A técnica de lambe-lambe foi utilizada nesta exposição de poesia
Perifericamente Humanos, exposição que fica até 1/setembro no Sesc São José dos Campos, é resultado de extenso trabalho coletivo
Quando o poeta marginal Diego Miranda apresentou a proposta de expor seus poemas emoldurados no Sesc São José dos Campos, a instituição entendeu que isso poderia extrapolar uma exposição e se tornar algo de maior amplitude, de forma coletiva. Assim, a atividade expandiu-se para uma oficina de criação literária e os poemas produzidos pelos participantes tornaram-se parte de uma exposição coletiva de lambe-lambes.
Na primeira fase da oficina A poética das ruas, Diego Miranda e Caio Rodolfo convidaram o público a participar de diferentes dinâmicas de leitura e escrita e, a partir disso, produzir seus próprios versos e poemas. Os arte-educadores Thiago Mild e Ciro Piva trabalharam com os participantes os passos necessários para a produção do lambe-lambe. Depois, todos reuniram-se numa ação coletiva: montar a exposição de seus próprios escritos: “Perifericamente humanos”, aberta no dia 4/junho.
Em 2010, Diego iniciou um trabalho com jovens internos da Fundação Casa na construção de letras de rap. Devido às normas internas desta instituição, os internos não podiam expressar sua revolta nas letras que escreviam e o desafio do artista foi direcionar, junto com os alunos, o uso da palavra como um instrumento de expressão sadia ou de fuga da realidade opressiva. Desta experiência surgiu a proposta do trabalho literário.
Assim, no encontro de abertura da exposição participaram também dois ex-internos da Fundação Casa. Lucas Rebolças foi um dos ex-internos que relatou como foi especial a relação que ele criou com a literatura durante seu período de internação, pois era naquela uma hora e meia de atividades com Diego que ele podia sair do ambiente prisional e viajar por outros lugares, outras pessoas e outros sentimentos: a transformação humana por meio da palavra.
Conheça os responsáveis pela exposição e a oficina
Diego Miranda coordenou a oficina de criação literária, é poeta marginal, educador social e graduando em Serviço Social. Leu seu primeiro livro de poesia e recitou seu primeiro poema aos sete anos e depois não conseguiu mais conter seu vício. Atuou na ONG GAM – Grupo de Adolescentes Multiplicadores. Em 2008 criou, na ONG GAM, o projeto Hip Hop Prevenção, que coordena até hoje e atualmente tem parceria com o Instituto Embraer. De 2010 a 2012 foi arte educador nas unidades da Fundação Casa em São José dos Campos e Jacareí desenvolvendo as oficinas de Literatura Marginal.
Thiago Mild coordenou a confecção dos lambe-lambes e é artista gráfico, nascido no interior de São Paulo. Teve contato com a arte ainda na infância através de graffitis que existiam em seu bairro. Estudou pintura e ilustração na Quanta Academia de Artes e atualmente trabalha como arte educador na Fundação Casa. É co-idealizador do projeto coletivo Apenera.org que desde 2006 fomenta Cultura de Rua na Região do Vale do Paraíba.
Ciro Piva foi assistente na produção dos lambe-lambes e é formado em Design Gráfico, trabalha com Serigrafia há quase 10 anos. Colabora com o projeto coletivo Apenera desde 2007, onde desenvolve a pesquisa de criação e produção gráfica, principalmente nas áreas da serigrafia e fotografia.
Caio Rodolfo foi assistente na oficina de criação literária e é rapper e DJ, sócio fundador da ONG GAM e educador social. Integrante permanente do projeto Hip Hop Prevenção. Militante do movimento Hip Hop, organiza eventos e festivais para promoção da cultura de rua.
o que: | Perifericamente humanos |
quando: | Até 1/setembro, no horário de funcionamento da unidade |
onde: | Sesc São José dos Campos | Avenida Adhemar de Barros, 999 | 12 3904-2000 |
ingressos: | Grátis |
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