Lançada pelo CineSesc em junho de 2020, a série Cinema #EmCasaComSesc já exibiu gratuitamente mais de mil títulos, entre longas e curtas-metragens, nacionais e estrangeiros, recebeu mostras e festivais e já levou 10 milhões de visitas à plataforma Sesc Digital. Nesta quinta-feira, 14/04, exibe uma programação especial de filmes que evidenciam a luta dos povos originários no Brasil e celebram o projeto Abril Indígena.
O projeto Abril Indígena, realizado pelo quarto ano consecutivo pelo Sesc São Paulo, propõe destacar a diversidade dos povos e perceber os indígenas como ativos cidadãos brasileiros, sem os quais o Brasil não seria reconhecido enquanto um dos principais países megadiversos do mundo. A edição deste tem como tema “SP: Terra Indígena”, cujo objetivo é dar visibilidade à presença de povos originários em territórios onde estão inseridas as unidades do Sesc no estado, por meio da realização de atividades presenciais e online.
O CineSesc expande a territorialidade e exibe, na plataforma Sesc Digital para todo o Brasil, seis títulos realizados e/ou produzidos por indígenas não só de São Paulo, mas de diversos pontos do país, reiterando a importância de visibilizar e valorizar as narrativas plurais dos povos originários.
Tava, A Casa de Pedra, de Vicent Carelli, Patrícia Ferreira Yxapy, Ariel Ortega Kuaray Poty. Memória mito e história dos Mbya-Guarani sobre as reduções jesuíticas e a guerra guaranítica do século XVII no Brasil, Paraguai e Argentina.
Virou Brasil, de Pakea, Hajkaramykya, Arakurania, Petua, Arawtyta’ia, Sabiá e Paranya Awá Guajá. Entre a vida na mata e as histórias antigas de seus avós, passando pela experiência do contato com a sociedade não-indígena, vivida por seus pais, uma nova geração de jovens Awá-Guajá nos conduz – com suas câmeras de vídeo – pelos caminhos que levaram sua terra a “virar Brasil”. Hoje, em meio ao assédio dos karaí no entorno e a proximidade com a ferrovia da Vale – que leva obras, projetos e funcionários para dentro da aldeia – estão os desafios para manter a terra e as tradições, enquanto também assimilam-se os novos costumes.
Nossos Espíritos Seguem Chegando – Nhe’e Kuery Jogueru Teri, de Ariel Ortega Kuaray Poty e Bruno Huyer. Na Tekoa Ko’ẽju, Pará Yxapy, indígena Mbya Guarani, dedica os primeiros cuidados a seu filho ainda no ventre, e reflete, junto com seus parentes, acerca dos sentidos de sua gravidez em meio a pandemia de COVID-19 no Brasil.
Yãy tu nũnãhã payexop – Encontro de Pajés, de Sueli Maxakali. Em julho de 2020, em plena pandemia de Covid-19, cerca de 100 famílias Tikmῦ’ῦn-maxakali deixaram a reserva de Aldeia Verde (Ladainha, MG) em busca de uma nova terra. A tensão causada pelo isolamento tornou mais urgente a necessidade de uma terra rica em matas e, sobretudo, água, na qual pudessem fortalecer as relações com os povos-espíritos yãmĩyxop, através dos cantos, rituais, festas e brincadeiras.
Kupixá Asui Peé Itá – A Roça e Seus Caminhos, de Francy Baniwa. Sem treinamento prévio, Francy Baniwa decide filmar seu retorno à comunidade e o cotidiano entre os caminhos que levam às diversas roças de sua família. Seja no leito do Rio Içana, afluente do Rio Negro no norte do Amazonas, em um igarapé ou no trabalho da casa de forno, essa câmera-corpo, se engaja na vida e no trabalho. A realizadora quase cai ao levantar o waturá (cesta usada na colheita da mandioca) sem desligar a câmera, mesmo com os apelos da mãe. Indicando a importância da câmera, como da roça e, quem sabe, para a roça.
Exercício de Arquivo #2, de Abiniel João Nascimento. Numa busca vital por contar sua história, o personagem busca nos arquivos do corpo, orais, históricos, geográficos, artísticos e antropológicos pistas que constroem a colcha de retalhos que sustentam a sua origem.
Os filmes ficam disponíveis por 30 dias e podem ser vistos pelo site sescsp.org.br/cinemaemcasa ou ainda sescsp.org.br/cinesesc.
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