Com estreia marcada para o dia 13 de julho, quarta, às 20h30, no Espaço Cênico do Sesc Pompeia, o espetáculo Nzinga, de Aysha Nascimento, Bruno Garcia e Flávio Rodrigues, combina história e memória e reatualiza cenicamente as relações entre Mwene Nzinga e seu irmão Ngola Mbandi.
A dramaturgia concentra-se em um recorte temporal de sete anos (1617-1624), momento em que Mbandi sucede ao trono após a morte do pai, Ngola Mbandi Kiluanji, até o episódio em que Nzinga torna-se rainha do Ndongo, após o falecimento de seu irmão. A trama convida o público a refletir sobre ética comunitária, relações de irmandade, concepções de espaço-tempo, lógicas de poder e táticas anticoloniais. Trata-se de um reencontro, sob a perspectiva bantu cíclico-espiralar, com a biografia de uma das soberanas mais estudadas no mundo.
Proposta cênica
Envoltas(os) pelas matrizes bantu, Nzinga evoca Kalamba Kuku wa lunga, espírito das(os) antepassadas(os) que velam pelas comunidades de pertencimento, entidade divinatória que, por intermédio das forças ancestrais, nos permite lidar com as dinâmicas do tempo (passado, presente e futuro) e do espaço.
Mwene Nzinga, também chamada de Njinga a Mbandi, Jinga, Ginga, Ana Nzinga, Ngola Nzinga, Nzinga de Matamba, Mbande Ana Nzinga, Dona Ana de Sousa, dentre tantos outros nomes, configura-se enquanto ente-personagem mítica e sócio-histórica que reitera as resistências e aponta para horizontes repletos de possibilidades imprevisíveis.
A partir de estudos centrados nos repertórios culturais das matrizes bantu da região de África Central, o espetáculo acessa parte do universo dos Bakongo, dos Mbundo e dos Tchokwe, povos “congo-angolanos”. E tendo como fundamento os movimentos do sol, lança ao público uma proposta narrativa cíclico-espiralar, na qual tempos e espacialidades se combinam a partir do fio condutor por onde se relacionam os entes-personagens Nzinga e seu irmão, Mbandi.
A tessitura se faz sinuosa, já que historicidades se entrecruzam aos lugares de memória e ao universo das oralidades. O intuito não é só recontar parte da história de Mwene Nzinga sob um outro prisma, mas sobretudo lançar luz a caminhos que nos permitam acessar imaginários e a pensar sobre quem somos a partir do que é revivido e narrado.
Relações de irmandade, relações de gênero, lógicas de gestão do poder, ética comunitária, táticas anticoloniais, noções de espaço-tempo, família e pessoa, são alguns dos caminhos possíveis que se apresentam nesta proposta teatral. Um passado reatualizado que se projeta estética e cenicamente para um devir negro.
Apresentação com tradução em libras: 15 de julho
SERVIÇO
De 13/7 a 5/8, quartas, às 20h30
Ingressos: R$ 9 (Credencial Plena), R$ 15 (Meia Entrada) e R$ 30 (Inteira)
Ingressos à venda em sescsp.org.br/pompeia
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