Serviços públicos de saúde, instituições de atendimento hospitalar sem fins lucrativos e instituições sociais recebem protetores faciais produzidos a partir de impressoras 3D e cortadora a laser disponíveis nos Espaços de Tecnologias e Artes do Sesc São Paulo
No contexto da pandemia da COVID-19, têm surgido inúmeras iniciativas no universo maker e da fabricação digital, dentro e fora do Brasil, para a produção de diferentes modalidades de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) ou aparatos médicos para uso de profissionais da saúde, trabalhadores em atividades de risco, para cidadãos contaminados ou cuidadores de pessoas doentes.
O Sesc São Paulo – cujas unidades seguem fechadas ao público em função das medidas de isolamento social no estado – avaliou as necessidades envolvidas na produção de alguns tipos de máscaras e respiradores a partir dos equipamentos disponíveis no Espaço de Tecnologias e Artes (ETA) das unidades. O diálogo com profissionais, dentro e fora da instituição, levou à opção pela fabricação de protetores faciais produzidos por meio de impressoras 3D e máquina de corte a laser disponíveis nos ETAs de diversas unidades, concentradas, por razões logísticas, no quarto andar do Sesc Avenida Paulista.
Esse protetor facial é composto, basicamente, por uma viseira de acetato (cortada a laser) e uma testeira também de acetato ou de plástico biodegradável (cujo filamento utilizado na impressora 3D é feito de vegetais ricos em amido, como milho, beterraba, mandioca ou cana de açúcar). A junção das peças para a montagem da máscara é feita manualmente (veja o vídeo abaixo para saber mais).
As especificações utilizadas na iniciativa – o protótipo Viva SUS, do grupo Makers Contra a Covid-19, e também um outro modelo criado pela startup Me Viro, compartilhado pelo Projeto Arrastão – vêm de projetos de código aberto, passíveis de serem modificados conforme a necessidade e disponíveis online para quem tiver uma infraestrutura de fabricação digital.
Após a fase de testes dos protótipos e avaliação de profissionais de saúde do Sesc, iniciou-se a produção efetiva no final do mês de abril. Com base no desempenho das máquinas e na organização da equipe formada por educadores de tecnologias e artes e outros profissionais do Sesc, prevê-se a produção de cerca de 500 unidades por semana. Protocolos de segurança e proteção das pessoas envolvidas têm sido observados.
Entre as instituições beneficiadas pelos primeiros lotes de protetores fabricados pelo Sesc, no início de maio, estão a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e os hospitais estaduais Ipiranga e Heliópolis. A distribuição está sendo feita a hospitais e instituições sociais mapeadas pelas unidades do Sesc no estado de São Paulo, entre elas, também algumas entidades parceiras do programa Mesa Brasil.
O desenvolvimento desse projeto, além de contribuir com os esforços do poder público, das instituições e da sociedade no combate à COVID-19, visa estimular a pesquisa da equipe de educadores do programa de Tecnologias e Artes do Sesc São Paulo sobre novas formas de aplicação tanto da fabricação digital como de uma ação educativa mais ampla, desenvolvida dentro e fora dos espaços das unidades.
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