Uma viagem pela Amazônia, no Sesc Itaquera

22/11/2013

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Foto: Paulo Neves

A realidade pouco conhecida da maior biodiversidade do planeta é tema da exposição Amazônia Mundi, de 30/nov/2013 a 10/mai/2015

“Na Amazônia, os animais são mais livres e tem muitos índios”, arrisca o menino de olhos atentos. “Lá a mata é bem grande, e fechada”, opina o outro. O grupo forma uma roda e contam ao monitor o que sabem sobre aquela região. Todos sentados, frente a um barracão comunitário de uma vila amazônica, instalado em meio ao Sesc Itaquera. E a viagem pela exposição Amazônia Mundi, começa assim.

Na ausência da luz, os animais aparecem. Tem pássaros, cujos sons tomam conta do ambiente. Olha os peixes no chão, e o macaquinho lá em cima! Tem também as serpentes e os insetos. E as cores preenchem, de vez, a escuridão daquele túnel. No céu, as constelações formam os desenhos que existem na imaginação de quem vê – para o menino da cidade, um escorpião; para o índio, a anta. Voando sobre as árvores, nos sentimos pequenos, ante a imensidão da Amazônia.

“Tem uma oca de verdade ali!”, e foi construída pelo povo Wayana. O Livro das Árvores, de Jussara Gruber, é pintura na parede. Tem a Árvore Ticuna, a Árvores dos Pássaros e outras formas de explicar os fenômenos da natureza. A pintura do banco tukano é como o couro da cobra-canoa, que carregou a humanidade em seu bojo, na origem do mundo. Com um toque dos dedos, o visitante interfere no ciclo das águas. Faz enchente, faz seca, faz rio voador. Assim como as variações climáticas da região.

“Mas e aquela casa ali? Tem casa na Amazônia?”, impressiona-se a menina. Sim, tem. É a casa dos caboclos (caá-boc = aquele que vem do mato). Tem antena parabólica, bicicleta, panelas, utensílios de cozinha, fotografias. Uma vela na mesa, uma imagem de Jesus e Maria pregada acima da porta. É a fé de um povo que resiste aos sucessivos processos de ocupação daquelas terras. Pela janela, um igarapé. A vegetação, as águas, os cheiros e os sons dão o tom realista à cenografia. As cores do mercado Ver-o-Peso também estão aqui, nas garrafadas para todos os gostos – do agarradinho à dor-de-corno, assim como nas inúmeras formas e texturas de sementes da região. Os pés descalços são bem-vindos na piscina de tento-vermelho.

A destruição da região amazônica em decorrência do modelo atual de consumo, também é lembrada. Caminhões andando pra lá e pra cá, enquanto equipamentos comuns ao nosso dia-a-dia são produzidos. No vídeo, a faca que corta a seringueira, parece cortar a carne dos índios acorrentados. Será esse o preço do desenvolvimento?.

A seguir, você pode fazer um passeio por imagens da exposição e entender o que emocionou tanto o menino de olhos atentos.

São mais de 1200m² de uma experiência única. A primeira montagem foi realizada em 2002, no Sesc Pompeia, ainda como Amazônia.br. “O trabalho ganhou maturidade nesses 10 anos. Depois das exposições anteriores percorrerem França, Suíça, Alemanha, EUA, Japão, Cingapura, Coréia do Sul e México, afinamos nossas percepções e criamos um novo olhar para questões fundamentais sobre esse território de conhecimento. Ali na floresta, a ciência mais apurada e a sabedoria intuitiva do homem podem convergir para um novo mundo de convivência pacífica. Essa exposição é mais que uma mostra. É uma convocatória para nos conectarmos e integrarmos à Amazônia”, explica Anna Claudia Agazzi, curadora da exposição.

O Sesc Itaquera é a unidade apropriada para receber um projeto com esta temática, porque possui 350.000 m² de muita área verde. “A exposição Amazônia Mundi é uma continuidade do processo de reflexão que o Sesc busca trazer ao seu público de forma aprofundada e lúdica. Importante como oportunidade de conhecermos melhor a população da região e reconhecê-los como parte do nosso conjunto humano, e à sua diversidade de fauna e flora como patrimônio brasileiro, sempre com o intuito de preservar, mas especialmente, de valorizar os aspectos socioculturais das regiões que formam este país”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc.

Por meio da hashtag #Amazoniamundi nas redes sociais, o Sesc convida cada visitante a compartilhar sua própria conexão com esse universo. A descobrir a Amazônia que existe em cada um de nós.

Abaixo, você pode ver a versão digital do livreto da exposição:

o que:Amazônia Mundi
quando:de 30 de novembro de 2013 a 10 de maio de 2015
onde:Sesc Itaquera | Av Fernando do E. Santo Alves de Mattos, 1000 | 11 2523-9200
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