Roger Sassaki
O Sesc São Paulo divulga, em agosto, os resultados da segunda edição da Pesquisa Idosos no Brasil II, desenvolvida em parceria com a Fundação Perseu Abramo. A primeira edição foi realizada em 2006. A iniciativa é pioneira, pois compara respostas de velhos e jovens e investiga componentes do imaginário social brasileiro sobre a velhice, além de temáticas como uso de internet, auto-imagem, moradias para idosos, entre outros assuntos. Os resultados apresentam a possibilidade de subsidiar o debate em torno de políticas públicas (ou sua ausência) para os idosos.
Para o Sesc, os dados também indicam caminhos que devem servir de orientação para que a ação programática da instituição seja alicerçada em conhecimento efetivo da realidade. Além disso, as informações obtidas são amplamente divulgadas para pesquisadores, profissionais das áreas correlatas e interessados na temática do envelhecimento.
A pesquisa foi realizada no período de janeiro a março de 2020 e entrevistou idosos e não idosos. As duas edições (2006 e 2020) podem ser comparadas e oferecem um recorte no tempo das seguintes informações sobre o envelhecimento: perfil sociodemográfico, identidade e auto-imagem do idoso, preocupação com a morte, estatuto do idoso e direitos, educação, saúde, relações familiares e laços afetivos, instituições de longa permanência, violência, desrespeito e maltrato ao idoso, trabalho remunerado e renda e reforma da previdência/aposentadoria.
Pandemia
Com a decretação da pandemia, em março, foi possível perceber um aumento do preconceito etário. A opinião pública passou a condenar os idosos que estivessem nas ruas, com piadas grosseiras ou com declarações de que somente os mais velhos seriam vítimas do corona vírus. No entanto, a pesquisa esclarece que 17% dos entrevistados vivem sozinhos e 33% dividem a casa com apenas uma outra pessoa, que na maioria das vezes também é idoso. Assim, mesmo com a pandemia, sair de casa é essencial para a sobrevivência dessas pessoas.
Lazer e Renda
No que diz respeito às atividades de lazer praticadas, as três primeiras mais citadas são: ver TV, ouvir rádio e caminhar. Porém, as atividades mais desejadas são: viajar e passear, mas, em razão da falta de dinheiro, não são opções possíveis.
E a falta de dinheiro fica clara, quando observamos as perguntas sobre faixa de renda. Enquanto que em 2006 por volta de 43% dos idosos tinham renda mensal de até dois salários mínimos, em 2020 esse número passou a 45%. Por outro lado, aqueles com renda entre 2 e 5 salários mínimos caiu de 30% para 24% em 2020. Aqueles que ganhavam mais de 5 salários mínimos caiu de 11% em 2006 para 7% em 2020.
No dia 07 de agosto, às 21h, no canal do Youtube da Fundação Perseu Abramo, o Sesc e a Fundação divulgam alguns dados da pesquisa no programa Observatório da Crise. A totalidade dos dados será divulgada no dia 21 de agosto, no site das duas instituições, logo após a live Pesquisa Idosos no Brasil: 2d. edição – O que mudou nos últimos 14 anos, que acontece às 16h, no Sesc Ideias no canal do YouTube do Sesc São Paulo.
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