Peças utilizadas na composição de protetores faciais, feitas em corte a laser | Foto: Danny Abensur
De abril a dezembro, mais de 350 entidades no estado de São Paulo, entre hospitais, secretarias municipais de saúde, instituições sociais e instituições parceiras do programa Mesa Brasil, foram atendidas com doações de protetores faciais fabricados a partir da infraestrutura dos Espaços de Tecnologias e Artes de unidades do Sesc
Em 2020, para contribuir com os esforços de toda a sociedade no combate à pandemia de Covid-19, o Sesc São Paulo desenvolveu diversas ações solidárias, entre elas, o projeto de Fabricação Digital de Protetores Faciais para Doação, cuja segunda fase foi concluída no dia 18 de dezembro.
Cerca de um mês após a confirmação do primeiro caso de contaminação pelo novo coronavírus no país, a demanda por Equipamentos de Proteção Individual teve um aumento significativo e, em alguns casos – como ocorreu com protetores faciais –, tais EPIs chegaram a ficar em falta.
Naquele momento, considerando a infraestrutura disponível nos Espaços de Tecnologias e Artes (ETAs) – ambientes normalmente voltados à oferta de cursos e oficinas – das unidades do Sesc, um grupo de trabalho da instituição avaliou então protótipos (de código aberto) de protetores faciais que estavam sendo fabricados por iniciativas da cena maker no país.
Polo de produção no ETA do Sesc Avenida Paulista, que esteve em operação de abril a agosto de 2020 | Foto: Matheus José Maria
Dois modelos foram selecionados: um chamado Viva SUS (desenvolvido pelo grupo Makers Contra a Covid-19), composto por uma testeira produzida a partir de impressão 3D e uma viseira de plástico PETG cortada em máquina de corte a laser; e um outro modelo (criado pela startup Me Viro e compartilhado pelo Projeto Arrastão) constituído basicamente por partes de plástico PETG cortadas em máquina de corte a laser.
Ainda em abril, o ETA do Sesc Avenida Paulista tornou-se o polo de produção do projeto, concentrando equipamentos dos ETAs de diferentes unidades, além do trabalho de diversos profissionais educadores de tecnologias e artes do Sesc, trabalhando presencialmente, em escala, para evitar aglomerações e poder manter o distanciamento adequado no espaço.
Essa primeira etapa do projeto, concluída no dia 15 de agosto, foi responsável pela produção de cerca de 8 mil protetores faciais. Até ali, mais de 5 mil unidades chegaram a 105 entidades em municípios do estado de São Paulo, a partir de mapeamento feito pelas unidades do Sesc em seus entornos. E pouco mais de 2 mil protetores foram distribuídos a funcionários da própria instituição, como os profissionais dos centros odontológicos e de outras equipes que têm desenvolvido trabalho in loco.
No dia 1º de setembro, a segunda etapa do projeto teve início no espaço das Oficinas do Sesc 24 de Maio. A produção, então, restringiu-se à fabricação de protetores faciais feitos essencialmente a partir do uso de máquinas de corte a laser. Esse modelo, mais simples e de fabricação muito mais ágil – sem o uso de impressoras 3D –, procurou atender a demanda de instituições sociais e entidades parceiras do programa Mesa Brasil.
Polo de produção no espaço das Oficinas do Sesc 24 de Maio, operando com duas máquinas de corte a laser, de setembro a dezembro | Foto: Danny Abensur
Nessa segunda etapa, concluída no último dia 18 de dezembro, foram fabricados mais 8 mil protetores faciais. O projeto como um todo, portanto, foi responsável, este ano, pela fabricação de 16 mil protetores. Mais de 13 mil unidades foram doadas a 350 entidades mapeadas pelo Sesc e quase 3 mil unidades foram distribuídas internamente.
Carolina Belizário, educadora de tecnologias e artes do Sesc Interlagos, no polo de produção do Sesc Avenida Paulista | Foto: Matheus José Maria
Além de contribuir com os esforços do poder público, das instituições e da sociedade no combate à COVID-19 durante o ano de 2020, esse projeto de Fabricação Digital de Protetores Faciais para Doação do Sesc São Paulo procurou também estimular a pesquisa da equipe de educadoresdos Espaços de Tecnologias e Artes das unidades sobre novas formas de aplicação tanto da fabricação digital como de uma ação educativa mais ampla.
“É muito gratificante poder trabalhar em algo que faça sentido para as pessoas durante esta pandemia”, contou Carolina Belizário, educadora de tecnologias e artes do Sesc Interlagos em entrevista à EOnline, em junho. Parte da equipe do Sesc há mais de uma década, Carolina sente falta da antiga rotina. “Sei que estamos lutando juntos e, quando isso passar, estaremos de volta em nosso lugar”.
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