A capa, o cheiro, o tamanho das letras e a quantidade das páginas de um livro não são suficientes para avaliar se a obra é boa, se tem estilo ou se representa algum sentimento da época em que foi escrita. É aquele velho ditado: “não se pode julgar um livro pela capa”.
Mas, sendo assim, uma biblioteca deveria abrigar um universo de histórias, palavras e visões de mundo bem diversas. Porém, não é o que acontece em muitos casos, já que a grande maioria das prateleiras de livrarias e bibliotecas são ocupadas por publicações escritas por homens brancos que, mesmo de origens diferentes, concentram grande parte do pensamento que consumimos enquanto leitores.
E será que não existe uma multidão de autoras negras prontas para ocupar espaço nessas prateleiras empoeiradas?
Ao longo dos séculos, muitas escritoras tiveram suas obras diminuídas ou ignoradas pela sociedade leitora, pela imprensa e pelo sistema de ensino. E o resultado é o nosso completo desconhecimento da contribuição de tantas artistas para a literatura mundial. Mas, é evidente que elas existem e que poderiam ganhar mais leituras e prestígio!
Nesse sentido, existe hoje um importante movimento de revisão e redescoberta de escritoras esquecidas pela história. E algumas unidades do Sesc SP te convidam a ouvir as vozes das autoras negras do Brasil e do mundo. Vamos lá?
Com episódios semanais, transmitidos pelas redes do Sesc Ipiranga, sempre às quintas-feiras, o programa convida o público a uma reflexão sobre a invisibilização de autoras negras e a importância de romper um silenciamento histórico que acarreta inúmeros prejuízos à toda a sociedade.
Ao todo serão 12 vídeos, com diferentes convidadas que partem da pergunta inicial: quantas autoras negras você já leu?
O projeto é uma parceria entre o Sesc Ipiranga e o coletivo Mulheres Negras na Biblioteca.
Acompanhe:
A série de encontros ocorre mensalmente, às 20h da primeira quinta-feira do mês, no Youtube do Sesc Pinheiros.
Buscando debater a produção contemporânea de literatura feita no Brasil a partir da diversidade de vozes, gêneros e sobre questões raciais, os encontros online abrangem escritoras de diversas localidades. A primeira edição, realizada em julho, reuniu a autora mineira Ana Maria Gonçalves e a pesquisadora baiana Fernanda Miranda, com mediação de Cidinha da Silva.
Assista na íntegra:
Em uma série de seis vídeos, o curso apresentou análises sobre o corpo de romances de autoras negras brasileiras, contextualizando a produção e discutindo suas principais linhas de força.
Cada episódio aborda uma das seguintes autoras: Maria Firmina dos Reis, Ruth Guimarães, Anajá Caetano, Marilene Felinto, Conceição Evaristo e Ana Maria Gonçalves. Todos os encontros estão disponíveis no Youtube. É só dar play!
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* Do canto superior esquerdo ao canto inferior direito: Maria Firmina dos Reis, Ruth Guimarães, Carolina Maria de Jesus, Geni Guimarães, Ryane Leão, Bianca Santana, Marilene Felinto, Mel Duarte, Conceição Evaristo, Sueli Carneiro, Joyce Ribeiro e Ana Maria Gonçalves.
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