Milhos tradicionais guarani | Foto: Karla Priscila
A importância da demarcação da terra para os povos indígenas não se resume à questão de moradia, está diretamente ligada ao cultivo de plantas, à alimentação e principalmente à biodiversidade e à circulação de saberes e fazeres entre as gerações.
Conversamos com Jera Guarani, agricultora e liderança indígena da Aldeia Kalipety, que faz parte da Terra Indígena Tenondé Porã e fica ao sul do município de São Paulo.
Devido aos estudos, Jera percorreu um longo caminho afastada de certas práticas tradicionais guarani. Formada em pedagogia, lecionou durante anos e chegou a fazer parte da direção de uma escola em sua aldeia. Com o nascimento da filha, começou a se preocupar mais com a origem dos alimentos, notando tamanha diferença entre alimentos processados e orgânicos.
“Não adianta a gente ir para a casa de reza, pedir para os Nhanderu (divindades) para que a gente durma bem, para que amanhã a gente possa viver um dia bom de novo, se a gente fica comendo comida transgênica”.
Jera deixou sua vida nas escolas para se dedicar à agricultura na aldeia. Hoje carpe, roça, aduba a terra, busca sementes em outras aldeias, planta, colhe e compartilha. O cultivo desses alimentos está associado a rituais, festas e vários momentos importantes da coletividade guarani.
Como uma liderança indígena, Jera acredita na importância do coletivo, tanto na vida social quanto na vida espiritual. Em sua aldeia não há mais a figura do cacique, todos participam das tomadas de decisões importantes para o coletivo, homens e mulheres. Acreditam que pensando juntos tudo fica mais seguro.
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#AbrilIndigenaSesc
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