Takumã Kuikuro | Foto: Marina Herrero
Em tempos de pandemia, como esta que tem atingido o mundo, o distanciamento social é recomendado como melhor opção. O agito do dia a dia dos grandes centros e cidades é deixado de lado para que muitas pessoas cuidem de si e dos seus – cada um em seu lar. É um período tomado por preocupações, reflexões, incertezas e diversas reinvenções sociais tecnológicas.
Mas, como estão vivendo os povos tradicionais que vivem em aldeias e crescem em comunidades, como os indígenas, por exemplo?
Por muitos viverem afastados e até mesmo isolados, há uma maior vulnerabilidade imunológica entre eles, além da falta de estrutura de equipamentos de saúde para atender casos suspeitos. Devido a isso e por todas as preocupações de suas lideranças, muitos se encontram, também, em quarentena, preservando assim a comunidade no geral.
A inclusão e a reinvenção digital, também, já fazem parte da vida de muitos indígenas. Segundo o Instituto Socioambiental – ISA, o aprendizado e a incorporação de ferramentas web têm ganhado maior destaque dentro das aldeias, principalmente para tratarem de assuntos ligados as suas culturas e à luta por seus direitos.
Cada vez mais reivindicam que os processos e espaços que referem-se às suas realidades sejam, no mínimo, construídos a partir de olhares indígenas. Um exemplo deste protagonismo é a Rádio Yandê, que formada por indígenas de várias etnias é a primeira rádio web do Brasil.
“A ausência de espaço de mídia para os povos indígenas vem do racismo estrutural brasileiro. Sem opção, fizemos a nossa etnomídia indígena, que nos representa, as outras são alternativas para nós. Com a Rádio Yandê, Casa Yandê e o Yby Festival as pessoas passaram a conhecer melhor o indígena contemporâneo, a partir do olhar da comunicação e da arte, se desprendendo do viés estereotipado, racista e preconceituoso. Simplesmente estamos gerando debate sobre o indígena contemporâneo e suas ancestralidades, que também é urbano, e não apenas o indígena da floresta, usando as tecnologias do dia a dia apenas como ferramentas comunicacionais indígenas”. Diz Anápuáka Muniz Tupinambá Hã hã hãe, fundador da Rádio Yandê, empresário, comunicador, produtor e gestor cultural indígena, formado em Gestão em Marketing e criador do conceito de etnomídia indígena brasileira.
Durante todo o mês de abril, às 19h, a Rádio Yandê tem feito lives com diversos convidados especiais, abordando temas como: economia, línguas, cosmovisões, política, medicina, espiritualidade, diversidade alimentar, gênero e sexualidade, música, literatura, suicídio e saúde mental dos povos indígenas, entre outros.
Clique aqui e acompanhe toda a programação, ou acesse: radioyande.com / www.instagram.com/radioyande
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