O Sesc São Paulo dá a largada para Uma Leitura dos Búzios, projeto de criação de um espetáculo de teatro musical sobre a Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Alfaiates ou Revolta dos Búzios! Se você atua, é estudante ou profissional das artes do palco, tem mais de 18 anos e possua ou não DRT, pode se inscrever para participar de um processo artístico-pedagógico e de uma seleção para compor parte do elenco do espetáculo. Basta preencher o formulário, até 5 de agosto de 2022.
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Uma Leitura dos Búzios traz como proposta a discussão a respeito de um levante histórico baiano, por meio de temas como o racismo e o apagamento da história do povo negro no Brasil, da democracia e das desigualdades sociais. O processo artístico-pedagógico se estrutura a partir do estudo coletivo e pessoal, em que serão desenvolvidas práticas de movimento, voz, gesto, danças, percussões e expressões corporais, considerando conhecimentos e valores estéticos, éticos, historiográficos, políticos e identitários da cultura brasileira, sobretudo da cultura negra.
Na primeira fase serão pré-selecionadas 120 pessoas para a Oficina de Experimentações, gratuita, que terá carga horária de 16 horas e acontecerá de 13 a 26 de agosto de 2022, no Sesc Vila Mariana, em São Paulo. Dentre as 120 pessoas participantes da Oficina, serão selecionados 15 artistas, que seguirão no Laboratório de Criação, como integrantes do elenco do futuro espetáculo. A montagem seguirá até a estreia do espetáculo em novembro com temporada prevista entre novembro de 2022 e janeiro de 2023, no Teatro Antunes Filho, no Sesc Vila Mariana.
A condução do processo será de Márcio Meirelles, cenógrafo, figurinista, diretor e dramaturgo do Teatro Vila Velha de Salvador (BA). Além do diretor, profissionais convidados compõem a equipe técnica como Alysson Bruno, Cristina Castro, Eliseu Correa, Gustavo Melo Cerqueira, João Milet Meirelles, Monica Santana, Roberta Estrela D’Alva e Tainara Cerqueira. Veja todas as minibios.
O QUE É NECESSÁRIO PARA SE INSCREVER?
– Ter 18 anos ou mais;
– Desejável possuir DRT – Habilitação pela Delegacia Regional do Trabalho.
– Ter disponibilidade para participar das oficinas presenciais no Sesc Vila Mariana.
– Preencher o formulário;
– Gravar um vídeo de até 3 minutos, contendo minibio com experiências na área, breve relato de como se vê no processo proposto no projeto.
Dica importante: grave o seu vídeo e nos envie o link do Drive, YouTube, Vimeo ou outra plataforma aberta de sua escolha.
CRONOGRAMA
Pré-seleção das pessoas participantes
1 a 10/8
1ª fase
Oficina de Experimentação
Encontro geral: 13/8 – sábado – 14h às 17h
As pessoas selecionadas serão divididas em quatro grupos, conforme as datas e os horários:
16/8 a 19/8 – terça a sexta – Grupo 1: 12h30 às 16h30 e Grupo 2: 17h30 às 21h30
23/8 a 26/8 – terça a sexta – Grupo 3: 12h30 às 16h30 e Grupo 4: 17h30 às 21h30
2ª fase
Laboratório de criação com 15 pessoas selecionadas para a participação no elenco
30/8 a 2/9 – terça a sábado – 14h às 20h
3ª fase
Ensaios e montagem do Espetáculo “Uma Leitura dos Búzios”
6/9 a 16/11 – terça a sábado – tarde e noite (horário a definir)
Participação na temporada no Teatro Antunes Filho, no Sesc Vila Mariana
17/11/2022 a 29/1/2023 – quinta a domingo – tarde e noite (horário a definir)
As 15 pessoas selecionadas para seguir no Laboratório e elenco serão remuneradas.
Em caso de dúvidas, os interessados podem entrar em contato pelo e-mail umaleituradosbuzios.vilamariana@sescsp.org.br.
A Conjuração Baiana, também conhecida como Revolta dos Búzios ou Revolta dos Alfaiates, foi um levante popular inspirado nos ideais da Revolução Francesa (1789 – 1799) e na Independência do Haiti (1791 – 1804). O movimento político aconteceu em Salvador (BA), em 1798, e teve como estopim a crise socioeconômica, que grande parte da população soteropolitana enfrentava, em detrimento à prosperidade dos donos de engenho de cana-de-açúcar. O levante iniciou com apoio das elites que viam no rompimento do pacto colonial uma possibilidade de aumentar os lucros, poder econômico e político. No entanto, essa parcela da população foi abandonando o movimento à medida que foram surgindo ideais como liberdade, igualdade e a extinção de privilégios desta mesma elite.
A rebelião teve nomes como o médico Cipriano Barata e o tenente Aguilar Pantoja, mas os principais representantes do movimento surgiram das camadas populares, especialmente da população negra. Destaca-se a atuação de: Lucas Dantas (soldado), Manuel Faustino (aprendiz de alfaiate), Luiz Gonzaga das Virgens (soldado) e João de Deus (mestre alfaiate), todos negros, que foram presos e esquartejados, após repressão do governo.
MINIBIOS
Márcio Meirelles
Diretor teatral, cenógrafo e figurinista. É diretor artístico do Teatro Vila Velha (Salvador/BA). Diretor do Bando de Teatro Olodum, fundado com Chica Carelli, para os quais criou a “Trilogia do Pelô” (que inspirou o filme e série televisiva homônimas “Ó paí, ó!”), “Cabaré da Rrrrraça” e “Bença”; e da Cia dos Comuns, que trata da inserção do negro na cultura brasileira. Com o Black Theatre Co-op (Londres), dirigiu “Zumbi”.
Alysson Bruno
Músico, percussionista e diretor musical. Atualmente, atua nos seguintes grupos, bandas e coletivos: Batucada Tamarindo, Duo AfroAquarela, Aláfia. Além disso, é regente na Charanga do Afoxe Ile Omo Dada desde 2004, e, regente e arranjador do Bloco Afropercussivo Zumbiido.
Cristina Castro
Artista das artes cênicas e gestora cultural. Criadora, diretora e curadora artística do Vivadança Festival Internacional (2007). Fundou em 1998 no Teatro Vila Velha a Cia. Viladança. Formada em Licenciatura em Dança pela UFBA, é integrante do colegiado de programação e gestão do Teatro Vila Velha. Prêmio “Prize for the Promotion of the Arts” (Unesco) pelo seu trabalho como coreógrafa e diretora.
Eliseu Correa
É dançarino, coreógrafo, professor de danças urbanas e videomaker. Foi vencedor de diversas batalhas de hip hop dance e house dance. Com coreógrafo trabalhou com importantes companhias no Brasil, Espanha, Itália, França e Dinamarca. Em 2022, foi coreógrafo da comissão de frente da Escola de Samba Vai Vai.
Gustavo Melo Cerqueira
Babalorixá, ator, diretor e dramaturgo. Graduado em Direito pela Universidade Federal da Bahia, Master of Arts e PhD em African and African Diaspora Studies pela Universidade do Texas (Austin, Estados Unidos). Autor de artigos publicados nas áreas de teatro, performance e estudos da religião. Ator, assistente de direção, dramaturgista e produtor junto a grupos como o Bando de Teatro Olodum (BA) e a Cia dos Comuns (RJ), dentre outros.
João Milet Meirelles
Compositor, produtor musical, live electronics performer e fotógrafo. Desenvolve o trabalho autoral Infusão – projeto de performances musicais e composições através de improvisação. Desde 2012 faz live electronics e produção musical para o Baiana System, banda com impacto na cena da música independente brasileira e internacional.
Monica Santana
Artista do corpo e da palavra numa trajetória profissional multidisciplinar. Doutora e Mestre em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA. Atualmente cursa o Certificado em Estudos Afrolatinoamericanos pelo Afro-Latin Research Institute at Hutcheons Center – Harvard University. Além de atuar, assina a dramaturgia e a direção de diversos trabalhos.
Roberta Estrela D’alva
É atriz-MC, diretora, slammer e pesquisadora. Membro fundadora do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos-Teatro Hip-Hop. É a precursora dos poetry slams (batalhas de poesia falada) no Brasil e apresentou o programa Manos e Minas. Formou-se em Artes Cênicas pela ECA-USP e fez doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.
Tainara Cerqueira
É baiana, construída e fortalecida na capoeira e pelo Balé Folclórico da Bahia. Bailarina, coreógrafa e professora de Dança Afro Brasileira. Foi diretora de movimento dos clipes: “Pra que me chamas?”, da Xênia França e, “Gira” e “Hipnose”, da Larissa Luz. É idealizadora, diretora e coreógrafa da Cia de Dança AfroOyá.
INSCRIÇÕES ENCERRADAS
Todo o processo, workshop e laboratório, será conduzido de acordo com os protocolos de segurança sanitária.
Até lá!
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