Por Ruth dos Santos*
O ato de costurar remete à uma técnica milenar, sendo a forma encontrada pelo homem para se proteger dos fenômenos naturais, tais como o frio, a chuva e o calor. Assim, começou a costurar suas peças para suprir suas necessidades. Com o passar dos tempos, assim como ocorre em todas as áreas, a costura foi se aperfeiçoando e ganhando novas ideias e formas, com o surgimento das máquinas e mais técnicas diferenciadas e inovadoras. Se pararmos para observar o ato de costurar, há um pouco de poesia no vai vem de uma agulha, no tracejar de uma linha no tecido e muita prosa no fio da história da costura.
Intimamente relacionada à existência e resistência das roupas no desenrolar da linha do tempo, a costura foi e é, ainda hoje, a razão de ser de muitos profissionais, principalmente das mulheres, historicamente falando. Nas confecções, nos ateliês ou na vizinhança do bairro, seu ofício é nobre e perpassa gerações, no artesanal ou no industrial, na criação de tendências ou dando forma ao vestir e ao se expressar por meio da moda. Desde o início das sociedades patriarcais, a costura de roupas é considerada uma tarefa feminina e, como muitos saberes femininos, a costura à mão, o tear e o bordado eram compartilhados entre as mulheres de geração em geração a partir da oralidade e da observação, como uma herança, uma arte que se perpetuava entre elas.
Antes de continuar a leitura deste texto, gostaria de propor um exercício: olhe para a peça de roupa que está vestindo. Agora olhe para suas mãos. Tente imaginar quantas mãos, semelhantes às suas ou às minhas mãos que escrevem este texto, passaram por essa mesma roupa que você veste. Quantas lembranças e memórias podem estar contidas nessa peça?
Nesses remendos de tecido e linha, a costura manifesta sua ancestralidade por meio da memória, porque costurar é colocar memória. É fazer com as mãos, e quem faz com as mãos coloca sempre um pouco de si. Então costurar é um legado.
E por falar em legado, vou lhe contar como foi o processo de produção das máscaras de tecido do projeto Tecido Solidário! Antes, vale falar sobre o que vem a ser o Tecido Solidário. No contexto da COVID-19, o Sesc São Paulo, em consonância com sua missão e costumeira colaboração com os órgãos públicos, têm dedicado esforços e recursos no enfrentamento da pandemia por meio do Tecido Solidário – saúde, educação e geração de renda.
O projeto tem por objetivo a promoção do trabalho comunitário e a geração de renda, por meio do envolvimento de iniciativas sociais na confecção de máscaras artesanais de tecido para uso de funcionários do Sesc e doação a instituições mapeadas pelas unidades, além do estímulo à aprendizagem de uma nova prática manual e ações educativas relacionadas ao uso adequado das máscaras de tecido. Tecido Solidário é mais uma ação do Sesc que reforça o compromisso social e educativo da instituição. E tem como principais premissas a promoção do trabalho comunitário a partir do envolvimento de iniciativas sociais, o estímulo à aprendizagem de uma nova prática manual, e, principalmente, a realização de ações educativas voltadas aos funcionários/as e públicos sobre o uso adequado das máscaras de tecido.
Em 2021, além das contratações e doações que caracterizam o projeto Tecido Solidário, o Sesc Guarulhos acrescentou o desenvolvimento de cursos alinhados ao trabalho da área de valorização social. Essas ações formativas foram propostas a partir das necessidades do grupo formado por mulheres da Associação Seringueiras, a fim de aprimorar e diversificar os produtos produzidos, além de ensinar sobre gestão financeira, venda e divulgação para qualificar e ampliar o trabalho educativo que vem sendo construído entre o Sesc Guarulhos e as iniciativas envolvidas.
Foram contratadas 12 mulheres moradoras da Vila Fátima, Parque da Seringueira e integrantes da Associação Seringueiras para a confecção de 145 máscaras cada, totalizando 1.740 máscaras. Vale ressaltar que essas mulheres não sabiam costurar e todo o processo de modelagem e costura das máscaras foi ensinado e mediado por oficineiras e pessoas atendidas pelo Projeto Tear.
Diariamente e timidamente, elas foram chegando… uma a uma! Com elas uma imensidão de experiências e histórias que se entrelaçaram e se cruzaram. Nessa imensidão, algo em comum às conectava: o enredo das histórias, os sabores e dissabores da vida. Num primeiro momento, faltava-lhes a habilidade com as mãos, no corte e tracejo do tecido, no manuseio da máquina, no controle da costura, mas a oralidade foi o que fez com que as narrativas se mantivessem vivas e gerassem a criação do vínculo, o convívio, o fortalecimento afetivo, a sensação de pertencimento, o sentir-se útil e em constante processo de aprendizado.
A transmissão de saberes e a aprendizagem prática ou informal do artesanato estava relacionada à família e à comunidade. Ao longo do processo do Tecido Solidário, o aprendizado da costura originou inicialmente da partilha dos conhecimentos e, em seguida, da prática da costura propriamente dita, por meio da aplicabilidade e da participação em todos os processos.
Seguimos o passo a passo para o ensino da costura a fim de que cada uma pudesse tomar contato e aprender a costurar. Elas aprenderam a ligar a máquina, a colocar a linha, a fazer o molde da máscara, além de exercícios para controle do pedal. Foram dois dias de práticas intensas, detalhadas e minuciosas para que elas pudessem compreender o universo da costura e seus macetes. Por fim, no segundo dia de atividade, cada uma saiu com brilho nos olhos e sorriso escondido por detrás da primeira máscara produzida.
As atividades de produção se deram num ambiente descontraído e de estreitas relações interpessoais. As mulheres trabalharam sentadas, cada uma em sua mesa, alinhavando a linha com uma habilidade fascinante, imprimindo no trabalho a sua identidade. Elas realizaram cada etapa do processo de produção das máscaras: corte do tecido, corte do elástico, montagem do kit, a primeira costura, virada da máscara e costura do elástico.
A maioria das mulheres possuía tradição familiar da costura, porém, não havia iniciado a prática em virtude de outros fazeres laborais ou da ausência de oportunidade e tempo. Muitas exerceram e ainda exercem outras funções como forma do ganha pão: são donas de casa, estudantes, cuidadoras, vendedoras, voluntárias, mas manifestaram interesse em dar continuidade à prática e aprenderem mais sobre o ofício.
A cada dia elas se reconheciam e se identificavam com o novo aprendizado, respeitavam suas características e evidenciavam suas potencialidades e habilidades. Havia aquelas que se destacavam na marcação e corte do tecido, demonstrando uma habilidade motora fina impecável. Outras possuíam uma destreza no controle da máquina ou eram detalhistas no fechamento das máscaras. Sem falar naquelas com olhar clínico para o acabamento. A essas não passava um fio de linha ou metragem a mais do elástico. Tudo era milimetricamente conferido. A partir dessas habilidades individuais e coletivas, as produções foram surgindo e as máscaras sendo produzidas. A sonoridade das máquinas trabalhando incessantemente compartilhava espaço com as conversas e histórias de vida.
Se num primeiro momento o objetivo era a confecção de 1.740 máscaras de tecido, algo além aconteceu ao longo dos 12 encontros. O fazer manual abriu espaço para a produção e prática de afetos. O pacto entre as mulheres, sem estar formalizado e verbalizado, foi a coletividade.
O cuidado e a escuta umas com as outras. A timidez do início já não se fazia presente no quarto dia de encontro, dando lugar ao compartilhamento dos “casos de família”, as músicas no celular, as gargalhadas e piadas.
Sem estabelecer quaisquer pré-julgamentos ou a dualidade do certo ou errado, ouviam-se as histórias dos familiares presos pelo tráfico de drogas, em virtude das exclusões sociais, pelas escolhas pessoais ou pelas faltas e violências às quais enfrentavam diariamente. As histórias de traições dos maridos, das violências domésticas, da sobrecarga dos afazeres domésticos e até mesmo da solidão de serem vistas somente como mães e esposas. Às vezes, a mesma história era narrada mais de uma vez, só mudava quem as narravam ou os personagens envolvidos nelas.
Mesmo diante de algumas realidades de histórias de vida, o clima de alegria tomava conta da sala e contagiava todas.
Quem diria que linhas, tiras de tecido e elástico pudessem causar tanto bem-estar!? Está para além da geração de renda, do sentir-se produtiva, sentir-se útil, está relacionado ao contexto social, ao coletivo, ao estabelecimento de relações afetuosas e cuidadosa. Arrisco dizer que tem a ver com a sororidade.
11 mulheres sentadas em 2 fileiras de cadeiras. As mulheres estão costurando em máquinas de costura.
A atuação do Sesc no território de Guarulhos tem estimulado a conexão e a ação em rede de instituições, profissionais e moradores nos mais diferentes ramos de atividade e linguagens.
Nesse estabelecimento de vínculos, as histórias vão se alinhavando e se fixando nas camadas sociais como a linha que perfura o tecido e se fixa. As histórias e afetos se atravessam e criam raízes.
Como não se afetar com o sorriso e carisma da Joyce, com o cuidado da Genilza, com o olhar carinhoso da Marta, com as histórias da Leila, com as piadas e gargalhadas da Zilma, com o repertório musical da Juliana que tomou conta da sala. Com o cuidado e carinho da Jane. Com as palavras certeiras da Janicleide. Com os causos da Rose. Com as habilidades da Neide. Com a discrição e timidez da Nisse. Com a proatividade e disponibilidade da Francisca. E com a agilidade da Victoria.
Sem falar no convívio e contato com o público atendido pelo Projeto Tear, que possui na cidade de Guarulhos um importante serviço na rede de atenção psicossocial e atua no campo da inclusão social pelo trabalho, convivência e cultura da população em situação de sofrimento psíquico e/ou outras vulnerabilidades socioafetivas. A rede de contatos e afetos aumentou.
Para a Vânia Sala Lorençato, supervisora de projetos do Projeto Tear, “integrar o Tecido Solidário em parceria com o Sesc foi uma evolução para o Tear. Caminhando para além de produzir, os participantes da oficina de costura se viram na função de transmissão de saber, movimentando uma troca de experiências entre eles e deles com as integrantes da oficina de produção das máscaras. Trabalho, renda, visibilidade e respeito. Transformação de vida pela cooperação e solidariedade”.
Metros e metros de tecido, fios de linha transformados em proteção, carinho e afeto, que resultarão em máscaras de tecido para a proteção de pessoas assistidas por instituições e associações da cidade às quais o Sesc estabeleceu parceria nesses 2 anos de existência. Olhares atentos e a dança frenética das mãos produziram e estabeleceram cuidado, carinho e afeto.
De fio em fio, novas amizades, aprendizados, saberes e oportunidades de fazeres. Ao final, a perspectiva de um novo ofício, de uma nova forma de gerar renda, de ganhar o tão suado e esperado dinheiro. Do aumento da renda. É tempo de esperançar, de criar.
O Tecido Solidário propiciou, além da geração de trabalho e renda a partir da aproximação com o campo da economia solidária, a geração de valores como cooperação, coletividade, solidariedade, sustentabilidade e bem-estar social. O nome é interessante: “Tecido Solidário”. Camadas e camadas de tecido para uma ação de solidariedade. E a solidariedade está nas pessoas. Na valorização e relação humana. Na valorização dos aprendizados, dos saberes, dos fazeres, dos olhares, das trocas, das partilhas, do estabelecimento das redes. Na valorização do convívio, do respeito à diversidade, das experiências.
Para o Sesc, as realizações em valorização social compreendem o desenvolvimento de ações educativas voltadas à inclusão produtiva de pessoas e grupos, valorizando e difundindo saberes e habilidades. As atividades abrangem temas relativos à geração de trabalho e renda, técnicas artesanais, aos saberes tradicionais, empreendedorismo, comércio justo, economia solidária, participação cidadã e desenvolvimento de projetos sociais, de técnicas e habilidades. Mas qual o verdadeiro sentido e objetivo da valorização social se não a valorização das pessoas.
O momento de agora, com uma pandemia global sem precedentes colocando à prova diversos modos de pensar e fazer, nos mostra a importância dessa ancestralidade. Esse cenário pandêmico nos provocou a olhar e estar no mundo por outro espectro.
Estávamos com uma lente torta, embaçada, torpe e, talvez – com uma essencial dose de trabalho de base para que esse talvez seja um sim –, esta lente possa ser subvertida para uma que olhe para as mãos, colocando-as como protagonistas. A vida não é somente isso do que se vê! Do lado de lá e de cá há tantas outras possibilidades. Para além dos afazeres laborais, há que se aproveitar o lazer, o ócio criativo, o aprendizado e o contato com outros saberes e fazeres. Há que se apropriar dos espaços públicos, das políticas públicas e privadas, dos serviços destinados à população, dos equipamentos instalados nas cidades. Essas mulheres pertencem à sociedade, assim como o inverso também é verdadeiro.
Nesse cenário pandêmico, aos poucos vamos abrindo as portas, ampliando os horizontes, criando oportunidades e aumentando os vínculos e convívio com seus moradores e moradoras. Ampliação das redes, das articulações na cidade. No fazer com e para os guarulhenses.
Penso na quantidade de pessoas que serão beneficiadas e contempladas com essa ação em Guarulhos, na atuação dessas mulheres no território. Qual a abrangência e capilaridade poderão atingir? Quais e quantas camadas sociais poderão se beneficiar com o conhecimento e articulação dessas mulheres? Qual a quantidade de mulheres e famílias que poderão ser atingidas?.
No processo de doação das máscaras de tecido, 10 instituição foram contempladas, entre elas: Associação de Moradores Núcleo Habitacional Parque das Seringueiras, Centro de Integração da Cidadania – CIC Guarulhos, Instituto Casa Cairo Pimentas, Cooperativa de Trabalho dos Catadores da Área de Materiais de Recicláveis de Guarulhos, Núcleo Batuíra – Unidade I, Circo Escola Cidade Seródio, Instituto Zedakah, Projeto Tear, ONG Chico Mendes e Associação Brasileira de Defesa da Mulher, da Infância e da Juventude – ASBRAD. A abrangência do Tecido Solidário e da proteção na cidade se expandiu. O cuidado chegou a 11 diferentes bairros da cidade e 1.740 pessoas seguirão protegidas em suas dinâmicas do dia a dia. Como bem disse a Jane, “nosso trabalho e produto percorrerão bairros que até mesmo a gente desconhece em Guarulhos”.
É tempo de esperançar!! De olhar além das possibilidades e oportunidades que foram impostas à essas mulheres. Elas podem e querem mais…
Ao longo da oficina, pontos importantes foram tecidos pelas mãos dessas mulheres que costuraram sonhos e entrelaçaram alegrias cotidianas. Vidas que se realizaram e se somaram por meio do trabalho coletivo com a costura. A conversa despretensiosa revela como um processo de produção de máscaras de tecido pode carregar tantos significados, gostos, manias e memórias de quem as produz, e como a costura pode ensinar sobre a liturgia da vida. A crise nos revela, mais intensamente, que resgatar é preciso. É possível construir uma costura ancestral, é possível preservar e potencializar a ancestralidade da costura. Precisamos entender e estimular o potencial das nossas mãos.
A costura nos deu possibilidade de testar formas, de criar e de fazer de diversos jeitos. De iniciar um processo e refazer. Na costura, se uma peça não deu certo, é possível fazer de outro jeito. É possível desmanchar e começar de novo.
Um valor que não se precifica é o valor humano!
Espero que aos poucos essas mulheres possam se identificar cada vez mais com o Sesc e possam se apropriar dos seus spaços, serviços e atividades. Que a curiosidade em conhecer e participar de outras atividades não fique somente na fala. Afinal, esse é o papel do Sesc no território. Estabelecer relação com seu público, levando, a partir de suas ações educativas, educação não-formal, lazer e cultura para a população. Além do potencial humano e ancestral, a costura possibilita o potencial econômico e de geração de renda, a valorização social.
Para finalizarmos esse percurso que traçamos até aqui, gostaria de lhe propor um segundo exercício: quantas famílias você conhece que têm a costura como fonte de renda? Dessas famílias, quantos jovens acessaram a universidade com a renda da costura? Quantas famílias se alimentaram à base da costura? Quantas casas foram erguidas? Quantos eletrodomésticos foram adquiridos a partir da costura? Quais coletivos foram formados e pensados tendo a costura como ferramenta de articulação, produção e geração de renda?
A economia do território pode ser fomentada e potencializada tendo a costura coletiva como percurso e caminho para a (re)significação da renda das famílias e comércio local.
Os 12 dias, as 30 horas voaram… O relógio acelerou. E, enfim, o trabalho se encerrou. Ao menos essa primeira etapa!! Quando iniciamos a ação formativa complementar ao projeto Tecido Solidário, o “Curso de Modelagem e Costura”, com a proposta de ampliação de repertório, por meio do processo de criação de moldes e peças de roupas variadas, era perceptível a apreensão e nervosismo no início. Afinal, elas nunca haviam produzido algo e não se sentiam capazes de criar uma peça de roupa. Aos poucos os moldes foram sendo pensados e criados a partir da pluralidade e diversidade dos corpos presentes. Os moldes foram se transformando em pijamas, camisas e bolsas. Os pedaços de tecido. É indescritível o brilho nos olhos dessas mulheres.
Em alguns momentos se ouvia “não acredito que eu fiz essa blusa. Que orgulho!”. Nesse instante o peito se enchia de alegria e era possível visualizar o riso largo por detrás da máscara de tecido. E essas mulheres não somente fizeram, mas criaram o molde adequado a seu corpo, pensaram na peça, em sua utilidade e intencionalidade. Pensaram na composição das cores. Pensaram e criaram todo o processo criativo das peças criadas. E, é claro, teve desfile de cada uma com suas peças.
Aos poucos, outras peças foram pensadas e produzidas a partir dos materiais que cada uma possuía em casa. E suas experiências e produtos seguiram sendo compartilhados.
Durante o curso de modelagem percebia-se algumas mulheres ensinando e compartilhando conhecimento entre si. Aprendizado este surgido durante as oficinas de produção das máscaras. Esse tem sido o diferencial de todo o trabalho e processo do Tecido Solidário: o aprendizado, a troca de saberes e fazeres e o empoderamento. E olha só: essas mulheres aprenderam e entenderam todo o processo e cadeia produtiva de roupas. Elas aprenderam a escolher o modelo, escolher e preparar o tecido, fazer a modelagem, cortar, iniciar as costuras, fazer a prova e finalizar as costuras e acabamentos. Sem falar na questão de pensarem a utilidade e intencionalidade de cada peça criada. Algumas mulheres estabeleceram uma rede de parceria com empresas e pessoas conhecidas que trabalham com comercialização de tecidos em lojas ou fábricas e passaram a receber a doação de insumos e materiais para a produção das peças que almejavam. Todo o material doado foi compartilhado com as demais ao longo do curso. Esses materiais, que num primeiro momento seriam descartados, ganharam um novo destino e uma nova utilidade. Já pensavam em perfil de público!
Em agosto e setembro novos aprendizados! A rede está aumentando e com ela as histórias e laços se fortalecendo. Elas aprenderão a divulgar seus produtos, a precificar e comercializar suas peças.
As pessoas estão se conectando e os saberes sendo compartilhados. Gratidão a todas e todos que fizeram e fazem parte dessa rede e desse projeto. Nesse contexto pandêmico pudemos aprender e trocar! O frenesi das máquinas funcionando com toda sua potência, as mãos sempre ágeis e com destreza no controle do manejo e tracejo do tecido, o olhar atento a cada detalhe e o sorriso e brilho nos olhos a cada peça finalizada. Aos poucos, costuramos oportunidades. Na vida é importante termos oportunidade: de ser, de estar, de experienciar, de fazer, de criar, de conviver, de aprender, de se encantar e se desafiar no novo!
Lembra da pergunta inicial sobre quantas famílias puderam colocar comida na mesa com a costura? A resposta está aí: essas foram as costuras construídas nesse período de dois meses.
*Ruth dos Santos é educadora física e especializada em gestão cultural. Atualmente é supervisora do Núcleo Socioeducativo do Sesc Guarulhos.
**Fotos do projeto Tecido Solidário no Sesc Guarulhos por Alexandre Leopoldino
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