Nos dias 26 e 27 de outubro, o Sesc São Paulo, em parceria com o CBCISS, apresenta a 4ª edição do Seminário Nacional Serviço Social do Mundo do Futebol, no Sesc Pompeia.
Como os clubes de futebol podem atuar para a proteção dos direitos das crianças e adolescentes? De que maneira o Serviço Social no esporte pode intervir no bem-estar e desenvolvimento de jovens atletas e suas famílias? Estas e outras questões serão discutidas e respondidas durante a 4ª edição do Seminário Nacional Serviço Social no Mundo do Futebol, que ocorre nos dias 26 e 27 de outubro, no Sesc Pompeia, numa parceria entre o Sesc São Paulo e o CBCISS – Centro Brasileiro de Cooperação e Intercâmbio de Serviços Sociais.
O encontro traz reflexões sobre a importância da proteção integral da criança e do adolescente na formação esportiva, sendo esta uma das principais atribuições do Serviço Social no mundo do esporte, com o objetivo de garantir que a inserção dessas crianças e jovens no meio esportivo contribua com o seu pleno desenvolvimento.
A EOnline conversou com Regiane Cristina Ferreira, Assistente Social do Sport Club Corinthians Paulista e integrante da comissão organizadora do Seminário.
EOnline: A partir das suas experiências, como você pretende contribuir no evento?
Regiane Ferreira: Pretendo, justamente com minha experiência de 17 anos nesta área, contribuir com informações, orientações que possam agregar conhecimento e que possamos fazer deste IV Seminário um marco pensando na defesa do direitos das crianças e adolescentes que praticam futebol e/ou esporte.
Lembrando que o futebol em clubes é visto/considerado como esporte de alto rendimento, e é mercadológico, assim é importante fazer leitura de conjuntura para se posicionar pela defesa dos direitos.
EO: Você pode falar sobre seu trabalho como assistente social na área esportiva?
RF: Atuar em clube de futebol, com as crianças e adolescentes que treinam, é muito prazeroso, tenho a oportunidade de estar com eles diariamente, conversando, entendendo este período da adolescência e podendo transmitir a eles informações que poderão ajudá-los no decorrer da vida. Trazendo reflexões que os fortaleçam nesta caminhada.
É importante conhecer sobre a legislação protetiva da criança e do adolescente para que possa trabalhar na defesa de seus direitos, tais como: educação, lazer, saúde, convivência familiar e comunitária, juntamente com seus familiares.
EO: Como é o Serviço Social realizado pelo Corinthians?
RF: Estou como Assistente Social no Sport Club Corinthians Paulista há 12 anos e meio, e neste período o Serviço Social tem crescido e se fortalecido, tendo reconhecimento por parte da diretoria, do clube e dos atletas e seus familiares.
Atualmente, em conjunto com uma orientadora educacional e com uma psicóloga, atuamos na direção interdisciplinar e nas demandas escolares dos meninos, principalmente os que ficam alojados no clube (atletas que são de outras cidades e/ou estados), e que treinam futebol nas categorias distribuídas nos grupos sub-10, sub-11, sub-12, sub-13, sub-14 e sub-15, sub-16 e sub-17, sub-18 e sub-20.
Por meio de entrevistas, rodas de conversas, reuniões, dinâmicas de grupo e oficinas temáticas, discutimos temas que sejam relevantes para eles, tais como: violência, foco, respeito, saúde, etc. Atendemos cada um em sua particularidade.
Realizamos intervenções junto aos diversos atores sobre a proteção integral das crianças e adolescentes, para que tenham uma formação adequada, independente se serão jogadores profissionais, esperamos contribuir na formação deles enquanto pessoa.
EO: Essa já é a 4ª edição do Seminário. Qual a importância do evento para o Serviço Social?
RF: Tenho o privilégio de ter participado de todos, desde o primeiro, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro em 2013, e com isto tenho percebido e acompanhado um crescimento da profissão dentro dos clubes de futebol no Brasil.
Segundo Iamamoto (2013) o Serviço Social é uma profissão que tem um caráter sócio-político, crítico e interventivo, que utiliza de instrumentos para uma análise crítica, e está inserida nas mais diversas áreas, assim este evento é importante para a profissão, demonstrando que atuar em clubes de futebol é um espaço sócio ocupacional, que é considerado novo mas não muito, como possibilidade de se ter um/a profissional crítico/a, com princípios fundamentais importantes, que defendem de forma intransigente os direitos sociais e humanos dos atletas.
EO: Você poderia falar um pouco sobre a sua visão do tema do Seminário desse ano, “A Importância da Proteção Integral da Criança e do Adolescente na Formação Esportiva”?
RF: Faço parte da comissão organizadora do seminário, e discutimos bastante para chegar a este tema, contudo, desde o início toda a comissão tinha nítido que teria que ser voltado para a proteção integral dos atletas, porque percebemos que em uma conjuntura onde colocam o futebol de forma mercadológica, os atletas acabam sendo vistos como mercadoria.
Muitas vezes os/as gestores/as de clubes, e mesmo os/as profissionais que estão envolvidos/as na formação, acabam se envolvendo com este mercado e esquecem que as crianças e adolescentes que treinam futebol são pessoas que estão em desenvolvimento, físico, social, emocional. Assim debater o sistema de garantia de direitos voltados para a infância e adolescência se faz urgente.
E os/as convidados/as para estarem às mesas foram escolhidos/as por atuarem nesta perspectiva da proteção integral de crianças e adolescentes.
Veja a programação completa aqui.
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