoas, com o intuito de minimizar as dificuldades ligadas à migração forçada; colaborar para a integração de diferentes grupos de refugiados; educar as comunidades que recebem esses migrantes para a convivência e para o acolhimento, e contribuir com para outras instituições que atuam nesse âmbito.
O curso é oferecido gratuitamente, tem a duração de 2 meses e é realizado ao longo do ano em 7 unidades do estado: Vila Mariana, Consolação, Carmo, Bom Retiro, Pompeia, 24 de Maio, Osasco e Campinas e embora atenda prioritariamente pessoas em situação de refúgio, tem atendido algumas demandas de curso para migrantes em geral.
Para conhecer mais do trabalho do Sesc nesse âmbito, clique aqui, ou acesse: sescsp.org.br/culturas_emtransito
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