Danilo Santos de Miranda
Diretor do Sesc São Paulo
O termo “população em situação de rua” é, geralmente, utilizado para identificar um grupo que apresenta características como a inexistência de moradia convencional e regular, a pobreza extrema e os vínculos familiares fragilizados ou interrompidos.
Heterogêneo, esse grupo pode abarcar indivíduos com problemas mentais, com deficiência, negros, imigrantes, egressos do sistema penitenciário, pessoas LGBTQIA+ e tantas outras, às vezes famílias inteiras vivendo nas ruas. Assim, é importante que se evite sua homogeneização, de forma que tanto o trabalho de proteção social quanto a escuta sejam direcionados.
Para quem está envelhecendo nesse cenário, as condições físicas, psicológicas e sociais trazem diversas dificuldades. A expectativa de vida é reduzida. A possibilidade de um local para ser reconhecido como seu, com pertences, vizinhos e referências pessoais torna-se distante. E o cuidado em relação a essas pessoas deixa de existir.
Portanto, fazem-se necessárias políticas públicas que se interessem não apenas pelos grupos, mas pelos sujeitos, portadores de histórias de vida, perdas, ganhos, desejos. Nesse sentido, a escuta, ainda que permeada por contradições, pode oferecer respostas e elementos para a proposição de medidas eficientes e projetos de vida sustentáveis, que deem conta da complexidade e das demandas específicas.
A abertura de espaços de discussão, a partir de diferentes pontos de vista, possibilita a construção de alternativas acolhedoras e humanizadas e pode auxiliar, por exemplo, a dirimir estigmas, preconceitos e atitudes discriminatórias.
O envelhecimento e a longevidade são assuntos tratados de forma transversal no Sesc São Paulo. O programa Trabalho Social com Idosos, com suas ações permanentes e em rede, procura abordar os vários aspectos de uma sociedade que envelhece. E a revista Mais 60, ao apresentar-se como um desses espaços, traz nesta edição uma reflexão acerca das pessoas idosas em situação de rua, sob a perspectiva da defesa dos direitos humanos.
Boa leitura!
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