Intimidade dos Armazéns do Chiado (1952)
Entre 03 de outubro a 26 de janeiro, o Sesc Bom Retiro recebe Fernando Lemos – mais a mais ou menos.
A exposição inédita reúne 86 obras de Fernando Lemos, entre desenhos, fotografias, cartões postais e pinturas realizadas desde a década de 1940 até os dias atuais. A curadoria é de Rosely Nakagawa.
Os trabalhos do artista se aproximam das dimensões invisíveis dos sonhos. A obra é assinalada pela participação das mãos como ferramenta de construção de um diálogo entre o trabalho e o sonho.
A mostra chega ao Bom Retiro ao mesmo tempo em que o Instituto Moreira Salles – IMS anuncia que mais de duas mil obras do artista luso-brasileiro passam a fazer parte do acervo do instituto, algumas que compõem a mostra.
Fernando Lemos, nascido em Lisboa em maio de 1926, é mais conhecido como fotógrafo, mas construiu uma trajetória artística exuberante – estruturada na libertação, subversão, provocação e contestação das regras .
Na década de 1950 Lemos decidiu vir ao Brasil e se aproximou de figuras como Paulo Emílio de Sales Gomes, Sérgio Buarque de Holanda, Antonio Candido, Sergio Milliet e Lourival Gomes Machado. Expôs suas fotografias no Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro, com texto de abertura de Manuel Bandeira.
A primeira exposição no Rio de Janeiro provocou sua mudança definitiva para o Brasil, pouco antes do golpe militar de 1964. Acabou por fixar-se em São Paulo, se tornando reconhecido pelo trabalho ousado e inovador, e recebendo prêmios em Bienais Internacionais de São Paulo, pelas pinturas e desenhos realizados entre as décadas de 1950 e 1960.
Explorando a trajetória que construiu sua atuação no campo do desenho, estão presentes nesta exposição alguns de seus primeiros trabalhos, realizados com modelos em Lisboa, quando cursava a Escola de Belas Artes. Estão expostos também desenhos sobre papel em pequeno formato, usando técnicas diversas em camadas sobrepostas. Desenhos e aquarelas também são usados nos cartões postais com legendas poéticas e provocativas.
Na década de 1960 o artista fez uma viagem ao Japão, num projeto de pesquisa sobre caligrafia japonesa, com bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Os trabalhos em nanquim produzidos logo após esta viagem contrastam com as cores das pinturas mais recentes, em tinta acrílica, que olham a partir da intensidade da vida brasileira. Tendo produzido com imensa energia criativa durante as décadas seguintes, ganha evidência a força da produção de Fernando Lemos nos diversos campos artísticos em que atua.
– Fotografias em preto e branco
– Fotografias em cor com interferências de pintura
– Desenhos a carvão, nanquim e lápis
– Desenhos em técnica mista sobre papel
– Aquarelas sobre papel
– Pinturas em tinta acrílica sobre papel e cartão
Nascido em Lisboa em maio de 1926, Fernando Lemos é mais conhecido como fotógrafo, mas construiu uma trajetória artística exuberante – estruturada na libertação, subversão, provocação e contestação das regras.
Em 1953 chega ao Rio de Janeiro para uma exposição no Museu de Arte Moderna, apresentado por Manuel Bandeira. Mas é em São Paulo que fixa residência.
Lemos participou das II, III, IV, XV Bienais de São Paulo, sendo premiado em 1957 e 1965 como o melhor desenhista. Expôs na IV Bienal de Tóquio em 1957 e na II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian.
Atuou também como professor de artes gráficas na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Entre 1968 e 1970, ocupou a presidência da Associação Brasileira de Desenho Industrial – ABDI, da qual é membro fundador.
Curadora independente, Rosely é graduada em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da USP em 1977, e tem especialização em Museologia em 1979 também pela Universidade de São Paulo.
Criou a primeira galeria de Fotografia em São Paulo, a Galeria FOTOPTICA, com Thomaz Farkas, em 1979. Coordenou a Casa da Fotografia FUJI desde 1996, com Stefania Bril, e foi curadora das galerias Fnac de 2004 a 2010.
Como curadora, realizou mostras e edições de livros de fotografia, de fotógrafos brasileiros e estrangeiros, entre eles: Anna Mariani, Eduardo Viveiros de Castro, Mario Cravo Neto, Maureen Bisilliat, Sebastião Salgado e Tiago Santana, entre outros nomes da fotografia contemporânea. Como comissária e curadora, realizou mostras de artistas plásticos como Fabrizio Plessi, Luise Weiss e Rubens Matuck; e de acervos de museus como Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Biblioteca Guita e José Mindlin, Instituto Socioambiental, entre outros.
Mais de duas mil obras do artista luso-brasileiro, entre fotografias, gravuras, desenhos e peças de design, passam a fazer parte do acervo do Instituto Moreira Salles. Nos próximos meses, as obras serão tratadas e digitalizadas, o que possibilitará a realização de um inventário detalhado das séries das diferentes fases do artista.
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