“Por que não vivemos?” – Inspirada em Tchekhov, peça com Camila Pitanga chega ao Sesc Santo Amaro

06/05/2022

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A peça tem direção de Marcio Abreu e elenco formado por Camila Pitanga, Cris Larin, Edson Rocha, Josi.Anne, Kauê Persona, Rodrigo Bolzan, Rodrigo Ferrarini e rodrigo de Odé. Ingressos começam a ser vendidos no dia 10/05.

Após se dedicar à criação de dramaturgias originais, montagens e traduções de autores contemporâneos inéditos, a companhia brasileira de teatro retorna aos clássicos sem perder, no entanto, o caráter de inovação. Escrita pelo dramaturgo russo Anton Tchekhov (1860-1904) por volta dos 20 anos, a história do professor Platonov foi descoberta nos arquivos do seu irmão após a sua morte, e publicada em 1923. A obra recebeu, nesta adaptação da companhia brasileira de teatro, com direção de Marcio Abreu, o nome “Por que não vivemos?”. Após a temporada ter sido interrompida pela pandemia de COVID-19, o espetáculo retorna aos palcos de São Paulo, em cartaz no Sesc Santo Amaro.

A vontade da companhia de montar esse texto vem desde 2009. Marcio Abreu, Nadja Naira e Giovana Soar assinam a adaptação da obra, feita a partir de uma tradução original do russo por Pedro Alves Pinto e de uma publicação francesa. Embora não tenha um título oficial, a peça foi publicada em diversos países como “Platonov”, em homenagem a um dos personagens, o professor Mikhail Platonov. Foi somente no final da década de 1990 que a obra ganhou traduções e montagens em diversos teatros da Europa. Em 2017, os atores Cate Blanchett e Richard Roxburgh estrearam uma versão do texto na Broadway, em Nova York, chamada de “The Present”.

Foto: Nana Moraes

Por ser uma obra sem título oficial, o grupo batizou a peça com uma pergunta chave que está inserida no texto: “por que não vivemos como poderíamos ter vivido?”. “Essa questão, que se abre para tantas outras, é um pouco a alma dessa peça”, diz Marcio.  “Quando esse texto foi resgatado, não havia capa nem título. Como outras peças em que o personagem principal dá nome ao texto, como Ivanov, se deu esse nome Platonov”, conta Giovana Soar, que ressalta que o título escolhido pela companhia traduz o drama que permeia o espetáculo. “São pessoas que gostariam de estar em outro lugar, mas não fizeram nada para isso. Mostra como a trama da vida vai se desenrolando e as pessoas vão caindo na armadilha de ficar onde estão”.

A peça trata de temas recorrentes na obra de Tchekhov, como o conflito entre gerações, as transformações sociais através das mudanças internas do indivíduo, as questões do homem comum e do pequeno que existem em cada um de nós, o legado para as gerações futuras – tudo isso na fronteira entre o drama e a comédia, com múltiplas linhas narrativas. “É o primeiro texto de Tchekhov, um texto muito jovem, mas muito revisitado em diversos países porque tem nele o que depois vem a ser o cerne do Tchekhov”, diz o diretor.

Foto: Nana Moraes

O elenco é formado por Camila Pitanga, Cris Larin, Edson Rocha, Josi.Anne, Kauê Persona, Rodrigo Bolzan, Rodrigo Ferrarini e rodrigo de Odé. Na adaptação da companhia brasileira de teatro, a história não se desenrola num lugar definido, tampouco na época em que foi escrita. Ambientada numa propriedade rural de uma jovem viúva, a história se passa durante uma grande festa, na qual está presente Platonov, um aristocrata falido. Ele se tornou professor, por despeito e para camuflar sua revolta contra seu falecido pai e a sociedade. Bem articulado, brilhante e sedutor, ele é admirado e invejado. Seu reencontro com Sofia, um amor de juventude, reaviva seu desespero.

“Por que não vivemos”? estreou em julho de 2019 no CCBB do Rio de Janeiro, fez temporadas nos CCBB’s de Brasília, Belo Horizonte, no Teatro Cacilda Becker em São Paulo entre setembro de 2019 a março de 2020 e, após a voltar aos palcos no Recife em dezembro de 2021, segue em turnê e no repertório da companhia.

Foto: Nana Moraes

SOBRE A COMPANHIA

A companhia brasileira de teatro é um coletivo de artistas de várias regiões do país fundado pelo dramaturgo e diretor Marcio Abreu em 2000, em Curitiba, onde mantém sua sede num prédio antigo do centro histórico. Sua pesquisa é voltada sobretudo para a criação contemporânea. Entre suas principais realizações, peças com dramaturgia própria, escritas em processos colaborativos e simultâneos à criação dos espetáculos, como “PRETO” (2017), “PROJETO BRASIL” (2015), “Vida” (2010), “O que eu gostaria de dizer” (2008), “Volta ao dia…” (2002). Há ainda uma série de criações a partir da obra de autores inéditos no país: “Krum” (2015), de Hanock Levin; “Esta Criança” (2012), de Joël Pommerat; “Isso te interessa?” (2011), a partir do texto “Bon, Saint-Cloud”, de Noëlle Renaude; “Oxigênio” (2010), de Ivan Viripaev. A companhia realiza frequentes intercâmbios com outros artistas no país e no exterior. Estreou na França em 2014 o espetáculo “Nus, ferozes e antropófagos” em parceira com o coletivo francês Jakart. Mantém um repertório ativo e que circula com frequência. Recebeu os principais prêmios das artes no país.

Ingressos a venda no Portal Sesc a partir de 10/05, 12h: https://bit.ly/PQNãoVivemos

Ficha técnica:

Da obra Platonov, de Anton Tchekhov

Direção: Marcio Abreu

Assistência de Direção: Giovana Soar e Nadja Naira

Elenco: Camila Pitanga, Cris Larin, Edson Rocha, Josi.Anne, Kauê Persona,

Rodrigo Bolzan, Rodrigo Ferrarini e Rodrigo de Odé

Adaptação: Marcio Abreu, Nadja Naira e Giovana Soar

Tradução: Pedro Augusto Pinto e Giovana Soar

Direção de Produção: José Maria

Produção Executiva: Cássia Damasceno

Iluminação: Nadja Naira

Trilha e efeitos sonoros: Felipe Storino

Direção de movimento: Marcia Rubin

Cenografia: Marcelo Alvarenga | Play Arquitetura

Figurinos: Paulo André e Gilma Oliveira

Direção de arte das projeções: Batman Zavareze

Edição das imagens das projeções: João Oliveira  

Câmera: Marcio Zavareze

Técnico de som | projeções: Pedro Farias

Assistente de câmera: Ana Maria

Operador de Luz: Henrique Linhares e Ricardo Barbosa

Operador de vídeo: Marcio Gonçalves e Michelle Bezerra

Operador de som: Bruno Carneiro e Felipe Storino

Máscaras: José Rosa e Júnia Mello

Fotos: Nana Moraes

Programação Visual: Pablito Kucarz

Assessoria de Imprensa: Márcia Marques | Canal Aberto Comunicação

Difusão Internacional: Carmen Mehnert | Plan B

Produção: companhia brasileira de teatro

Duração: 160 minutos + intervalo de 20 minutos.

Classificação: 16 anos.

Mais informações: www.companhiabrasileira.art.br

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