Peça utiliza acervo de fitas k-7 com registros inéditos — realizados pela própria atriz — de Chico Mendes para ilustrar o protagonismo das mulheres seringueiras na preservação da Amazônia.
No dia 29 de abril (21h) Lucélia Santos sobe ao palco do teatro do Sesc Ipiranga para a estreia de Vozes da Floresta – Chico Mendes Vive, espetáculo formulado a partir de seu convívio com o líder seringueiro Chico Mendes. Celebrando seus 50 anos de carreira, a atriz oferece seu acervo de fitas K-7 com registros do ambientalista, para compor — três décadas após seu assassinato — este espetáculo, no intuito de que seu legado jamais seja esquecido.
Vozes da Floresta – Chico Mendes Vive conta a história de resistência do movimento dos seringueiros acreanos, a partir da trajetória do líder seringueiro. Embora densa e plena de dores, a narrativa corre serena e suave, seja pelo tom firme, porém calmo, da voz do próprio Chico Mendes, seja pela presença indignada, porém sempre esperançosa, das bravas mulheres que a conduzem.
“Vozes da Floresta – Chico Mendes Vive retrata uma memória da luta de Chico Mendes, sob a retina histórica de Valdiza Alencar, Cecília Mendes e Lucélia Santos, três mulheres da Resistência. De seu lugar privilegiado na trama, as três entremeiam suas pungentes narrativas à voz do próprio Chico Mendes, fio condutor no relato da história coletiva do movimento de resistência dos seringueiros acreanos que é, em essência, a sua própria história.” Zezé Weiss.
Francisco Alves Mendes Filho, ou Chico Mendes, foi um seringueiro, ambientalista, sindicalista e ativista político. Militava por uma reforma agrária que possibilitasse o uso sustentável da Amazônia quando a agropecuária avançava pela floresta. Chico liderou a organização do primeiro Encontro Nacional dos Seringueiros, criando o Conselho Nacional dos Seringueiros como entidade representativa, elaborando uma proposta de reforma agrária: as Reservas Extrativistas, que representam a primeira iniciativa de conciliação entre proteção do meio ambiente e justiça social. Com isso, passou a ser reconhecido mundialmente, antecipando as discussões que só aconteceriam na Rio-92. Foi assassinado no quintal de sua casa em dezembro de 1988, incendiando a opinião pública em favor de sua causa. Pouco mais de 2 anos após sua morte, foram criadas as primeiras Reservas Extrativistas. Hoje são 96 Reservas Extrativistas, das quais 77 estão na região da Amazônia.
Minibios
Lucélia Santos – Atriz e diretora, protagonizou muitas novelas que hoje são clássicos da teledramaturgia mundial. No cinema, virou musa do escritor Nelson Rodrigues, ganhou o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Cinema de Gramado por sua atuação em Luz Del Fuego e, na China, ganhou o mais importante prêmio de sua carreira, o Troféu Águia de Ouro, com mais de 300 milhões de votos. Lucélia Santos esteve ao lado de Chico Mendes na criação das reservas extrativistas da Amazônia, sendo uma personalidade brasileira com influência internacional na luta em defesa do meio ambiente e dos povos da floresta há mais de três décadas.
Francisco Carvalho – é um ator piauiense com mais de 30 peças de teatro realizadas, além de importantes trabalhos realizados na TV e no Cinema, como a minissérie Amazônia e a novela Alma Gêmea. Formado pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, trabalhou no C.P.T ao lado de Antunes Filho, onde também representou o país no exterior com os espetáculos A Hora e vez de Augusto Matraga e Macunaíma.
Zezé Weiss – Antropóloga, jornalista e escritora. Graduada em jornalismo socioambiental pela New York University, nos Estados Unidos, escreve sobre as causas e movimentos sociais aos quais dedica sua vida de militante. Autora do livro Vozes da Floresta – Biografia Coletiva de Chico Mendes, acompanha, apoia e produz seus escritos sobre o movimento dos seringueiros do Acre desde os anos 1970. Produziu a exposição permanente “Chico Mendes Herói do Brasil” no Museu Nacional de Brasília, que segue aberta ao público, em caráter permanente, no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Xapuri, presidido por Chico Mendes até o seu assassinato.
Ficha Técnica
Dramaturgia: Zezé Weiss
Concepção e Atuação: Lucélia Santos
Ator Convidado: Francisco Carvalho
Direção Musical, Composições e Piano: Leandro Braga Cenografia e Figurinos: Kleber Montanheiro
Iluminação: Adriana Ortiz
Direção de Produção: Alex Bartelli
Consultoria de Conteúdos: Comitê Chico Mendes e Xapuri Socioambiental Projeção Mapeada e Identidade Visual: Laerte Késsimos
Desenho de Som: Dugg Mont
Produção Executiva: Lauanda Varone
Canto (A Voz Das Matas): Janaina Azevedo
Percussão (O Som Da Floresta): André Siqueira
Mixagem (Trilha Musical): João Ferraz
Fotos e Vídeos: Christyann Ritse
Cartaz Original: Subvertivo_lab
Direção de Documentário: Rose Farias
Edição Documentário: Neilson Abdallah
Pesquisa de Dramaturgia: Ed Weiss e Janaina Faustino
Revisão do Texto: Lúcia Resende
Colaboração de Áudios: Agamenon Torres Viana e Eduardo Meirelles Restauro de Áudio: Ariel Henrique
Fotos de Cena: Rafael Mollica
Operação de Projeção e Som: Allysson Lemes
Operação de Luz: Quinho Gonça
Contrarregra: Rodolfo Serzedello
Assistente de Figurinos: Thais Boneville
Coprodução: LUSA – Produções Artísticas e AZAYAH – Público & Cultura
Serviço:
Teatro | Vozes da Floresta – Chico Mendes Vive
De 29 de abril a 29 de maio, sextas e sábados, às 21h, domingos às 18h. Dia 15 de maio, domingo, às 18h, a sessão contará com tradução em libras. Classificação: 14 anos. Duração: 70 minutos.
Utilizamos cookies essenciais, de acordo com a nossa Política de Privacidade, para personalizar e aprimorar sua experiência neste site. Ao continuar navegando, você concorda com estas condições.