O Especial Horta Nas Alturas chegou para aquecer o seu inverno!

21/06/2022

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Convidamos o Projeto Horta Comunitária da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo para contar para a gente características sobre algumas espécies da nossa horta, além de receitas apetitosas para inspirar na cozinha. O resultado você confere aqui!

Episódio 1 – TAIOBA – Xanthosoma taioba E.G. Gonç.

Considerada uma PANC (Planta Alimentícia Não Convencional), a taioba pode ser refogada, cozida, frita, preparada como purê, processada para virar farinha e, até mesmo, substituir a couve. Folhas, talos, rizomas… Com a taioba, nada se perde, tudo se transforma!

Características: É uma planta da família botânica do inhame, versátil e muito apreciada. É bastante consumida na região sudeste do Brasil, sendo nativa de Minas Gerais. Em regiões tropicais, como é o caso do Brasil, a taioba pode ser cultivada o ano todo. É uma planta adaptada ao clima quente, desenvolve-se adequadamente em locais sombreados e necessita disponibilidade hídrica constante para seu cultivo. É necessário atenção para não confundi-la com a taioba-brava (com talos roxos), cujo consumo é prejudicial à saúde.

Benefícios: Os rizomas são calóricos, ricos em carboidratos e carotenóides. As folhas frescas da taioba são ricas em proteínas, fibras alimentares e minerais, como potássio, ferro e zinco. Além disso, a taioba é rica em vitamina B6, importante para o equilíbrio do humor, o relaxamento e o combate ao cansaço.

Usos: A taioba possui três estruturas que podem ser consumidas: folhas, talos e rizomas. Obrigatoriamente, precisa passar por fervura por alguns minutos para retirada do oxalato, substância que “pinica” e irrita a garganta. Sua vida útil é de até dois dias em temperatura ambiente. Sob refrigeração e protegida em embalagens, pode durar até uma semana.

Quer uma dica simples e deliciosa para inserir a taioba na alimentação do dia-a-dia?

Omelete com talo de taioba

Foto: Kristina Gain (Pexels)

Ingredientes: 

  • 3 ovos
  • 1 pimenta-de-cheiro picada
  • ½ xícara (chá) de cheiro-verde picado
  • ½ xícara (chá) de queijo minas ou muçarela ralado grosso
  • 3 talos de taioba sem pele e fatiado
  • Sal a gosto
  • Óleo para untar

Modo de preparo: 

  1. Afervente os talos de taioba por cerca de dois minutos. Escorra e reserve.
  2. Bata os três ovos ligeiramente, acrescente os temperos e os talos e misture bem.
  3. Despeje essa mistura em uma frigideira com óleo quente.
  4. Espere que a omelete esteja cozida, vire-a para cozinhar o outro lado e cubra com o queijo ralado.
  5. Quando estiver dourada, dobre a omelete e sirva quente.

Sugestão: utilize as folhas refogadas como recheio da omelete.

Tempo de preparo: 20 minutos  

Número de porções: 4

Fonte: LANA, M. M. et al. Hortaliça não é só salada: omelete com talo de taioba. DF: Embrapa Hortaliças, 2021. Disponível em: https://www.embrapa.br/hortalica-nao-e-so-salada/receitas/omelete-com-talo-de-taioba. Acesso 02 maio 2022.

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Episódio 2 – MORANGO – Fragaria x ananassa

Com um sabor que une o cítrico e o doce, o morango pode ser consumido tanto in natura quanto na forma de geleias, caldas, polpa, sorvete, iogurtes… Além do sabor único, o morango também auxilia no combate ao envelhecimento da pele, na prevenção de doenças cardiovasculares, na melhora da capacidade mental, no combate à prisão de ventre e até na saúde dos olhos.

Características: O morangueiro é uma planta da família das Rosáceas. A parte que comemos da planta se chama morango, sendo um pseudofruto ou infrutescência. Os verdadeiros frutos do morango são o que chamamos de sementinhas, que cobrem o pseudofruto e recebem o nome científico de aquênio.

O morangueiro surgiu na França, a partir da hibridização entre duas espécies de origem americana – F. chiloensis Mill. e F. virginiana Duch – resultando em uma planta com frutos mais saborosos e atrativos do que as que o originaram. Para que o morangueiro produza morangos bonitos e atrativos, ele precisa ser polinizado por insetos, sendo as abelhas responsáveis por 80% da polinização da planta. Pode ser cultivado durante o ano inteiro, apesar do seu caráter sazonal. O Brasil ocupa a 17ª posição no ranking de produção de morangos, e os estados que mais produzem são Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.

Benefícios: Seu sabor está associado à presença de ácidos críticos e açúcares. É uma planta rica em vitamina C e flavonoides que possuem função antioxidante. É pouco calórica, apresentando cerca de 38 calorias por 100 gramas de morango. Outra característica nutricional importante do morango é que ele possui boa quantidade de fibras alimentares (cerca de 2,5 gramas de fibras por 100 gramas de morango). Devido à sua rica composição nutricional, o morango auxilia no combate ao envelhecimento da pele, ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares e melhora a capacidade mental. O morango também tem fibras que combatem a prisão de ventre e a “zeaxantina”, que é uma substância importante para a saúde dos olhos.

Usos: O morango é um fruto que apresenta alto potencial de aproveitamento, tanto para o consumo da fruta in natura quanto para a indústria de processamento, para a produção de geleias, caldas, polpa, sorvete, iogurtes, entre outros. Atualmente, há um aumento da venda de morangos desidratados e liofilizados para a produção de cereais matinais e barrinhas energéticas.

Que tal utilizar o morango para preparar um cookie sem açúcar e cheio de sabor?

Cookie integral com geleia de morango

Foto: Justus Menke (Unsplash)

Ingredientes para a massa:

  • 2 xícaras (chá) de farinha de aveia sem glúten (para quem quiser a receita livre de glúten)
  • 2 colheres (sobremesa) de semente de chia triturada
  • 2 colheres (sopa) de melado de cana (opcional)
  • 2 colheres (sopa) de azeite de oliva
  • 1 colher (sopa) de óleo de coco
  • Geleia de fruta sem açúcar
  • Pitada de sal marinho

Ingredientes para a geleia de morango:

  • 2 xícaras (chá) cheias de morango cortados ao meio
  • 1 colher (sopa) de água
  • 2 ramos de hortelã (opcional)

Modo de preparo da massa:

  1. Numa tigela ,misture os ingredientes secos (aveia, chia e sal).
  2. Numa outra tigela, misture os ingredientes molhados (melado, azeite, óleo de coco).
  3. Jogue a mistura líquida sobre a mistura de aveia e mexa com a ajuda de uma colher.
  4. Faça os biscoitos pressionando o centro para dar espaço para colocar a geleia.
  5. Depois que os 16 biscoitos estiverem prontos numa forma, adicione a geleia em cada biscoito com a ajuda de uma colher de chá.
  6. Coloque no forno por 20 minutos.
  7. Assim que os biscoitos saírem do forno eles estarão macios.
  8. Espere esfriar para retirá-los da forma e servi-los bem crocante.

Modo de preparo da geleia de morango:

  1. Coloque água na panela e deixe borbulhar.
  2. Adicione o morango e os ramos de hortelã.
  3. Baixe o fogo e tampe a panela.
  4. Deixe cozinhar por 20 minutos em fogo baixo, misturando de vez em quando para não grudar.
  5. Se os morangos secarem muito, coloque mais água e misture bem.
  6. Os morangos devem desmanchar.
  7. Deve ficar com a consistência pastosa.
  8. Opcionalmente, pode-se colocar duas colheres de melado de cana para adoçar, mas não é necessário.

Tempo de preparo: 30 minutos

Número de porções: 16

Fonte: Globo. Receitas. Cookie integral com geleia de morango: receita de Bela Gil. 2021. Disponível em: https://receitas.globo.com/cookie-integral-com-geleia-de-morango-receita-de-bela-gil-gnt.ghtml.

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Episódio 3 – CEBOLINHA – Allium fistulosa

As cebolinhas são usadas tanto como tempero quanto como verdura. São essenciais à culinária oriental, frequentemente em combinações com o alho e o gengibre. São utilizadas com carnes, peixes, frutos do mar e aves, em sopas, guisados e refogados. Compondo, junto com o coentro ou com a salsinha (a depender da região), a brasileiríssima dupla “cheiro verde”, a cebolinha é sucesso garantido nas mesas de todo o mundo!

Características: É originária da Sibéria e pertence à família das Aliáceas. É uma erva perene pequena que atinge, no máximo, 30 cm de altura. Tem folhas cilíndricas, lineares, longas e flores arroxeadas. A colheita é feita aproximadamente de três a quatro meses depois da semeadura. A durabilidade pós-colheita é muito curta, principalmente pelo alto teor de água nas folhas. O aroma é bem presente, e já foram identificados óleos essenciais com cerca de 53 componentes, sendo os mais conhecidos: ajoeno, alicina e aliina. A propagação se dá por sementes ou mudas produzidas a partir dos bulbilhos. É ideal que se tenha um espaçamento para o plantio. Ela se desenvolve bem em clima ameno e em solos bem drenados, sendo muito cultivadas em hortas domésticas pela facilidade do cultivo e vasto uso culinário. Alguns tipos de cebolinha podem ser considerados como PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), como o nirá, alho social, cebolinha-achatada, alho de folha e alho oriental.

Benefícios: É possível identificar em 100 gramas do tempero fresco: 19,5 calorias, 3,4 g de carboidratos, 1,9 g de proteínas e 79,9 mg de cálcio. Também se destaca a presença de compostos antioxidantes e altas taxas de clorofila, como componentes importantes na prevenção de doenças.

Usos: As cebolinhas são usadas como tempero e como verdura. São essenciais à culinária oriental, frequentemente em combinações com o alho e o gengibre. São utilizadas com carnes, peixes, frutos do mar e aves, em sopas, guisados e refogados. Em geral, são adicionadas ao final do processo de cozimento, mesmo quando se frita em fogo alto, a fim de preservar a cor e sua textura crocante. Suas partes utilizadas são os talos (as bases brancas das folhas ligeiramente bulbosas) e as folhas verdes. No Brasil, têm grande uso culinário em todas as regiões. Compõem, junto com o coentro ou com a salsinha, a depender da região, a dupla “cheiro verde”.

Aprenda a utilizar a cebolinha em uma receita crocante e deliciosa!

Tempurá de cebolinha

Foto: Milk Busujima/Wikimedia Commons

Ingredientes:

  • 1 maço de cebolinha
  • ½ xícara (chá) de farinha de trigo
  • ⅓ de xícara (chá) de água
  • 1 ½ xícara (chá) de óleo para fritar
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora a gosto

Modo de preparo da massa:

  1. Lave e seque a cebolinha. Corte cada folha em pedaços de 5 cm, pode utilizar os bulbos.
  2. Numa tigela média, coloque a farinha de trigo e tempere com sal e pimenta a gosto. Junte a água e misture bem com um garfo até formar uma massa lisa e espessa.
  3. Numa panela pequena de borda alta, coloque o óleo e leve ao fogo médio para aquecer. Enquanto isso forre uma travessa com papel-toalha.
  4. Para saber a temperatura de fritura, mergulhe um palito de fósforo no óleo ainda frio; assim que acender, o óleo está no ponto.
  5. Mergulhe uma leva de cebolinhas de cada vez na massa de farinha e misture com o garfo para empanar toda a superfície.
  6. Com o garfo, retire uma folha por vez e bata levemente as costas do garfo contra a borda da tigela para escorrer o excesso de massa. Com cuidado, mergulhe a cebolinha no óleo quente. Coloque quantas unidades couberem, sem que encostem uma na outra ao fritar. Deixe fritar por cerca de 2 minutos ou até dourar. Mexa de vez em quando com a escumadeira para fritar por igual.
  7. Com a escumadeira, transfira a cebolinha frita para a travessa forrada com papel-toalha e repita com o restante. Sirva a seguir.

Tempo de preparo: 10 minutos

Número de porções: 3

Fonte: Adaptação de receita de tempurá do Site Panelinha – Rita Lobo. Disponível em: https://www.panelinha.com.br.

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Episódio 4 – MARIA-SEM-VERGONHA – Impatiens walleriana Hook.f.

Também conhecida por beijinho, não-me-toques e beijo-de-frade, ela pode ser usada tanto na culinária, em saladas, bebidas, doces, pães e saladas, quanto na indústria farmacêutica, tendo propriedades antioxidantes, antimicrobianas, anti-inflamatórias e antiproliferativas. Possui ainda aplicações contra dores de garganta, tosse e asma. A maria-sem-vergonha tem mil e uma utilidades!

Características: A maria-sem-vergonha, também conhecida por beijinho, beijo-de-frade e não-me-toques, é nativa da África. Tem folhagem escura e flores que possuem um “rabinho”, tamanho e coloração variáveis (branca, rosa, laranja, vermelha, roxa). É de fácil adaptação às condições ambientais, especialmente nas regiões sul e sudeste brasileiras. Pertence ao gênero Impatiens, cuja origem é derivada do latim e significa impaciente, uma referência a quando amadurece e o fruto se rompe, de maneira demasiada intensa, como um “beijo”, liberando e lançando para longe inúmeras sementes pequenas de coloração amarronzada.

Benefícios: Apresenta compostos fenólicos que atuam como substâncias de ação antioxidante, antimicrobiana, anti-inflamatória e antiproliferativa. A planta inteira é utilizada como emético, diurético e catártico. Folhas e caules triturados são utilizados como cataplasma, em feridas e queimaduras. Possui ainda aplicações contra dores de garganta, tosse e asma. Folhas e raízes secas, no entanto, devem ser administradas com cuidado, pois possuem propriedades abortivas.

Usos: É amplamente cultivada em todo o mundo com fins ornamentais. As flores de cores intensas são comestíveis e podem ser consumidas cruas ou após o cozimento, sendo utilizadas em saladas, bebidas, doces e geleias. Suas sementes também são consumidas, cruas ou torradas, podendo ser utilizadas em coberturas de pães (similar ao gergelim) e adicionadas às saladas. Suas folhas jovens, mesmo cozidas devem ser evitadas, pois possuem ráfides de oxalato de cálcio que podem ferir a boca. Seu extrato apresenta alta atividade antioxidante e antifúngica com propriedades potenciais de interesse pelas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética.

Você sabia que é possível transformar as flores da maria-sem-vergonha em uma deliciosa geleia?

Geleia de flores de maria-sem-vergonha

Foto: Freepik

Ingredientes:

  • Flores de maria-sem-vergonha
  • Açúcar demerara
  • Pectina (farinha de maracujá ou entrecasca de laranja ou maçã)

Modo de preparo da massa:

  1. Colete as flores e lave em bacia com água.
  2. Triture adicionando um pouco de água.
  3. Adicione metade de açúcar demerara em relação à polpa e junte pectina ou 3 colheres de sopa de farinha de maracujá ou outra fonte de pectina (entrecasca de laranja ou maçã, por exemplo).
  4. Mexa até atingir o ponto desejado. Fica parecido com geleia de morango.
  5. Envase em vidros previamente esterilizados com água fervente. Sirva quente ou gelada.

O tempo de preparo e o número de porções variam de acordo com a quantidade de flores utilizadas.

Fonte: Kinupp, V. F.; Lorenzi, H. Plantas alimentícias não convencionais (PANC) no Brasil. 2014.

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Glossário

Antioxidante – Evita o envelhecimento das células.

Antiproliferativo – Evita a proliferação de tumores.

Caratenóides – Pigmentos, vermelhos, alaranjados ou amarelados, com ação antioxidante, importante para o fortalecimento do sistema imunológico.

Catártico – Que aumenta a evacuação intestinal.

Diurético – Que diminui a retenção de líquidos.

Emético – Que causa vômito.

Pseudofruto – Os pseudofrutos, ou frutos acessórios, desenvolvem-se a partir de outras peças florais, e não do ovário, como ocorre nos frutos.

Rizoma – Tipo de caule que cresce horizontalmente, geralmente subterrâneo, mas podendo também ter porções aéreas, geralmente com formato cilíndrico. Apesar de ser parecido com uma raiz, o rizoma apresenta gemas, por isso é classificado como caule.


A Horta da Faculdade de Saúde Pública da USP, é um espaço-laboratório ao ar livre, que desde 2014, promove aulas práticas, mutirões, oficinas, compostagem de resíduos do refeitório e outras atividades educativas que juntam sustentabilidade e alimentação. Nela, pessoas da faculdade e visitantes cultivam alimentos a partir dos princípios agroecológicos em uma área de 450 m² com grande biodiversidade de plantas e insetos.

Já a Horta Nas Alturas cresce, enfeita, colore e perfuma o 17º andar do Sesc Avenida Paulista.


Autoria do texto: Projeto Horta Comunitária da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – @hortafspusp – Adriana Fiorussi Higino, Leticia Machado, Raquel Nunes Silva, Samantha Marques Vasconcelos Bonfim e Cláudia Maria Bógus


Visite a Horta Nas Alturas do Sesc Avenida Paulista!

Foto: Igor Jatobá

Horário de Funcionamento:

Terça a Sexta – 10h às 21h30 (com agendamento)
Sábados, Domingos e Feriados – 10h às 18h30 (com agendamento)

Os ingressos são disponibilizados às sextas, às 12h, via aplicativo Credencial Sesc SP ou pelo sescsp.org.br/avpaulista (somente pelo computador) e permanecerão disponíveis enquanto houver vagas.
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