Presença feminina no audiovisual nacional se reflete na 22ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro

16/12/2021

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Programação deste ano exibe diversos filmes dirigidos ou protagonizados por mulheres

A programação da 22ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro, que acontece até o dia 30 de dezembro em formato híbrido na sala do CineSesc e na plataforma Sesc Digital, está repleta de produções dirigidas ou protagonizadas por mulheres, totalizando 45% dos filmes em exibição. A seleção é um recorte da recente safra cinematográfica contemporânea no Brasil, com obras que exploram diferentes gêneros, formatos e linguagens.  

Entre os destaques está “Carro Rei”, da cineasta Renata Pinheiro. O drama surreal conta a história de Uno, um jovem que tem o dom de conseguir se comunicar com carros. Quando uma nova lei proíbe a circulação de veículos antigos e coloca a empresa de táxi do seu pai em perigo, ele e o seu tio armam um plano para burlar a lei, transformando carros velhos em “novos”. Um dos carros, conhecido de Uno desde a infância, renasce e se torna o Carro Rei. Vencedor do Kikito de Ouro de Melhor Filme na última edição do Festival de Gramado, “Carro Rei” conta com a participação de Matheus Nachtergaele, Tavinho Teixeira e Clara Pinheiro.  

Também com toques surrealistas no roteiro, o elogiado “A Febre”, primeiro longa de ficção assinado pela diretora Maya Da-Rin, é ambientado em Manaus e acompanha o cotidiano de Justino, um indígena de 45 anos, que trabalha como vigilante em um porto de cargas. Com o passar dos dias, ele é tomado por uma febre forte e, em seus sonhos, uma criatura vagueia perdida pela floresta. Justino acredita que está sendo seguido, mas não sabe se quem o persegue é um animal ou um homem. 

Cena do filme "A Febre", dirigido por Maya Da-Rin.
Foto: Divulgação

“A Febre” teve uma carreira internacional consolidada ao percorrer diversos festivais mundo afora. Entre eles, o filme saiu vitorioso do Festival de Locarno, Festival Internacional de Chicago e do Festival de Cinema de Mar del Plata. Já no Brasil, o longa foi premiado com os prêmios máximos no Festival de Brasília, Janela do Recife e no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, onde ainda venceu nas categorias técnicas de Melhor Fotografia (Barbara Alvarez) e Melhor Montagem (Karen Akerman), todas profissionais mulheres do audiovisual.  

Bárbara Paz se faz presente em dose dupla na Retrospectiva do Cinema Brasileiro 2021. Como uma das protagonistas do drama “Por que Você Não Chora?”, de Cibele Amaral, e como diretora de primeira viagem no emocionante documentário “Babenco: Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou”. Premiado no prestigiado Festival de Veneza, o filme-homenagem faz um painel do relevante legado do diretor Hector Babenco para o cinema, enquanto alterna com cenas íntimas do cineasta em seus últimos dias de vida.  

Bárbara Paz em "Por quê você não chora" em cartaz na 22ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro no Cine Sesc.
Foto: Divulgação

Outros documentários dirigidos por mulheres que integram a programação são “Mangueira em 2 Tempos”, de Ana Maria Magalhães, que compartilha histórias inspiradoras das favelas do Rio de Janeiro; “Alcione – O Samba é Primo do Jazz”, de Angela Zoé, que descortina a trajetória musical de uma das maiores cantoras brasileiras; “Alvorada”, da dupla Anna Muylaert e Lô Politi, que acompanha a rotina da então presidente Dilma Rousseff, enquanto ela aguardava o resultado de seu processo de impeachment; “Chão”, filme de estreia de Camila Freitas, sobre a ocupação do MST em uma usina de cana-de-açúcar em processo de falência; e dois exemplares que resgatam a carreira de importantes artistas brasileiros: o escritor Antonio Callado em “Callado”, de Emilia Silveira, e o Grupo Rumo, representante da Vanguarda Paulista nos anos 1970, em “Rumo”, codirigido por Mariana Pamplona e Flavio Frederico. 

Em cartaz exclusivamente no Sesc Digital a partir do dia 17/12, merecem ser apreciados pelo público dois documentários intimistas e comoventes que abordam a temática da família. São eles: o pessoal “Casa”, de Letícia Simões, que mostra o retorno da cineasta à sua cidade natal (Salvador) para se reaproximar da mãe diagnosticada com transtorno bipolar; e “É Proibido Nascer no Paraíso”, de Joana Nin, que entrevista mulheres grávidas em Fernando de Noronha que são obrigadas a deixar a ilha para terem seus bebês.  

Outros filmes dirigidos ou protagonizados por mulheres na programação da 22ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro:  

“Meu Nome é Bagdá”, de Caru Alves de Souza 

“Mulher Oceano”, de Djin Sganzerla 

“Até o Fim”, de Glenda Nicário e Ary Rosa 

“Pacarrete”, de Allan Deberton 

“Todos os Mortos”, de Caetano Gotardo e Marco Dutra 

“Valentina”, de Cássio Pereira dos Santos 

“Acqua Movie”, de Lírio Ferreira 

“Niéde”, de Tiago Tambelli 

“Helen”, de André Meirelles Collazzo 

“Acesso”, de Julia Leite (curta-metragem) 

“O Babado de Toinha”, de Sérgio Bloch (curta-metragem) 

Clique aqui para comprar ingressos para os filmes em cartaz na programação presencial da 22ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro no CineSesc. 

Para assistir aos filmes disponíveis na plataforma Sesc Digital, na série Cinema #EmCasaComSesc, acesse sescsp.org.br/cinemaemcasa

Para conferir todos os filmes exibidos na Retrospectiva do Cinema Brasileiro 2021, confira o catálogo desta edição. 

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