Sorriso em dia

02/12/2014

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Crédito: Marco Antônio

Cuidados com higiene e alimentação contribuem para a saúde bucal infantil

É na infância que se formam muitos dos hábitos que serão levados para a vida adulta. Em relação aos cuidados com os dentes não seria diferente. A prática da higiene correta, a alimentação equilibrada e o uso adequado de flúor estimulam a saúde bucal das crianças e influenciam atitudes que podem fazer diferença no futuro.

“A educação em saúde é fundamental para que se alterem padrões de comportamento, visto que a cárie é uma doença comportamental”, observa a professora do Departamento de Odontologia da Universidade de São Paulo (USP) Daniela Raggio. Segundo a especialista, a cárie é o problema dentário mais comum entre as crianças. “Apesar do relativo fácil controle com a dieta e higiene bucal, muitas ainda apresentam a doença até mesmo na primeira infância, período que vai até os 3 anos de idade.”

As principais indicações para evitar cáries são o uso moderado do açúcar na alimentação e a higiene bucal adequada após as refeições. “Deve-se evitar abusar de refrigerantes e doces de maneira geral, pois eles também são fatores de risco para outras doenças, como obesidade e diabetes. Precisamos lembrar que a saúde bucal não pode ser desvinculada da saúde geral”, ressalta Daniela.

Quanto à higiene, a professora destaca a importância de utilizar uma escova dental de tamanho compatível com a idade da criança e de cerdas macias, além de fio dental e pasta de dentes fluoretada acima de 1100 ppm. “Quando se inicia a erupção dos dentes, deve-se somente dar uma ‘sujadela’ na escova de dentes. Já quando a criança consegue expelir o dentifrício, deve-se colocar a quantidade de um grão de ervilha”, recomenda.

O dentista e assistente técnico do programa de odontologia da Gerência de Saúde e Alimentação do Sesc Rogério Ruano lembra que a saúde bucal é influenciada por determinantes sociais de saúde, condições de saneamento e de moradia, além da genética e hábitos alimentares, entre outros fatores. “Verifica-se uma diminuição dessa prevalência da cárie. Em São Paulo, o índice de cárie tem diminuído, mas em algumas regiões ainda é muito alto, como na periferia, por exemplo”, afirma.

Rogério alerta para outra alteração na saúde bucal infantil que pode ser facilmente evitada: a fluorose, que causa manchas nos dentes em decorrência do excesso de ingestão de flúor. “Em cidades como São Paulo, onde a água já é fluoretada, é preciso cuidado. Até cerca de 8 anos de idade ocorre a formação do esmalte dentário”, explica Ruano, que recomenda escovação supervisionada até essa fase. “A ingestão exagerada de flúor nesta época pode não ser um fator de proteção, mas sim de manchamento dos dentes.”

Outro problema influenciado por hábitos da infância é a maloclusão (mal posicionamento dos dentes), agravada pelo uso exagerado de chupetas. “A amamentação é um fator protetor importante, pois estimula corretamente a musculatura e o desenvolvimento esquelético”, explica. Ele ressalta que a atenção dada aos dentes de leite deve ser a mesma que aos dentes permanentes. “O dente de leite deve ser cuidado e tratado. Perder um dente precocemente pode causar alterações de posicionamento”, esclarece. “É de extrema importância cuidar bem da saúde bucal desde o nascimento do bebê, para não perpetuar os problemas na fase adulta.”

Proposta de autonomia

Ações educativas estimulam e orientam crianças a cuidar da saúde bucal

O acesso ao conhecimento possibilita mudanças para uma vida mais saudável. Esta é uma das ideias que norteiam a atividade Sorriso é Coisa Séria, que desde 1998 orienta o público sobre a promoção da saúde. Destaque entre as ações educativas desenvolvidas pelo Sesc na área, a atividade é realizada em escolas, instituições parceiras e nas unidades Sesc São Paulo.

A atividade conta hoje com iniciativas lúdicas de orientação, intervenções, vivências, jogos e brincadeiras relacionados à temática da saúde bucal. “O intuito é levar informação e possibilidade de mudança por meio da autonomia do participantes, que podem entender como fazer a gestão da própria saúde e ter uma vida mais saudável”, explica Jair de Souza Moreira Jr., assistente técnico do programa de odontologia da Gerência de Saúde e Alimentação do Sesc.

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