Por Danilo Santos de Miranda, Diretor do Sesc São Paulo
Defender a conservação da natureza e dos diferentes modos de vida tem sido, a cada dia, um ato de coragem. Aqueles que dedicam sua trajetória pessoal e profissional à proteção do meio ambiente, buscando zelar pela segurança de povos originários ou tradicionais, podem paradoxalmente experimentar situações de insegurança e vulnerabilidade, muitas vezes sem apoio ou proteção à sua integridade física.
Contudo, a preocupação com a conservação de distintos ecossistemas e, consequentemente, com o futuro do planeta supera os possíveis riscos resultantes da atuação dos ambientalistas pelo mundo. Dessas práticas, resultam conhecimentos que contribuem para a difusão de uma maior consciência ambiental, chamando atenção para a importância da participação de todas e todos nesse processo.
Em 2022, são celebrados importantes eventos e acontecimentos seminais no âmbito da sustentabilidade, como: os 60 anos da obra Primavera Silenciosa, de Rachel Carson; os 50 anos da Conferência de Estocolmo; os 40 anos do ritual indígena Quarup Sete Quedas (em memória do alagamento das Sete Quedas do Rio Paraná); e os 30 anos da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – conhecida como Eco-92 ou Cúpula da Terra. São episódios que influíram em legislações, políticas públicas e instrumentos de planejamento e gestão, tanto no Brasil quanto no mundo.
Conhecer as conexões entre o percurso histórico do ambientalismo e seus marcos é fundamental para a compreensão de questões que articulam justiça e interseccionalidades sociais e ambientais. Tais questões estão presentes no diálogo entre atores sociais e políticos com agendas transversais diversas, que impactaram e que foram impactadas pelo movimento ambientalista.
Nessa perspectiva, o Seminário Trajetórias do Ambientalismo Brasileiro – realizado em parceria com a Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, por intermédio da Cátedra Sustentabilidade e Visões de Futuro –, propõe refletir sobre acontecimentos emblemáticos na área e suas reverberações. O encontro destaca ainda novos arranjos no enfrentamento dos dilemas socioambientais, com a relevante atuação de movimentos sociais, coletivos, universidades e iniciativas públicas e privadas, na construção de práticas e modos de viver, produzir e consumir, em equilíbrio com os biomas e com a diversidade cultural dos territórios e suas populações.
Ao propor atividades com a temática da sustentabilidade, o Sesc reafirma seu compromisso com as questões socioambientais, entendendo-as como fundamentais para a manutenção da vida de diversas espécies, incluindo a nossa. Dessa forma, a instituição espera corroborar na construção coletiva de um amanhã em que as pautas ambientais caminhem, pari passu, ao desenvolvimento das sociedades.
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