Leia a edição de julho/22 da Revista E na íntegra
Ilustrações: Luyse Costa
Digo
“meu poema”
como quem
diz “meu gato”.
Não é
o pronome
que
importa.
Nem é o poema
em si.
Nem o gato
em si.
O que importa é
haver em mim
algo do poema,
um quê
do gato e, talvez,
no poema
e
no gato,
um mínimo
do meu mim
mesmo
(meu tanto
de poema,
meu querer
ser
gato).
Nunca tive
um poema.
Não tenho
um gato.
Pai
meu pai inumerável
meu inumerável
pai
que eu não
seja insensível
a nenhuma
beleza
& que nunca
me baste
nem toda a
beleza
que existe
no mundo
enquanto houver
mundo
As tais
três raças tristes
são duas:
1) a que inventa
(e depois desinventa)
o “conceito de raça”;
2) as que ainda não
entraram direito
na história.
Sou uma pessoa
muito simples.
Meu único luxo
é ler Cruz e Sousa
e Murilo Mendes
no original.
RICARDO ALEIXO é artista e pesquisador de literaturas, artes e mídias, autor de Festim – Um desconcerto de música plástica (Oriki, 1992), Modelos vivos (Crisálida, 2010) e o mais recente, Extraquadro (Impressões de Minas/LIRA, 2021). Suas obras mesclam poesia, prosa ficcional, artes visuais, dança e outras linguagens. Aleixo também tem obras expostas nas mostras Praça da Língua e Falares no Museu da Língua Portuguesa de São Paulo.
A EDIÇÃO DE JULHO/22 DA REVISTA E ESTÁ NO AR!
Neste mês, quando o Sesc São Paulo promove mais uma edição do FestA! – Festival de Aprender, celebramos a ludicidade dos jogos analógicos e revelamos que, apesar do surgimento de novas tecnologias, eles atravessam gerações, atualizando-se em temas e formatos, incorporando narrativas inovadoras e estimulando o aprendizado. Nossa reportagem principal prova que o jogar, ato que perpassa todas as fases da vida, compõe uma importante parte da existência humana e contribui para o exercício da socialização e o amadurecimento de nossa criatividade.
Além dessa reportagem, a Revista E de julho traz outros conteúdos: um texto que convida o leitor a uma imersão na Trilha do Sentir, passeio sensorial e acessível em meio à restinga, na Reserva Natural Sesc Bertioga; uma entrevista com o professor e pesquisador Fernando José de Almeida sobre caminhos para a educação na era digital; um depoimento do diretor mineiro Gabriel Villela sobre dramaturgia, direção e seus 30 anos de casamento com o teatro; um passeio fotográfico pelas obras da exposição, em cartaz no Sesc Bom Retiro, que celebra as experimentações do artista Penna Prearo; um perfil de Yara Bernette (1920-2002), um dos grandes nomes brasileiros do piano no século XX; um encontro com Issaaf Karhawi, pesquisadora em comunicação digital que defende não haver mais divisão entre vida on e offline; um roteiro por 5 passeios divertidos e educativos nas unidades do Sesc SP para fazer com a criançada no mês das férias; quatro poesias inéditas assinadas assinadas pelo artista Ricardo Aleixo; e dois artigos, assinados por Sueli Angelo Furlan e Thaise Costa Guzzatti, que refletem sobre o Turismo de Base Comunitária.
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