Pai não ajuda, pai participa

31/01/2022

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No Brasil, cerca de 20 milhões de mulheres criam os filhos sem ajuda ou participação dos pais. Na grande maioria dos lares, ainda cabe às mães a maior parte de todos os cuidados com a criança.

Ainda há a ideia de que as mães fazem melhor ou que simplesmente é obrigação delas ter mais responsabilidade com os filhos, seja quanto à oferta de carinho, seja quanto à educação, à logística diária ou à organização da casa.

De acordo com a Men Care – State of Worlds Fathers, iniciativa que visa promover o envolvimento de meninos e homens como cuidadores, a valorização da paternidade é uma proposta voltada para os direitos das crianças e adolescentes, para a equidade de gênero, para a saúde do homem e, acima de tudo, é uma política para o fortalecimento de vínculos e para a afetividade.

Realçar a influência do pai no desenvolvimento da criança, adolescente e jovem adulto no decorrer da vida, é fundamental, pois o vínculo entre cuidadores e crianças se torna mais forte e duradouro quando construído o mais cedo possível.

As reflexões e discussões sobre paternidade têm ficado mais forte nos últimos anos e já movimenta as redes sociais, mostrando o protagonismo dos pais e o seu desejo de expressar emoções, enfrentar o machismo, cuidar de forma plena de seus filhos, dividir as responsabilidades domésticas.

Todos desejamos um mundo melhor e mais humano, para isso precisamos de políticas que contribuam para uma sociedade baseada na generosidade e no cuidado. A valorização da paternidade é um bom caminho.

Foto: Karla Priscila

Cuidar de quem Cuida

Pensando na temática, o Sesc São Paulo traz atividades, encontros e rodas de conversa em diversas linguagens, com perspectivas provocativas e reflexivas sobre a paternidade hoje, o dia-a-dia dos pais, a quebra de tabus, a influência da mãe no protagonismo do pai, a presença ou ausência da figura paterna, o compartilhamento no cuidado com as(os) filhas(os), o envolvimento afetivo do homem e a diferença entre o ajudar e o participar.

O tema foi abordado de agosto a dezembro de 2018, em todas as unidades da capital, grande São Paulo, interior e litoral, e fez parte da ação Cuidar de Quem Cuida, que, por meio de diversas atividades, discute o universo do cuidar e dos cuidadores de crianças da Primeira Infância, com o objetivo de sensibilizar e inspirar a sociedade a partir de perspectivas sobre questões do universo da criança.

A programação trouxe atividades e podcast com o grupo Balaio de Pais, um ciclo de debates sobre Paternidade Contemporânea, bate-papo com o psicólogo e psicoterapeuta Cristiano Vianna, o estilista Alexandre Herchcovitch falou sobre as dificuldades e alegrias de ser pai, entre vários outros assuntos ligados a temática.

Você sabia?

… Faz bem para o pai
Os homens que usufruem de uma ligação afetiva com seus filhos tendem a cuidar mais da saúde física e mental e apresentar menores chances, por exemplo, de sofrer de doenças coronarianas ou experimentar quadros de depressão.

… Faz bem para a filha e para o filho
Inúmeras pesquisas apontam a paternidade como fundamental para as novas gerações. O pai é importante para o desenvolvimento intelectual e emocional durante todo o crescimento das crianças. Para as filhas e filhos, mães e pais são igualmente fundamentais.

… Faz bem para a mãe
O envolvimento equitativo do pai ou da figura paterna durante a gestação, nos cuidados com a criança e na divisão de tarefas domésticas, impacta, positivamente, na saúde materno-infantil, permitindo às mulheres, cuidados consigo mesma e autonomia para sua expressão e participação na sociedade.

… O Programa Pai Presente, do Conselho Nacional de Justiça, busca fomentar o registro civil de nascimento e estimula o reconhecimento da paternidade, ainda que tardios. A declaração de paternidade pode ser feita espontaneamente pelo pai ou solicitada por mãe e filho. Em ambos os casos, é preciso comparecer ao cartório de registro civil mais próximo do domicílio para dar início ao processo.

Veja mais sobre o assunto aqui.

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