Disponível gratuitamente na plataforma Sesc Digital, a websérie inédita “Sem Título – Conversas no Acervo Sesc de Arte” propõe aproximação livre entre público e as artes visuais
Você conhece o Acervo Sesc de Arte? Se você já esteve em uma unidade do Sesc em São Paulo, a resposta é sim, você conhece! Ainda que não tenha se dado conta disso. A coleção do acervo conta com mais de duas mil e seiscentas obras de arte, que estão distribuídas nas unidades do Sesc São Paulo e ficam expostas de forma permanente ou itinerante – por vezes, elas estão em espaços não convencionais, como piscinas, comedorias e ginásios – ou também podem integrar recortes de exposições temporárias no Sesc ou instituições parceiras. Uma preciosidade!
Pode ser que você saiba muito bem disso e até tenha boas memórias com alguma obra – os icônicos 240 peixinhos que nadam pelo ar no Sesc Vila Mariana, por exemplo, são uma obra do artista plástico Chico Niedzielski; o famoso jacaré gigante, no Sesc Interlagos, é um brinquedo lúdico criado pela arquiteta Marcia Benevento -, ou pode ser que você não tenha pensado muito sobre o assunto. Seja como for, a arte é para todo mundo, e democratizar o acesso ao conhecimento e ao sentimento em relação a ela foi justamente a fagulha que deu origem à websérie.
Em uma brincadeira com (a ausência de) nomes muito frequente nas artes visuais, “Sem Título“ é dirigida por Thais Guisasola e produzida pelas Saliva Shots e Claraluz Filmes. Em dez episódios temáticos, a série reúne um time dos sonhos – 20 profissionais de muitas áreas diversas, não especialistas em artes visuais – para passear por unidades, a fim de conhecer algumas obras do acervo e trocar entre si e com o público os seus repertórios pessoais e experiências acerca de temas correlacionados com suas vivências, em conversas bem livres. O fio que guia as conversas é sempre uma mesma pergunta: o que essa obra te inspira? Afinal, todo mundo pode vivenciar uma obra!
No primeiro episódio, Fabulações e Cosmologias, Katú Mirim, rapper e ativista indígena, e a escritora Kiusam de Oliveira evocam memórias profundas diante de telas de Toninho Pescador e Glória de Dourados, e também das patas esculpidas de um cavalo – e somente as patas -, então localizadas na escadaria do Sesc Belenzinho; a obra é “Páreo #2”, escultura em granito de Tatiana Blass.
O compositor e multiartista Antônio Nóbrega e o dançarino Edu O. encontram-se no episódio Movimento, em que relacionam suas memórias afetivas com obras de Mestre Molina e Abraham Palatinik. A partir da perspectiva de um dançarino cadeirante, Edu aborda as percepções lúdicas do que é a mobilidade e novas percepções na dança, enquanto Antônio questiona os significados da energia cinética presente na obra e em seu entorno.
No episódio Resistências, o terceiro da série, a artista, produtora cultural e ativista Preta Ferreira e o pastor, escritor, ator e também ativista Henrique Vieira discutem o poder da arte e questões como silenciamento e resistência cultural. A conversa se desenrola diante de fotografias de Claudia Andujar e o potente poema-escultura de Rubens Gerchman.
Em um debate emocionante no episódio Alimento, João Gordo, músico e apresentador vegano, e a chef de cozinha Irina Cordeiro conversam sobre a relação entre arte, comida, e até mesmo sobre a fome e os reflexos da desigualdade social no país, inspirados por obras de Anna Bella Geiger e Regina Silveira.
No episódio Luz, o cineasta Beto Brant e a diretora de teatro Bia Lessa debatem sobre suas percepções das luminosas obras de Carmela Gross e Eduardo Coimbra; em debate, surgem o deslumbramento que atravessa suas experiências de vida, a desconstrução e o acesso à arte.
No episódio Música, o cantor, compositor, instrumentista e ator André Abujamra e a artista multimídia Jup do Bairro falam sobre suas perspectivas das obras de Nelson Leirner e Vicente Melo, ligadas às suas próprias manifestações estéticas, sonoras e percepções artísticas.
O jornalista Juca Kfouri e a atleta profissional de voleibol e ativista LGBTQI+ Tifanny Abreu discorrem sobre os desafios e superações no esporte, em Futebol. Com obras de Rubens Gerchman e Felipe Barbosa, o episódio é um retrato saudoso e real de questões coletivas que atravessam suas vidas e jornadas.
No capítulo Palavra, a filósofa, poeta e ativista cultural Maria Vilani e a comunicadora e apresentadora Sarah Oliveira são inspiradas por obras de José Paulo Oliveira e Leonora Barros. A partir delas, a dupla passeia por temas como o poder da linguagem, da cultura popular, da construção de ideias e até mesmo da formação básica educacional infantil, baseada no poder de transformação das palavras.
Em Identidade e Ancestralidade, obras de Anna Maria Maiolino e Carmézia Emiliano guiam o diálogo entre o escritor e professor indígena Daniel Munduruku, e Dona Jacira, detentora de saberes ancestrais. O resultado é um potente papo sobre origens e herança geracional.
Para encerrar a série, o episódio Corpos Possíveis reúne Aretha Sadick, atriz, artista visual e ativista LGBTQIA+, e Leandrinha Du Art, comunicadora e ativista PCD e LGBTQIA+. A partir de obras de Bárbara Wagner e Benjamin De Burcalas e Sidney Amaral, elas abordam o corpo como território e ponto de partida da arte, e a percepção coletiva de corpos pouco aceitos socialmente, invisibilidade e privilégios.
Você pode assistir à Sem título – Conversas no Acervo Sesc de Arte integralmente na plataforma sesc.digital e experimentar por conta própria suas reflexões e sentimentos. No link de cada episódio, há também as imagens das obras disponíveis na galeria virtual do acervo no Sesc Digital, com mais informações sobre as peças e artistas. Você pode passear pelo Acervo Sesc de Arte virtualmente ou refrescar seu olhar da próxima vez que visitar as unidades do Sesc em São Paulo. Permita-se!
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